A GRAVIDEZ DA NOIVA DE JOSÉ
Depois do nascimento de João Batista, filho de
Isabel, Maria regressou a Nazaré, acompanhada de
uma pessoa da família.
Por este tempo, a gravidez
de Maria já se fazia notar. Como era natural, seus pais, os amigos
e parentes exultaram com o fato, pois era o anuncio de que mais um
membro da família estava por chegar.
Segundo os costumes e a lei judaica, este fato era perfeitamente normal. Entre o Noivado e as Bodas (o Casamento propriamente dito), existia um espaço de tempo chamado "Condução" que podia chegar até 12 meses, e no qual, o noivo tinha poder estrito sobre a sua companheira, inclusive se ela ficasse grávida, a prole era considerada legítima.
Todavia, José ficou admirado! Ele que não teve qualquer participação, como justificar aquele fato? Ele conhecia as virtudes de sua noiva e lembrava o projeto de castidade que ambos fizeram!... Por isso mesmo, como explicar aquele acontecimento?
Triste e pensativo passou dias terríveis,
repleto de constrangimento e intranquilidade. Não encontrava nenhum
motivo que o fizesse entender aquela ocorrência. Por isso, enquanto
se decidia o que fazer, um Anjo do SENHOR apareceu-lhe em sonho e
lhe disse:
"José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher,
pois o que Nela foi gerado vem do ESPÍRITO SANTO. Ela dará à luz
um filho e tu o chamarás com o nome de JESUS, pois ele salvará
o seu povo dos seus pecados".
(Mt 1,20-21)
Homem responsável e de fortes convicções religiosas, recuperou a tranquilidade espiritual, afastando para longe a tentação demoníaca que colocava a malícia no seu pensamento. Na sequência dos dias, ultimou os preparativos para as suas núpcias com Maria.
CASAMENTO DE JOSÉ
A Celebração das Bodas seguiu o rito
judaico e a felicidade logo tomou conta do
coração dos esposos. Passaram a viver numa pequena
casa em Nazaré. Mas por pouco tempo, porque foi decretado um
edito romano para ser realizado um recenseamento. O
Imperador queria conhecer a quantidade e o perfil das pessoas que
viviam nas diversas partes do Império. Por isso, também todos os
povos subjugados pelo poder de Roma, deviam obedecer.
Como Nazaré era um lugarejo pequeno que nem constava dos mapas
romanos, a notícia do recenseamento chegou com atraso, já no último
mês de inscrição. A ordem determinava que cada cidadão era obrigado
a se apresentar a junta militar estabelecida em sua cidade natal. José
tendo nascido em Belém, para não faltar com sua responsabilidade e
cumprir com o dever cívico, atendendo a ordem emanada do poder
romano, para lá viajou em companhia de Maria, sua esposa,
embora ela estivesse no último mês de gravidez. (Lc 2,1-5)
NASCIMENTO DE JESUS
Em face do Recenseamento, Belém estava com grande
movimentação de pessoas e por essa razão, José e Maria não
encontraram nas casas dos parentes e amigos um local onde
pudessem se abrigar, foram para uma gruta que as vezes era
utilizada como estrebaria. Estando lá, completaram-se os dias da
gestação e nasceu JESUS, NOSSO SENHOR e Redentor de toda
humanidade. (Lc 2,6-7)
"E o Verbo se fez
carne e habitou entre nós".
(Jo 1,l4)
Naquela região, alguns pastores que vigiavam o rebanho receberam a visita de um Anjo que lhes anunciou: "Não tenhais medo! Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o CRISTO SENHOR, na cidade de Davi. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura. E de repente, juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste a louvar a DEUS, dizendo: Glória a DEUS nas alturas, e paz na terra aos homens que ELE ama"! (Lc 2,10-15)
Os pastores estavam admirados com o que
viam e se apressaram à chegar a Gruta em
Belém. Encontraram Maria, José e o MENINO-DEUS numa
manjedoura. Vendo-os, contaram-lhes tudo o que o Anjo havia
anunciado.
Maria ouvia e conservava todos aqueles acontecimentos no coração, e no seu silêncio, meditava e procurava entender tudo que diziam sobre JESUS.
Ela e José tinham acabado de viver uma experiência verdadeiramente sobrenatural com o nascimento do Filho. Para Maria, aquelas palavras anunciadas pelo Arcanjo Gabriel expressando todo o Amor de DEUS por Ela, concretizavam-se naquela linda criança que feliz sorria deitada numa manjedoura.
Por isso mesmo, José, cheio de admiração, sentia
vigorosamente o Mistério de DEUS envolver a sua vida. E se alguma
desconfiança ainda existia em seu espírito, pela explicação que recebeu
do Anjo a respeito da gravidez de sua esposa, agora, com aquele
nascimento milagroso, dissiparam-se todas as possíveis
dúvidas, e prostrado junto Dela, adorava o Pequenino DEUS que
lhe foi confiado pelo CRIADOR, para que O protegesse
por toda a vida.
Visivelmente emocionados o casal jubilosamente manifestava uma indescritível felicidade, porque naquele momento sagrado também se concretizou um segundo e importante milagre: pela santíssima Vontade de DEUS Maria permaneceu Virgem. O SENHOR que já a havia preservado no instante da fecundação, considerando a sua singular e heróica demonstração amorosa de conservar a virgindade, preservou também a sua integridade física no momento do nascimento de JESUS. Da mesma forma que o Verbo de DEUS entrou em Maria e SE agasalhou em seu ventre, misteriosamente ELE saiu, sem lhe causar qualquer dano.
VISITA DOS REIS MAGOS
Terminado o recenseamento, mudaram-se da Gruta
e passaram a viver numa pequena casa em Belém.
JESUS já estava com
quase dois anos de idade quando recebeu a visita dos Três Reis
Magos que vieram do Oriente para adorar
o MENINO-DEUS. Belchior, Gaspar e Baltazar depois de se
prostrarem diante DELE, ofertaram-LHE ouro, incenso
e mirra. (Mt 2,11)
Herodes Magno, rei da Judéia, sabendo da visita dos Magos, com receio de perder o seu trono para o "Rei dos Judeus", projetou em sua mente doentia eliminar JESUS. Todavia, como não sabia onde ELE estava, ordenou a matança de todas as crianças de Belém com menos de dois anos de idade.
FUGA PARA O EGITO
José avisado em sonho sobre os planos do terrível
monarca, corajosamente na mesma noite, levantou-se e fugiu em
companhia de Maria, levando o MENINO para o longínquo Egito.
(Mt 2,13-14)
Como era noite, sem
tempo para preparar a viagem, é provável que saíram a pé pela estrada
que conduz a Hebron. Em Hebron devem ter chegado ao amanhecer
e sem demora, agilizaram os preparativos para uma longa viagem.
Com o ouro presenteado pelos Magos, devem ter adquirido
dois camelos dromedários (que são os mais ágeis e velozes)
e comprado provisões, abastecendo
necessariamente para empreenderem a fuga. Provavelmente
devem ter seguido uma rota passando pelo Vale Wâdi-el-Halil
objetivando chegar em Bersabéia, distante 45,5
quilômetros, porque ali já estavam fora dos limites
territoriais de Herodes. A seguir, com mais tranquilidade
puderam seguir com a viagem para o Egito, atravessando quase 400
quilômetros de deserto. Presume-se que a Sagrada Família depois
de cruzar a divisa entre os dois países Israel e Egito,
estabeleceram-se em Hasana, ao lado do Lago Timsah, onde hoje
passa o Canal de Suez.
Lá permaneceram cerca de 4 meses, quando José novamente foi avisado em sonho por um Anjo do SENHOR, que Herodes tinha morrido. Mas como em seu lugar, no Governo da Judéia ficou o filho Arqueláu, mau e perverso como o pai, José que planejara regressar à Belém, decidiu levar sua esposa e JESUS para a casa que possuíam em Nazaré da Galiléia. (Mt 2,19-23)
Em Nazaré puderam viver unidos e com certa
tranquilidade, construindo uma admirável família que é exemplo para
toda humanidade, pela consciência e responsabilidade paternal, pela
harmonia que os envolvia, mesmo na simplicidade de suas funções
e dos afazeres diários, revelando sobretudo que o amor sincero
e honesto estava colocado num plano de real destaque e era
tão grande, que administrava de maneira primorosa os
sentimentos mais profundos, dos membros da Sagrada
Família.