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RAINHA DA TURÍNGIA

NASCIMENTO

Isabel nasceu no Castelo de Sarospatak onde seus pais gostavam de descansar ou no Palácio de Bratislava, no verão de 1207, embora normalmente a família real vivesse no Palácio de Bratislava. Seu pai era André II, Rei da Hungria, um soberano trabalhador, responsável e conscientemente cristão, que seguia os Mandamentos de DEUS com fidelidade, e dedicadamente empregava sua riqueza e poder real para construir Igrejas e Mosteiros, fundando estabelecimentos cristãos em todo pais. Sua mãe era a Rainha Gertrudes de Andechs-Meran, filha de Bertoldo III, Duque da Merania e Margrave (Governador) de Caríntia e Ístria, e também, era irmã de Santa Edwiges (a famosa Santa).

No dia do seu Batizado, por escolha dos pais, recebeu o nome de Isabel, palavra hebraica, que significa: “repleta de DEUS”. Seus pais, tiveram ao todo cinco filhos (duas meninas, sendo Isabel a segunda e mais três meninos).

Cercada pelos carinhos dos pais e dos familiares, que lhe davam o bom exemplo de cristãos autênticos e de uma fervorosa fé em NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, desde criança se revelou uma menina calma e serena. Assim que começou a falar as primeiras palavras, também aprendeu a rezar, e com aquele jeitinho puro, simples e amoroso das crianças, com alegria balbuciava a Ave Maria, homenageando a MÃE DE DEUS. Também, com atenção, via os seus pais tratar com dignidade as pessoas mais simples e ajudar os pobres e necessitados. Carinhosamente aprendeu a imitá-los com prazer e alegria. Mesmo pequenina, com três a quatro anos de idade, na simplicidade da sua inocência, sempre buscava levar alguma coisa para socorrer os pobres e aquelas pessoas menos favorecidas.

Às vezes frequentava a cozinha do palácio com a intenção de obter alguma coisa para os necessitados. Mas os cozinheiros não gostavam daquelas visitas. Certo dia ela pegou uma porção de carne assada para os seus pobres e os cozinheiros foram se queixar ao Rei. Na semana seguinte, quando deixava a cozinha com o avental cheio de batatas cozidas, para distribuí-las aos pobres, seu pai veio ao seu encontro e lhe perguntou:

— “Minha filha, que levas aí no avental?”

Inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, respondeu:

— “Rosas, meu pai!”

Então ordenou o pai:

- “Abre o avental e deixa-me ver as rosas”.

Ela obedeceu e apresentou ao pai as mais lindas rosas, embora estivesse em pleno inverno Europeu, estação que não há flores. Vendo o grande milagre acontecido, ele que também era um homem muito caridoso, permitiu à filha dar esmolas aos pobres quantas vezes quisesse.

 

A PROFECIA

Tinha apenas 4 anos de idade, quando ocorreu um fato que marcou inteiramente a sua existência. Chegou a Bratislava uma numerosa e suntuosa embaixada de Cavalheiros e Cortesãos enviados pelo Landgrave (Conde) Hermann I da Thuríngia, com a finalidade de pedir a mão da pequena Princesa Isabel para o seu filho Infante Hermann, e se possível, trazê-la sem demora para o Reino da Thuríngia (Reino da Alemanha).

Pode parecer estranho tal pedido, mesmo naquela época, em que os pais escolhiam e arranjavam os enlaces matrimoniais para os filhos, ao seu gosto e conforme o seu interesse. Mas, o fato aconteceu e a razão principal do pedido do Conde Hermann da Thuríngia ao Rei André da Hungria, estava ligado às previsões feitas há alguns anos antes, por um trovador de nome Klingsohr da Transilvânia, que exercitava a astronomia e necromancia, e vivia na Hungria. Ele era famoso e respeitado por suas previsões, por que muitas se concretizavam, segundo a crença popular. E por essa razão, ele foi convidado pelo Conde Hermann a visitá-lo no Castelo da Thuríngia, com a finalidade de apresentar as novidades do momento. Recebido no palácio, aproximou-se da janela da sala, e depois de fixar o olhar no Céu estrelado durante algum tempo, disse:

- “Anuncio-vos uma alegre nova: vejo uma belíssima estrela que se ergue na Hungria, de lá se irradia a Marburgo e daí pelo mundo inteiro. Saiba que esta noite nasceu à filha do Rei da Hungria, uma menina forte e bonita, que terá o nome de Isabel e será esposa do filho do Conde da Thuríngia. A vida da menina será santa e louvável, agradando e servindo de consolo a toda cristandade”.

O Landgrave Hermann I ficou impressionado com a profecia. Exaustivamente ao longo dos anos procurou referências sobre o Reino da Hungria, e as noticias que lhe chegavam sempre eram boas e agradáveis. Isto ajudou a aguçar ainda mais o seu interesse em ter um bom relacionamento com aquele país. Por isso, num dia escolhido, preparou uma solene embaixada com Cortesãos e Cavalheiros do reino, e os enviou a Hungria, revelando o seu profundo e maior desejo na união dos dois reinos, pelo casamento dos filhos.

O Rei Andre II recebeu com toda honra os enviados pelo Landgrave da Thuringia, por que também estava muito bem informado pelos seus conselheiros, a respeito da Thuríngia e do poder do seu Landgrave. Inclusive chegou a se rejubilar com o acontecimento, convencido de que seria bastante proveitoso para a Hungria o bom relacionamento com o Reino da Thuríngia. Desse modo, a festa de recepção foi luxuosa e com a total presença da corte. Na comitiva enviada por Hermann, havia um personagem muito importante, homem da sua inteira confiança, o copeiro-mor (espécie de chefe dos mordomos) Gautier de Vargila, que teve a especial missão de ser o responsável pela menina, protegendo-a em todas as circunstâncias. Ele garantiu a Isabel uma perfeita e confortável viajem até o Reino da Thuríngia, e sua perfeita e adequada instalação no Castelo.

 

NA THURÍNGIA

O Landgrave (Conde) Hermann era o soberano de um dos feudos mais ricos do Sacro Império Romano-Germânico. E assim, o noivado (a promessa de casamento) foi realizado com todo luxo e o maior requinte no Castelo de Wartburg, na cidade de Eisenach, que era a sede do Ducado da Thuríngia, tendo Isabel de Andechs apenas 4 anos de idade e o infante Hermann, Principe Luís (Principe Ludwig Von Hesse) a idade de 11 anos. Ele era o segundo filho do Conde Hermann I com sua esposa, a Duquesa Sofia da Bavária.

Até atingir a idade para um perfeito casamento, Isabel permaneceu na corte, vivendo junto com a família do Landgrave Hermann, estudando e se instruindo, através de instrutoras competentes que lhe prepararam para sua vida no reino. Significa dizer, que Isabel foi bem educada e instruída no Castelo junto com os filhos do Conde Hermann I. Particularmente, nos seus aposentos, sempre que havia uma oportunidade, rezava as orações que sua mãe lhe ensinou. E se recordando da bondosa caridade dos seus pais, a pequena Princesa Isabel, sempre procurava um meio de também exercitar a sua caridade, de favorecer, de dar um auxilio, ou algum comestível, a um pobre necessitado, hábito que aprendeu na sua família e cultivou a vida inteira.

 

SAUDADES

Como é absolutamente natural, Isabel sentiu muitas saudades dos seus pais e irmãos e do ambiente onde vivia, embora no Castelo de Wartburgo fosse tratada como uma verdadeira rainha e respeitada por todos. E assim decorriam os anos. Mas para aumentar ainda mais as saudades dos seus pais e irmãos, com a idade de 7 a 8 anos, recebeu a notícia da morte trágica da sua mãe. A senhora Gertrudes lhe apareceu em sonho e lhe disse:

- “Minha filha, morri e estou me penitenciando dos meus pecados. Reze a DEUS por mim para abreviar os meus tormentos no Purgatório, e aceite a minha morte imerecida em reparação das minhas culpas”.

Ao acordar Isabel chorou muito, triste com o acontecido e rezou bastante e diariamente para a sua mãe, até que um dia, ela lhe apareceu novamente em sonho para avisá-la, que as orações tinham sido muito proveitosas, pois a salvou do castigo e a colocou na eternidade feliz.

O que aconteceu foi uma verdadeira tragédia. Três anos depois que Isabel se encontrava na Thuríngia (Alemanha), sua mãe foi barbaramente assassinada por fanáticos e extremistas húngaros, que estavam doentiamente enfurecidos e enciumados com o bom tratamento que a família real dispensava aos alemães que viviam na Hungria. Um grupo de reacionários aproveitaram a ausência do Rei André II que viajou para uma missão militar e invadiram o palácio, mataram a Rainha Gertrudes e alguns funcionários que tentaram defendê-la. Quando o Rei voltou caçou os assassinos e matou todos eles sumariamente.

 

PIEDOSA E DE CORAÇÃO CARIDOSO

O Landgrave Hermann cuidava que Isabel fosse criada junto com seu filho Luís (futuro Luís IV), a fim de que, pela constante convivência, se formasse entre os dois uma inclinação recíproca, garantia segura de um salutar entendimento. Também escolheu seis meninas, filhas das mais nobres famílias da corte, para serem instruídas e educadas junto com Isabel, pois bem sabia que as crianças normalmente se desenvolvem melhor, se vivem e estudam em companhia de outras crianças. Entre as companheiras da pequena Princesa achava-se uma, quase da mesma idade, que se chamava Guda (Judite), a qual, interrogada depois da morte de Isabel, depôs o seguinte:

“Quando Isabel tinha cinco anos de idade, mais ou menos, e ainda não sabia ler, ia ajoelhar-se ao pé do altar, abria um grande saltério, dobrava as mãozinhas em oração e, com precoce recolhimento, osculava o soalho de madeira. Por ocasião dos jogos de prendas impunha genuflexões e orações Ave Maria, a quem perdesse. Ganhando algum objeto ou recebendo presentes, dava parte às meninas pobres, sob a condição de elas rezarem um Pai Nosso e uma Ave Maria. Palavras obscenas, não as tolerava. Algumas vezes, a menina revelando grande piedade levava as colegas à Igreja e recitava com elas esta oração: SENHOR JESUS CRISTO, DEUS e SENHOR meu, como sofrestes tantos tormentos por mim, pobre pecadora, faço mal se não vos sirvo; SENHOR cure-me pelas vossas cinco chagas! Tinha DEUS no coração e vivia sempre cheia de amor em SUA DIVINA presença, dirigindo a ELE todos os sentimentos e pensamentos, todas as palavras e obras".

 

AMBIÇÕES DE INVEJOSOS CAUSAM DIFICULDADES

Isabel tinha apenas 9 anos de idade quando morreu o Landgrave Hermann I, seu futuro sogro. O Conde sempre a protegeu e revelava grande simpatia pelos hábitos piedosos da menina, e por isso mesmo, ninguém se atrevia a criticá-la ou colocá-la em embaraços impedindo a sua religiosidade. Acontece, porém, que com a morte dele, a situação mudou. A começar pela Condessa Sofia, esposa de Hermann, que era uma fidalga essencialmente mundana, que só exercitava a religião para salvar as aparências, por que não tinha uma fé consistente. E assim, como Sofia, também a sua filha Inês e a maioria das colegas de Isabel, não cultivavam a religião com seriedade, e por essa razão, elas consideravam exageradas e inadequadas àqueles procedimentos religiosos da menina, criticando e ridicularizando veementemente a sua permanente dedicação às orações e o seu profundo posicionamento respeitoso ao SENHOR. Isabel sofria calada, não regia e nem se ocultava, continuava com suas orações e não perdia em nenhum momento, a sua brandura e mansidão. Esperava paciente e confiava na Providência do SENHOR.

Aproximava-se o dia do seu casamento com o Conde Luis que assumiu o comando do Ducado, em virtude da morte do pai, e aumentavam as críticas e palavras ofensivas contra ela, inclusive, chamando-a de “beata”, que não saia da Igreja, que não entendia nada da etiqueta social. Os parentes e também diversos cavalheiros da corte, que deviam ser gentis, declaravam em voz alta que ela não era digna daquele casamento. E ainda, na continuidade, além das ofensas absurdas, surgiram às ameaças e intimidações, de mandá-la de volta ao seu país pela ausência mínima de condições sociais para um casamento na nobreza do reino da Thuríngia. E com este objetivo, a Condessa Sofia sagazmente tentava incutir em Isabel, que ela devia entrar num Convento que era muito melhor, por que aquela vida na corte não servia para ela. E o sofrimento de Isabel ainda crescia muito mais, ao ouvir de Inês, irmã do seu noivo, além dos termos ofensivos a gritante afirmação de que ninguém na corte e nem ela, deseja vê-la casada com o seu irmão.

O sofrimento diário de Isabel era covarde e impressionante, por que ela nunca reagia, abaixava a cabeça em silêncio, e na primeira oportunidade pedia licença aos presentes e se afastava.

 

COMO ERA O CONDE LUÍS?

E qual era o pensamento do noivo, diante de todos estes acontecimentos, da enxurrada de ofensas e do abominável desprezo contra a sua noiva?

Luís sempre foi um rapaz equilibrado, herdou o gênio responsável de seu pai e tinha suficiente discernimento para distinguir a superficialidade do tratamento na corte, da pureza e sinceridade de um coração fiel e sem qualquer malícia, como era aquele de Isabel. Antes da morte do seu pai, presenciando algumas cenas grotescas e ofensivas que sua mãe Sofia praticava contra ela, a quem ele afetuosamente chamava de “boa irmã”, sabia no momento certo, como consolar a sua futura esposa com palavras adequadas e carinhosas.

Mas, as mentiras, as calúnias e tramóias de todos os tipos, sempre existiram no ambiente da corte. E por isso mesmo, surgiu o boato de que o Conde Luis ia desmanchar o compromisso com Isabel, a fim de se casar com outra moça.

Ela, evidentemente, não quis acreditar naqueles comentários. Mas, estando sempre maltratada, espezinhada e ofendida por todos, passou a ficar retraída e pensativa: “Como saber a verdade?” Lembrou-se daquele tutor, Gautier de Vargila que a trouxe da Hungria e sempre cumpriu fielmente a missão de protegê-la no Reino da Thuríngia. Foi ao encontro dele e descreveu minuciosamente tudo o que se passava.

Vargila pediu tranquilidade a Isabel e, na oportunidade de uma caçada organizada no Ducado, quando Luis, que agora já era Duque, repousava na relva de um bosque depois de uma manhã movimentada, ele se aproximou e iniciou uma conversação:

- “Senhor, me permita que faça uma pergunta?”

- “Falai com confiança, eu responderei”. Disse o Duque.

- “Então me dizei o que pretendeis fazer com a donzela Isabel? Ainda pensais em casar com ela ou quereis revogar a palavra que destes, e reenviá-la para a corte do seu pai?”

Luis levantou-se prontamente e apontando com o dedo indicador para um monte que estava logo à frente, disse:

- “Vê aquela montanha? Pois bem, se fosse de ouro desde a base até o cume e, se me oferecesse todo ele, sob a condição de me separar da minha Isabel, jamais aceitaria. Digam e pensem dela o que quiser, eu a estimo muito e não há, neste mundo, a quem eu ame mais do que a ela. Dizei-lhe que jamais darei ouvidos àqueles rumores e nem ao que me aconselharem contra ela, pois Isabel será a minha esposa. Suas virtudes e piedade têm mais valor para mim do que todos os tesouros do mundo. Levai este objeto a ela, como novo penhor da minha fidelidade”.

E entregou a Gautier um espelho de fundo duplo, engastado numa peça de prata, onde havia embaixo do vidro, uma imagem de NOSSO SENHOR Crucificado.

 

CASAMENTO

Para acabar com todas as injúrias e maus tratos que faziam a Isabel, e por que também, conforme a Vontade Divina, o tempo já se havia completado, o Duque Luis anunciou na Corte a data do seu casamento com Isabel.

A cerimônia foi marcada para o verão do ano 1221, e foram convidados todos os nobres da Corte e dos Ducados vizinhos, sendo escolhido como paraninfos Gautier de Vargila e Meinrado de Mülberg, que anos passados trouxeram a noiva da Hungria para a Thuríngia.

Em solene cortejo, todos os nobres e os nubentes, desceram a pé o morro do Castelo Wartburgo, entrando na Igreja Matriz de São Jorge de Eisenach, onde foi feita a celebração religiosa e assinado, perante as autoridades, o contrato civil entre os dois esposos.

Isabel que era tratada na Corte com desprezo, agora, como esposa do Landgrave, era cumulada de honras e acompanhada com respeito e magnificência por todos os nobres. A festa se prolongou durante três dias. Ela estava feliz, por que discerniu corretamente a Suprema Vontade de DEUS, no sentido de que fosse realizado o casamento. Desde criança foi prometida ao Luís, pela vontade de seus pais, naturalmente inspirados por DEUS. Então ela compreendeu e tornou-se evidente que o SENHOR não a queria num Mosteiro, sua missão era outra, foi escolhida para ser a esposa do Landgrave da Thuríngia.

E os dois, Isabel e Luís, foram muito felizes, se compreendiam e se amavam com todas as forças, e dedicavam à grandeza do amor que cultivavam a DEUS NOSSO SENHOR, Criador e Inventor do Verdadeiro Amor que é gerado dentro do próprio Coração Misericordioso do PAI ETERNO

 

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