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SANTIDADE EM GRAU SUBLIME

 

UM DEDICADO CONFESSOR

Santo Antonio foi um admirável e completo orador, sem duvida, o maior de todos em sua época. Entretanto, não se limitava somente a este trabalho. Dedicadamente como Confessor, colhia no Confessionário, no exercício do Sacramento da Penitência, muitos e preciosos frutos provindos do ardor convincente de suas palavras. Embora fatigado pela pregação, descia do púlpito direto ao confessionário e nele, permanecia o dia inteiro, sem tomar alimento, até o cair da noite. “Por amor as almas não concedia descanso algum ao seu corpo”, escreveu o seu primeiro biógrafo. Tão grande era às vezes o número de penitentes, que os sacerdotes da cidade tinham de prestar a sua colaboração para atendê-los.

Certo dia, um ouvinte ficou tão arrependido com os seus pecados que, terminado o sermão do Padre, correu e entrou na fila para se confessar com o Santo. Frei Antônio como sempre fazia, recebeu-o com muita benignidade. Mas o penitente chorava tanto que não conseguia se confessar. O Santo então recomendou, que ele fosse para casa, escrevesse os seus pecados e depois voltasse. O homem fez exatamente como foi recomendado e voltou ao confessionário. Frei Antônio leu os pecados, impôs-lhe uma penitência compatível e deu-lhe a absolvição. O penitente dobrou o papel e guardou-o no bolso. Chegando a casa, outra vez quis ler o que havia escrito. Surpresa! Um milagre aconteceu! A folha estava em branco, ou seja, toda a escrita que ele tinha feito, foi apagada! Com a absolvição do Santo não somente foram perdoados os pecados “invisíveis”(que estavam gravados na alma), mas também foi extinta a “lembrança visível” dos pecados, que estavam escritos no papel.

De outra feita, um jovem paduano de nome Leonardo, confessou ao Santo que num ímpeto de extrema raiva, dera um pontapé com tanta força na própria mãe, que ela caiu ao chão. O Santo lhe fez ver a gravidade do pecado cometido contra o 4º Mandamento da Lei de DEUS, e acrescentou: “O pé que fere pai ou mãe merece ser cortado”. O jovem bastante consternado e arrependido sinceramente com o seu tresloucado gesto, voltando a casa, pegou um machado e cortou o pé que agredira a sua mãe. Aos gritos de extrema dor acudiu a mãe e todo o pessoal da casa e depararam com o jovem caído ao chão se contorcendo em terríveis dores, sobre uma imensa poça de sangue. A noticia espalhou ligeiro, enquanto a família procurava agilizar providências para estancar o sangue. Chegando aos ouvidos de Frei Antônio, imediatamente ele correu para junto do jovem e rezou sobre ele. Em seguida, tomou o pé, juntou-o à perna, fez o Sinal da Cruz sobre ela e assim, estancou definitivamente o sangue e o pé voltou à posição normal na perna do jovem.

CAPITULO DE 1230 - POLÍTICA EM PÁDUA

No Capitulo Geral da Ordem Franciscana, realizado no dia da Festa de Pentecostes, em 1230, Frei Antônio pediu e obteve exoneração do ofício de Provincial. Talvez já estivesse sentindo o começo da doença que em breve lhe mataria. Também lhe foi concedido à autorização para pregar onde quisesse, o que sem dúvida, era um grande privilégio que a Ordem lhe concedia.

O mesmo Capítulo delegou poderes para ele ir junto com outro companheiro a Roma, a fim de conseguir junto ao Papa Gregório IX, no Vaticano, uma interpretação autêntica de alguns pontos da Regra Franciscana, sobre os quais havia dúvida entre os Irmãos, variando a interpretação dos mesmos. O Papa elogiou a preocupação e fidelidade dos Franciscanos ao desejarem seguir rigorosamente o Estatuto idealizado pelo fundador São Francisco de Assis, e dizem, que mais uma vez manifestou ao Santo o desejo de que ele ficasse em Roma, inclusive, lhe oferecendo a dignidade de Cardeal. Antônio humildemente agradeceu e com palavras modestas e simples, se despediu do Sumo Pontífice, revelando a grandeza de seu espírito voltado totalmente para DEUS e não para o mundo.

A situação política reinante em Pádua era alarmante e o Santo não podia deixar de intervir, cumprindo o lema da Ordem Franciscana, de anunciar a paz e o bem.

Foi preso o Chefe do Partido dos Condes chamado Partido dos Guelfos, pelo Partido dos Guibelinos, que era contrário e tinha como Chefe o célebre Ezzelino de Romano, homem maldoso, violento e cruel. Os membros do Partido dos Guelfos pediram ao Santo que intercedesse junto a Ezzelino para libertar o Chefe deles, porque eles mesmos não conseguiram libertá-lo pelas armas. Frei Antônio aceitou a missão e visitou o tirano, que não o recebeu bem e inclusive, ameaçou prendê-lo também. Depois de um longo diálogo, o tirano não libertou o Chefe do Partido dos Condes, mas permitiu que Frei Antônio partisse em liberdade.

Existe uma lenda sobre o que aconteceu com o passar dos meses. Ezzelino de Romano, ficou profundamente marcado com os argumentos e as palavras simples e diretas de Frei Antônio, que verdadeiramente se alojaram no interior do seu coração, convertendo-o ao cristianismo. E para testemunhar esta lenda, existe na Sacristia do Convento de Santo Antônio no Rio de Janeiro, um quadro mostrando Ezzelino de joelhos aos pés do Santo.

Ainda em Pádua, vigorava naquela época, a lei cruel que permitia ao credor, para se indenizar de algum prejuízo, mandar prender o devedor e toda a sua família, apossando-se de todos os bens. Por causa dessa lei absurda, muitos lares foram lançados na miséria, por terem caído nas garras de agiotas paduanos e franceses. Antônio bravejou como um autêntico profeta e conseguiu que esta lei fosse substituída por outra mais humana, que garantia e protegia a família. Foi, sem dúvida, uma obra muito benéfica para os pobres necessitados, e de cunho eminentemente social.

A fama de Frei Antonio era muito grande. Para ouvir os seus sermões vinha gente de todas as partes e de todas as classes sociais. Escreveu o primeiro biógrafo, que vinham ouvir os sermões do Santo até ladrões e mulheres de má vida, na esperança de alcançarem a conversão do coração e vislumbrarem um caminho de santidade para as suas próprias vidas.

ÚLTIMOS MESES DE VIDA

Depois das pregações quaresmais no ano de 1231, o Santo necessitava de repouso. Falou durante vários dias, sermões longos e entusiasmados, além de ter permanecido no confessionário muitas horas, para atender com disponibilidade e amor todos aqueles que arrependidos de suas transgressões, buscavam o sacramento da penitência. Isto, sem acrescentar os incômodos da doença (hidropisia = acumulação anormal de liquido seroso em tecidos ou cavidades do corpo, pulmão, coração, estomago, etc.) que já minava o seu organismo, Antonio já estava por demais fatigado. Por essa razão, preferiu afastar-se de Pádua para descansar e se recuperar fisicamente. Foi para Camposampiero, distante cerca de três léguas, onde o Conde Tiso tinha uma grande propriedade e havia autorizado os franciscanos fazerem suas choças, que lhes serviam de Convento. Embora ele, o Conde Tiso, bem desejava que os Frades se recolhessem ao seu palácio, o Santo, amigo da pobreza e da humildade, sempre recusou.

É importante ressaltar, que Frei Antônio jamais fugia aos seus próprios princípios, sempre exercitava a fidelidade e a obediência de maneira admirável e impressionante. Ele jamais assumiria a iniciativa de ir a qualquer lugar, sem uma explícita autorização superior. Mesmo cansado pelo intenso trabalho realizado durante toda a Quaresma (40 dias), escreveu uma carta ao Provincial solicitando licença para ir descansar em Camposampiero. Pediu ao Superior do Convento que arranjasse um portador para levá-la ao Geral da Ordem. Deixou a carta sobre a mesa, e quando mais tarde veio procurá-la para entregá-la ao Superior, não a encontrou, por mais que a procurasse. Viu neste acontecimento um sinal de DEUS para não sair de Pádua e por este motivo não escreveu outra carta. Já havia passado alguns dias e não pensava mais no assunto, quando encontrou uma carta, exatamente no mesmo lugar em que deixara a sua. Era a resposta do Provincial, permitindo-lhe a saída de Pádua. Por certo, uma mão invisível, talvez o Arcanjo São Rafael, tinha se incumbido de levar uma e trazer a outra carta para o Santo. Daí vem o costume de se colocar no verso das cartas as letras SATG (Santo Antônio te guie) para elas chegarem com segurança.

No mesmo terreno do Conde Tiso, existia uma enorme nogueira. O Santo a escolheu para sua habitação. Sabendo disto, o Conde mandou construir nela três cubículos com vigas e tábuas de madeira. O mais alto era para Antônio, e o cubículo mais abaixo era de Frei Lucas e finalmente o cubículo para Frei Rogério. Eram arejados e propiciava uma visão magnífica de todo o terreno. Ele somente descia da nogueira quando o sino chamava para a modesta refeição no refeitório do Conventinho e para outras atividades da Comunidade. No cubículo rezava, estudava a Sagrada Escritura e contemplava DEUS na magnífica e exuberante natureza que o envolvia.

Certo dia, à tardinha, o Conde dirigiu-se aos aposentos do amigo Frei Antônio. Ao se aproximar, observou que a porta do pequeno cubículo não estava totalmente fechada e pela abertura viu um intenso esplendor. Imaginou que fosse um principio de incêndio e empurrou delicadamente a porta e ficou impressionado com a cena prodigiosa que presenciou: Antonio segurava em seus braços o MENINO JESUS! Quando despertou do êxtase e viu o Conde Tiso todo comovido, o Santo amavelmente lhe suplicou que não revelasse a ninguém aquela aparição. Ele cumpriu e só depois da morte de Antônio, o Conde deu a conhecer tudo o que tinha visto.

MORTE DE FREI ANTÔNIO

Poucos dias depois, quando Antonio almoçava no refeitório com a Comunidade, sentiu-se mal e caiu. Pensaram que era um êxtase, mas não era. Sua saúde não estava bem. Recobrando os sentidos pediu a Frei Rogério que o levasse para o Convento de Santa Maria na cidade. Ele concordou. Colocaram-no sobre uma carroça puxada por dois bois e já se aproximavam de Pádua quando encontraram um confrade de nome Inoto, que reconhecendo o doente viu que o estado dele era gravíssimo e aconselhou não prosseguirem viagem, mas levá-lo a Arcela, um Conventinho que estava bem perto. Assim fizeram. Antônio experimentou uma pequena melhora, mas por pouco tempo, porque não podia permanecer deitado, sentia falta de ar. Sentaram-no num catre. Ali recebeu todos os Sacramentos e cantou o seu hino predileto: O gloriosa Domina, excelsa super sidera (Ó Senhora gloriosa, sublimada acima das estrelas). Depois levantou os olhos ao Céu e permaneceu assim algum tempo. O Irmão que o amparava em seus braços perguntou para onde olhava e ele respondeu: Vidi Dominum (Vi o SENHOR). Fechou os olhos como se fosse dormir e logo, tranquilamente, com 36 anos de idade, entregou a alma ao CRIADOR.

Antônio entrou na alegria e no gozo do seu SENHOR porque sempre foi o servo bom e fiel. Era à tarde de sexta-feira, dia 13 de Junho de 1231.

Quiseram os religiosos de Arcela ocultar a notícia da morte. Mas transpirando os boatos, as crianças se incumbiram de espalhar a notícia a todos os pulmões. Percorriam as ruas de Arcela e de Pádua, clamando em altas vozes: “Morreu o Padre Santo, morreu Santo Antônio”.

No dia do falecimento, Frei Antônio apareceu ao seu grande amigo Abade Tomás de Vercelli. O Santo saudou-o dizendo-lhe: “Meu Abade e senhor, deixei meu burrinho (o corpo dele) em Pádua e regresso com pressa à minha pátria”(o Céu). A seguir tocou no pescoço do Abade, sarando-o de um mal que sofria e desapareceu. Logo depois, o Abade querendo conversar com Frei Antônio, o procurou por todos os lados, mas nenhum Frade do Convento Franciscano o tinha visto e nem sabia dele. Somente depois, quando chegou à notícia da sua morte, é que o Abade entendeu a aparição e as palavras do Santo.

TRANSLADO E SEPULTAMENTO

Ao tratarem do sepultamento de Frei Antônio, surgiram sérios desentendimentos com lamentáveis excessos. Os habitantes de Pádua e o Magistrado reclamavam o corpo, porque tinha sido a vontade expressa de Frei Antônio ser transportado para o Convento Santa Maria. Por esse motivo, os Frades do Convento também decidiram a favor de Pádua. Mas os moradores de Arcela julgavam ter direito, porque na realidade, o Santo morreu em Arcela. Com armas nas mãos o povo de Arcela impediu a transladação do corpo para Pádua. Intervieram autoridades civis e religiosas, mas não teve jeito... Decidiu-se então chamar o Provincial da Ordem dos Franciscanos como autoridade maior, com objetivo de colocar um ponto final na questão. Ele chegou e sentenciou a favor dos paduanos. Mesmo assim, foi necessário as autoridades usarem de certa astúcia e rigor, detendo os principais chefes dos opositores, ameaçando com graves penas os que ousassem fugir da prisão, ou agir contra a ordem estabelecida.

Na transladação do corpo a Pádua tomou parte o senhor Bispo, o Magistrado, Professores e Autoridades da Universidade e uma imensa multidão de pessoas com velas acesas nas mãos, formando um notável cortejo triunfal, uma procissão belíssima. O corpo foi depositado num sarcófago de mármore na Igreja de Santa Maria, quatro dias depois da morte, numa terça-feira. Em memória deste dia da semana, implantou-se o costume de considerar as terças-feiras especialmente consagradas ao glorioso Taumaturgo.

Logo começaram as romarias ao túmulo do Santo, que generosamente na eternidade intercedendo junto ao CRIADOR, alcançava a bondade Divina derramando um manancial de graças, em benefícios de todos que necessitando, suplicavam a sua fraterna e eficaz intercessão junto a DEUS.

CANONIZAÇÃO

Não havia decorrido um mês depois da morte, quando os paduanos enviaram ao Papa Gregório IX, uma comitiva de pessoas importantes, solicitando a Canonização dele.

O Sumo Pontífice recebeu a solicitação com alegria, porque tinha conhecido pessoalmente o Santo e sabia das suas excepcionais virtudes e qualidades pessoais. Por outro lado, também não podia deixar de admirar as noticias sobre os milagres acontecidos depois da morte dele. Assim, encarregou o Bispo de Pádua e os Priores, dos Beneditinos e dos Agostinianos, para examinarem todos os milagres ocorridos pela intercessão de Antônio.

Esta comissão de três importantes autoridades religiosas trabalhou durante seis meses, procedendo com o máximo rigor, conforme a Igreja sempre exigiu, e eles constataram indubitavelmente 47 verdadeiros milagres, operados por DEUS, pela intercessão de Frei Antônio. Coisas admiráveis ocorreram em seis meses: a ressurreição de uma criança, cura completa de uma pessoa cega, cura de grandes deformidades físicas e cura de muitas outras moléstias.

Agilizando providências, o Sumo Pontífice recebendo a relação minuciosa dos milagres, imediatamente incumbiu os Cardeais para examiná-la. Estes, reconhecendo a autenticidade, comunicaram ao Papa Gregório IX que marcou para o dia 30 de Maio de 1232 o ato solene da canonização. Aconteceu na Catedral de Espoleto, na presença de todos os Cardeais junto ao Papa, e grande multidão do povo. Foi feita a leitura de todos os milagres e em seguida, o Vigário de CRISTO levantou-se e solenemente declarou: “Em honra e louvor da SANTÍSSIMA TRINDADE e para exaltação da Santa Igreja, inscrevemos o servo de DEUS Frei Antônio, Confessor da Ordem dos Frades Menores, no catálogo dos Santos e ordenamos que a sua Festa seja celebrada anualmente no dia 13 de Junho”.

Aconteceram efusivas aclamações e logo a seguir foi entoado o “Te DEUM” , que o Papa concluiu com a antífona dos Santos Doutores e a oração: “Ó exímio doutor, luz da Santa Igreja, bem-aventurado Antônio, amante da Divina Lei, rogai por nós ao FILHO DE DEUS”.

O MILAGRE DA LÍNGUA

Em 1263, a obra de construção da Basílica dedicada ao Santo, estava bem adiantada, por isso, os senadores decidiram fazer a transladação dos despojos para a nova construção, e também, foi quando abriram o sarcófago de mármore na presença de São Boaventura, que era o Geral da Ordem Franciscana. Encontraram as carnes do corpo desfeitas em cinza, a semelhança de areia fina e um impressionante milagre! Na boca da caveira estava à “língua de Antônio” conservada, mole, rubicunda como de um homem vivo.

O piedoso Padre Geral Boaventura tomou-a na mão com grande respeito e com as lágrimas rolando por sua face, exclamou: “Ó língua bendita, que sempre louvaste o teu SENHOR e O fizeste ser louvado pelos outros! Aparece agora tão claramente, quantos merecimentos têm diante de DEUS”! Beijou-a reverentemente e ordenou que ela fosse guardada num precioso e especial relicário. A língua de Santo Antonio foi guardada primeiramente num “Vaso de Cristal” , e posteriormente num “rico relicário em forma de Custódia” , na qual se acha até hoje (imagem ao lado).

Em 16 de Janeiro de 1946, o Sumo Pontífice, Papa Pio XII o elevou a honra de “Doutor Evangélico", ou seja, "Doutor da Igreja Universal”.

INTERCESSÃO EFICAZ JUNTO A DEUS

Aldôncia, filha da Rainha de Portugal, estava gravemente enferma e os médicos a tinham desenganado. A mãe não se conformava com o pensamento de perder a filha. Chorando inconsolavelmente prostrou-se diante da imagem de Santo Antônio e rezou: “Santo Antônio, vos que nasceste aqui em Portugal, vinde em meu socorro pedindo ao SENHOR que restitua a saúde a minha filha”. Por volta da meia noite a filha conseguiu dormir um pouco e eis que lhe apareceu o Santo e lhe disse : “Não me conheces? Sou Santo Antônio e vim satisfazer o pedido de tua mãe”. E incontinenti a filha recobrou a saúde. Ela então, segurou o cordão do Santo e exclamou: “Mamãe aqui está Santo Antônio que me curou”. A mãe correu com as damas de companhia e encontraram Aldôncia completamente curada. As senhoras se prostraram com os joelhos no chão e deram muitas graças a DEUS, enquanto o Santo desaparecia.

Beatriz da Silva e Menezes, foi escolhida para dama de honra na Corte Portuguesa, quando a Infanta Isabel de Portugal ia casar com Dom João II de Castela, em 1447. Na Corte ela sempre deu o mais esplêndido e correto exemplo de donzela virtuosa, além de sua natural beleza. Mas a Rainha Isabel encheu-se de ciúmes e concebeu um plano diabólico para eliminar Beatriz. Encerrou-a num cofre de ferro para matá-la. Mas Beatriz não morreu, apesar de não ter ar para respirar e de não receber nenhuma alimentação, foi agraciada com a visita de NOSSA SENHORA, que lhe apareceu vestindo um hábito branco e manto azul, predizendo que ela seria a fundadora de uma Ordem Religiosa em honra de Sua Imaculada Conceição. No terceiro dia Beatriz ficou livre daquela prisão. Resolveu então deixar a Corte e viver inteiramente para DEUS. Na viagem que fez a Toledo, de carruagem, na estrada teve dois companheiros que saíram de um bosque. Falaram-lhe em português consolando-a e confortando-a por causa das dificuldades que passou, e lhe profetizaram que ela seria a “mãe espiritual” de muitas filhas. Chegando a primeira hospedaria, onde a carruagem normalmente parava, os dois desapareceram. Beatriz não teve dúvida, eram São Francisco e Santo Antônio, os Santos de sua predileção. Beatriz fundou a Ordem das Concepcionistas Franciscanas, que foi aprovada pelo Papa Inocêncio VIII. Em 1926, o Papa Pio XI inscreveu-a no catálogo das bem-aventuradas, em face de sua obra e de seu admirável trabalho em beneficio do Cristianismo. Em 1976, foi canonizada pelo Papa João Paulo VI.

Em Março de 1683, adoeceu gravemente o filho único de Nicola Grassi, político influente e presidente do erário real de Nápoles, na Itália. Os médicos desenganaram a criança, mas a mãe, que era grande devota de Santo Antônio, derramando muitas lágrimas suplicou a intercessão do Santo. A mãe do menino que se chamava Felipe, na madrugada da primeira terça-feira da Quaresma, ouviu o garoto chamar pelo nome de Santo Antônio. Foi ter com ele e lhe perguntou se queria alguma coisa, mas o seu filho doente, Felipe,  fez com a mãozinha um sinal dizendo que não. Dai a pouco a mãe ouviu novamente o menino dizer em voz elevada “Antônio”. Voltou para junto do filho e a criança então explicou: “Vi um Frade de hábito escuro, era Santo Antônio, trazendo numa mão flores brancas e vermelhas e com a outra sustentava um livro, no qual estava sentado um menino (JESUS), luzente como prata”. Felipe melhorou rapidamente e no dia seguinte estava curado. Seus pais levaram-no a uma Igreja. Ele vendo a imagem de Santo Antonio, disse a mãe: “Assim me apareceu o religioso que me curou”.

No ano de 1646, um homem pobre, mas inocente, foi preso em Nápoles, na Itália, acusado de fazer parte de uma quadrilha de falsificadores de dinheiro. Foi julgado e sem poder provar a sua inocência, foi condenado. O Vice-Rei proibiu que alguém se comunicasse com ele até o dia da execução. Todavia, a esposa do homem pobre não desanimou, sabia da inocência do marido e correu para buscar o auxílio de Santo Antonio. Rezou e chorou muito diante da imagem do Santo. Foi iluminada espiritualmente a escrever uma petição ao Vice-Rei falando da inocência do marido e suplicando a sua liberdade. Voltou a Igreja e colocou a petição dobrada, aos pés da imagem do Santo. No dia seguinte voltou a Igreja e lá no mesmo lugar, estava a petição, com a resposta e a assinatura do Vice-Rei, mandando soltar o marido dela. Ela correu para a prisão e chegou ao local antes da execução, e o marido foi colocado prontamente em liberdade. Depois o Oficial da execução com o documento na mão, perguntou ao Vice-Rei o que aconteceu para ele ter mudado de idéia, quando a ordem anterior era de executar todos os falsificadores! Ele respondeu: “De fato era esta a minha vontade. Mas veio estar comigo um jovem religioso franciscano com uma petição que provava a inocência daquele homem. Não tive outra alternativa senão de mandar que ele fosse solto”. Depois acrescentou: “Como ele conseguiu chegar a mim é que não compreendo, pois dei ordens rigorosas para que ninguém entrasse”. E como testemunha do fato, mais tarde o chefe da execução conversando com o comandante da guarda, este afirmou categoricamente, que ninguém tinha entrado para conversar com o Vice-Rei. Passados alguns dias, o Vice-Rei em sua carruagem, ao lado do Chefe da Execução, cruzou com uma procissão que levava uma imagem de tamanho quase natural de Santo Antonio. Ele olhando curiosamente pela janelinha da carruagem, com grande surpresa e admiração falou: “Foi este que me entregou a petição”.

 

 

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