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FAMILIARES

José nasceu em Belém de Judá (Lc 2,3-4), e presumivelmente deve ter permanecido lá até idade adulta (12 anos pelos costumes judaicos).

Embora não encontrando nenhuma informação confiável sobre a sua mãe, é certo que o seu pai chamava-se Jacó e mudou-se com a família para Nazaré da Galiléia, provavelmente para cultivar uma terra que comprou no Vale Esdrelon. Junto com o seu irmão mais velho chamado Cleófas, trabalhou na lavoura, ajudando o pai a produzir alimentos para o consumo próprio e comercialização. Todavia com o passar dos anos, revelou uma notável tendência para o trabalho com madeira, que o levou a deixar o cultivo do solo num segundo plano e a se empenhar na profissão de carpinteiro. Cleófas era casado com uma jovem também chamada Maria, conhecida no Novo Testamento com o nome de Maria de Cleófas, com quem teve três filhos:

1 - Tiago Menor, Apóstolo de JESUS, autor de uma epístola e foi o segundo Bispo de Jerusalém.

2 - José, conhecido por "Barsabás, o Justo".

3 - Maria Salomé, que se casou com Zebedeu e teve dois filhos: Tiago Maior e João (o Evangelista) autor do Terceiro Evangelho, dos Atos dos Apóstolos, de três Epístolas e do Apocalipse. Ambos foram Apóstolos de JESUS.

José, era um homem de poucas palavras, tinha gênio calmo e retraído, dedicado essencialmente ao trabalho e as orações na sinagoga, fazendo do labor o seu próprio lazer.

 

SURGIU MARIA

É provável que tivesse a idade de 26 anos, quando sua atenção foi despertada para aquela encantadora jovem de cabelos negros e olhos azuis, chamada Maria, que diariamente atravessava a rua com um cântaro de barro em direção a uma fonte que ficava na praça central, para apanhar água.

Nazaré, como a grande maioria das cidades naquela época não possuía água encanada, mas tinha uma fonte, onde todos se serviam, levando água para o asseio e preparo das refeições.

José logo ficou interessado naquela jovem, que além de muito bonita, revelava uma decidida aptidão pelo trabalho, além de portar-se com dignidade e discrição.

Sempre que surgia uma oportunidade ele se aproximava para dizer-lhe algumas palavras. E assim, alimentando interiormente uma grande simpatia por Maria, decidiu frequentar a casa do senhor Joaquim e de dona Ana, pais da moça, pois ansiava por estar perto dela. Maria observava o interesse dele, mas se calava na sua modéstia e simplicidade, deixava que as visitas acontecessem como bons vizinhos, sem contudo as estimular para não alimentar nenhum projeto dele, mesmo porque, nessa ocasião, seu ideal já estava direcionado num outro objetivo, "buscava e cultivava intensamente o Amor de DEUS".

Entretanto a medida que passava o tempo as visitas de José se sucediam e se multiplicavam com crescente frequência até que num daqueles dias, em que os dois jovens conversavam sobre as coisas do cotidiano, ele declarou decididamente o seu amor. Maria silenciou, assumiu uma atitude mais séria e revelou a José o segredo de sua vida. Explicou-lhe que havia consagrado a sua existência ao CRIADOR numa escolha livre e espontânea, inclusive, revelou que fez o voto de castidade perpétua, como a melhor maneira que encontrou para demonstrar o seu incomensurável e apaixonado amor a DEUS.

José ficou perplexo! Como todo judeu, queria casar e ter os seus filhos. Afinal, naquela época, a função primordial das mulheres era casar e ter filhos. Aquela que não se casasse, ou que se casasse e não tivesse filhos, era considerado pelos costumes e pela lei judaica como um opróbrio, isto é, uma desonra, uma mulher castigada por DEUS. Por isso, é fácil imaginar a grandeza do espanto de José, diante daquela afirmação da mulher que ele amava.

Por essa razão, podemos conjeturar, que ele saiu daquele encontro, frustrado e desapontado com o rumo dos acontecimentos, repleto de intranquilidade porque em sua mente não conseguia encontrar explicações para aquele inusitado desfecho. Passou dias cheio de angústia, mergulhado em profunda reflexões a procura de caminhos ou soluções que lhe restituíssem o equilíbrio emocional, porque permanecia em pleno espanto, sem conseguir entender o que estava acontecendo. Ele também amava DEUS, frequentava a sinagoga e diariamente rezava as suas orações. Dessa forma, José acreditava na bondade e na misericórdia do CRIADOR. Por isso também, sempre suplicava a Luz Divina, quando lhe aconteciam problemas no cotidiano. E assim, ficou imaginando uma solução para o seu caso. Passaram-se vários dias... Na verdade, embora estivesse ansiando por uma inspiração, a medida que decorriam as semanas começou a entender que ele não podia continuar a viver assim, teria que retornar ao seu trabalho e a normalidade de sua existência. Então a sua decisão teria de ser definitiva e irrevogável. A partir de então, ele começou a raciocinar de outro modo, enveredando-se na busca de outras possibilidades, porque sobretudo compreendeu também que Ela era uma mulher admirável, bonita, com uma personalidade forte e marcante, e que já estava ocupando uma dimensão imensa em seu coração. Percebeu ainda que não se tratava apenas de um casamento, com o objetivo de constituir uma numerosa família, da mesma forma que entendeu, que não seria a mesma coisa se ele se casasse com outra mulher. Porque ele estava apaixonado por Maria... Lembrava o seu maravilhoso sorriso, a suave e encantadora maneira de falar, seu raciocínio inteligente, simples e profundo, e da ternura de sua atenção... Compreendeu que não podia viver sem a companhia Dela e por isso mesmo, resolveu assumir uma decisão corajosa. Podemos imaginar que ele foi ao encontro de Maria e junto Dela, com a convicção de ter feito a melhor escolha, fixou-lhe o olhar e apresentou a sua proposta: "Maria, se casar comigo eu também farei o voto de castidade perpétua, para juntos vivermos o nosso amor e consagrarmos ao CRIADOR os nossos trabalhos, as nossas alegrias e tristezas, e toda a nossa vida".

Considerando a posição da mulher naquela época, sem dúvida para Maria foi a solução ideal, porque casando-se com José, poderiam juntos cultivar a virgindade sem que ninguém viesse a desconfiar.

Maria aceitou o convite de José e logo, começaram os preparativos para o Casamento conforme o costume judaico. A alegria ocupou integralmente o coração dos dois noivos, que não conseguiam esconder a imensa felicidade que envolvia o casal.

 

ANÚNCIO DA VINDA DO SENHOR

Certo dia, tendo terminado os serviços domésticos na casa de seus pais, Maria descansava em seu pequeno quarto quando subitamente recebeu a visita de um Anjo do SENHOR, que sorrindo, depois de cumprimentá-la, anunciou-lhe que Ela era Alguém muito especial no Plano Divino. Que Ela tinha sido escolhida para MÃE do Redentor, Aquele que viria salvar a humanidade de seus pecados e deixar meios para que as pessoas pudessem ter vida em plenitude, vivendo reconciliadas e em comunhão de amor com DEUS. O Anjo confidenciou-lhe também que sua prima Isabel, considerada estéril, apesar da idade avançada, estava grávida de seis meses. (Lc 1,26-38)

Maria, passada aquela emoção inicial, logo disse "Sim" ao plano do CRIADOR e o Anjo partiu para a eternidade. Pela Vontade de DEUS PAI e ação do ESPÍRITO SANTO, o FILHO DE DEUS veio e se agasalhou de modo sobrenatural no ventre de Maria. Começava a Santa Gravidez de Nossa Senhora.

Na sequência dos dias, conversando com José, seu noivo, e seus pais, contou-lhes a notícia sobre a prima, mas não lhes disse que tinha sido escolhida "MÃE DO SENHOR" . E procedeu assim por achar prematuro anunciar um acontecimento de tal grandeza e também, porque entendeu que se tratava de uma ocorrência que estava no domínio de DEUS, e ninguém melhor do que ELE para escolher a ocasião certa para a revelação de algum fato e os esclarecimentos que se fizessem necessários. Por isso, Maria silenciou e guardou o precioso segredo no fundo de seu coração.

Joaquim, seu pai, que sempre viajava a Jerusalém a fim de comercializar. Passando por Nazaré uma caravana de mercadores, decidiu também viajar e levar consigo a sua filha. Ele ficou em Jerusalém para fazer as transações comerciais e Maria caminhou sozinha os 6 quilômetros de estrada que separam Jerusalém de Ain Karin, onde morava a prima Isabel, para prestar-lhe os serviços necessários durante os três meses finais da sua gravidez. (Lc 1,39)

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