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AMOR DE SANTA

 

ADMINISTRAÇÃO IMPERIAL

Diocleciano era o Imperador do Grande Império Romano (de 284 a 305). E para melhor administrar a imensidão dos territórios ocupados, inclusive com o objetivo de facilitar a vigilância contra possíveis invasões, dividiu o Império em duas grandes áreas: do Ocidente e do Oriente. Ele ficou administrando a área do Oriente e colocou o seu colega Maximiliano, para administrar a área do Ocidente, ao mesmo tempo em que nomeou dois Césares: Galério e Constâncio Cloro, que funcionavam como braço-direito, sendo Conselheiros e Auxiliares Administrativos, com grande liberdade de atuação.

Acontece que Galério era mau e perverso por índole, e com sua astúcia e ferocidade se transformou num eficiente instigador da terrível e abominável perseguição aos cristãos, a mais longa e a mais violenta registrada na História do Cristianismo.

Diocleciano, cujo nome completo era Caio Aurélio Valério Diocleciano, apreciava muito a energia e as qualidades do seu auxiliar na realização das missões que lhe confiava, e por isso, por uma questão de convivência passou também a cultivar o mesmo grande ódio que Galério tinha contra os cristãos. Em consequência, depois de várias e insistentes tentativas por parte do seu auxiliar, Diocleciano decidiu e baixou um Decreto no ano 304, no qual obrigava os cristãos trair a própria fé, ou seja, negar sua fé em DEUS, dando início a desprezível e covarde perseguição, que segundo o seu maligno César, tinha a intenção de varrer o nome de JESUS CRISTO da face da Terra.

 

NASCIMENTO DE INÊS

Neste cenário pavoroso que revelava a cruel posição do Imperador e de seus comparsas, assim como a triste situação da Igreja, viveu a Virgem Santa Inês.

Os historiadores que pesquisaram os fatos, afirmam que Inês pertencia a uma nobre e rica família romana dos “Clódia” , os quais possuíam a nobreza desde a origem. Como testemunho desta realidade, foi encontrada uma inscrição na cidade de Bréscia e outra em Anagni, na Itália, que confirmam um senhor Lúcio Clódio Crescêncio, como Prefeito Municipal.

Na cidade de Roma, entre o Montecitório e a Praça Navona, em Maio de 1457, o Cardeal Domenico fundou o Colégio Caprânica, e de acordo com a tradição, naquele mesmo local anteriormente estavam edificadas as casas dos parentes de Inês. Era mais de uma casa, por que os ricos da época tinham a sua disposição e das suas famílias, grandes quarteirões limitados por muros, pórticos, jardins e todo conforto possível, onde construíam as dependências dos seus familiares. Para que esta grande área dividida pelo progresso, não fosse totalmente esquecida, na época da instalação do Colégio, edificaram um Oratório, guardando a memória do lugar santificado pela estadia de Santa Inês, que ainda hoje existe e se conserva como Capela do mencionado Colégio Caprânica (que é um Seminário Católico).

Naquele local da cidade de Roma nasceu Inês, provavelmente no ano 290 de nossa era. O seu nome pode ter sido dado pelos pais, ou pode ter sido adotado por ela mesma, quando jovem, como era muito comum entre os nobres daqueles tempos. Todavia, em qualquer das duas hipóteses, a esse respeito Santo Agostinho escreveu no Sermão 273: “Inês, era na realidade o que o seu nome indica, no idioma grego significa casta, estado pessoal que ela viveu fielmente, com bravura numa heróica fortaleza ao defender a própria fé e a sua virgindade”.

Os atos do martírio de Inês não descrevem em que época ela foi Batizada. Mas por certo ela recebeu o Sacramento do Batismo logo após o nascimento, tendo em vista a religiosidade da sua família e do hábito local, de ser a criança Batizada no dia imediato ao seu nascimento, providência que já estava bastante enraizada na Igreja. E por outro lado, a história guardou que ela mesma no Tribunal de César, proclamou em voz alta que foi “consagrada a DEUS desde o berço”.

 

CARINHO E EDUCAÇÃO PATERNA

Com o maior carinho e os mais desvelados cuidados, seus pais dedicavam-lhe uma especial atenção. Não tendo sua mãe o leite necessário para nutri-la, logo como primeira providência conseguiu uma senhora, ama de leite, que também era cristã.

E se preocupando com a educação da filha desde pequenina, eles não adotaram o costume praticado na época, de deixar as crianças aos cuidados de pessoas que as educavam dentro do próprio lar. A mãe e o pai de Inês quiseram educá-la ao seu modo, fazendo desabrochar no seu espírito, o amor, os cuidados e o carinho que eles sentiam por ela.

E assim, desde tenra idade, a mãe lhe ensinou a rezar, e como complemento, lhe contava passagens da vida de JESUS e de NOSSA SENHORA, abrindo espaço para a Graça de DEUS trabalhar na sua alma. Descrevia-lhe também a vida dos Santos, e especialmente considerando a violenta época em que viviam, realçava muitas daquelas histórias em que homens, mulheres e crianças eram perseguidas e martirizados pelos pagãos e hereges, mas que heroicamente mantinham incólume a fé cristã. Ela ouvia e sentia a grandeza do amor Divino aceso e incandescente no coração daqueles que sofriam, e tão resoluta e vibrante ficava a sua alma, que despertava ainda mais os seus mais elevados sentimentos, lhe acendendo ainda mais, uma ilimitada confiança em DEUS, lhe despertando um vivíssimo desejo de LHE ser fiel e de manifestar um santo horror a uma menor culpa que fosse, no viver quotidiano, para não ofender ao SENHOR NOSSO CRIADOR.

 

BATISMO E O PÃO DA VIDA

Também, como era comum naquela época, um perigoso tempo de perseguição aos cristãos, as crianças ao serem Batizadas, pela força do Sacramento ficavam livres da “culpa original”, e assim, resgatadas do “pecado Original”. E por isso, a Igreja determinou que as crianças também recebessem a Sagrada Primeira Eucaristia, o precioso Sacramento do Corpo, Sangue, Alma e Divindade, de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, que é força, fidelidade e inspiração para nossa vida, por que sobretudo, elas se encontravam em “estado de graça”, sem terem cometido qualquer pecado. E com a intenção de que aquela alma pura fosse completamente revigorada com o “pão celeste”, a hóstia consagrada era embebida no precioso Sangue do SENHOR, no vinho consagrado, e ministrado as crianças com as seguintes palavras: “O Corpo de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, embebido no Seu Precioso e Sagrado Sangue, conserve a sua alma para a vida eterna”. “Assim seja”.

 

CULTIVO DA VIRGINDADE

Desde a mais tenra idade, por sua vontade pessoal, verdadeiramente inconsciente de qualquer malícia, mas guiada por um Divino instinto, Inês compreendeu o quanto é preciosa e agradável a DEUS a virgindade. Por isso, jurou em seu coração, que não queria se casar, que não pertenceria senão a JESUS CRISTO.

Ela crescia em idade, em beleza e inteligência, amparada carinhosamente pelo amor, atenção, bondade e pelo conforto da digna posição social dos seus pais, sobretudo, mergulhada no Amor de DEUS.

 

LIGADA A DEUS POR VOTO SAGRADO

Naqueles tempos, era comum na cidade de Roma, jovens que ouviram a voz do SENHOR para uma vivência mais perfeita, deixar a casa paterna para viverem em comunidade, sob uma regra comum e com a orientação de diaconisas. Outra maneira que adotavam era as jovens, ligadas pelos sagrados votos feitos na Igreja, viverem na própria casa, depois de terem recebido das mãos do senhor Bispo, o véu de virgem. Inês optou pelo segundo caminho, ou seja, ligada a DEUS pelos votos sagrados, usava o véu de virgem e vivia na sua residência com seus pais.

A sagração era muito bonita e constava de um processo de observação, experiência e por fim a aceitação, com a realização da cerimônia pelo senhor Bispo.

Inês não necessitava de emulações e nem de estímulos para a prática do bem, a grande caridade que revelava a presença de DEUS na sua existência, e que lhe ardia no coração, manifestava-se na caridade que habitualmente realizava ao próximo, com modéstia e dedicação, embora tivesse tão pouca idade.

 

ESCOLA DAS DIACONISAS

Seus pais quiseram que ela recebesse uma educação de acordo com a nobreza da família. Assim, ela foi enviada a uma Escola especializada. E neste aspecto, pode-se crer, que ela não frequentasse uma Escola pagã, e sim, uma Escola em que as diaconisas mantinham para as crianças cristãs. Ali era ensinado tudo o que convinha a uma nobre donzela. Inês, como todas as meninas nobres da sua época, tinha uma acompanhante (uma ama ou escrava), que por incumbência dos pais, cuidavam delas até o matrimônio, ou até mesmo depois de casadas.

 

 

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