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 “NOSSA SENHORA DE NAZARÉ”

A História de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, provem de longa data, desde o tempo em que a Sagrada Família vivia em Nazaré. Depois, em face de fatos ocorridos no século V, a imagem seguiu para a Espanha. Lá permaneceu até o ano 711, quando em consequência da invasão da Espanha pelos hereges muçulmanos, a imagem foi levada para Portugal.

Aqui no Brasil, uma bela imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ chegou há cerca de duzentos anos trazida pelos Padres Jesuítas portugueses, que se radicaram particularmente na cidade de Belém, Capital do Estado do Pará, onde a devoção a VIRGEM DE NAZARÉ, cresceu e se enraizou, dando origem a uma linda e admirável manifestação religiosa, denominada “Círio de Nazaré”, tornando-se uma das maiores, se não a maior das procissões católicas do mundo, anualmente reunindo milhões de fieis, numa bonita e comovente manifestação de amor e carinho a MÃE DE DEUS.

NOSSA SENHORA DE NAZARÉ é a Padroeira do Estado do Pará e a bondosa Rainha da Amazônia, muito embora existam muitos Templos Religiosos dedicados a ela, em quase todos Estados da Federação Brasileira.

LENDA

O início da história está fundamentado numa lenda. O senhor Dom Fuás Roupinho, era um português muito religioso, um cristão que tinha grande amor por NOSSA SENHORA, e que pessoalmente exercitava com prazer e alegria, ajudar e auxiliar as pessoas necessitadas, principalmente aquelas que o procurasse. Ele era o Alcaide do Castelo de Porto de Mós, em Portugal, e administrava as atividades no Castelo, assim como a manutenção do grande terreno com as densas matas existentes na propriedade. Nos momentos de lazer gostava de fazer caçadas de animais silvestres na sua propriedade em companhia de amigos. Foi assim, que no dia 14 de Setembro de 1182, combinou com eles e realizou uma agradável caçada. Mas o tempo naquele dia não colaborou, pois logo começou a ficar nublado e baixou um forte nevoeiro que cobria densamente quase toda a área, atrapalhando a visão, e desse modo impedindo uma perfeita observação das caças. Foi então que o imprevisível aconteceu. Enquanto seus companheiros seguiam em outras direções atrás das suas caças, ele seguia a toda velocidade sua caça escolhida, quando de repente ela desviou bruscamente a direção de fuga, tomando outro caminho. Ele que vinha ligeiro com o seu cavalo, num rápido raciocínio, compreendeu estar no topo da falésia, bem próximo a beirada de um imenso precipício com mais de 100 metros de altura, em eminente perigo de morte. Na realidade, ele estava em cima da parte superior de uma gruta onde nela se venerava uma imagem da SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, com o MENINO JESUS ao colo. Então, no relâmpago de um raciocínio, em alta voz suplicou: “MÃE QUERIDA, VALEI-ME!” Imediatamente o cavalo em que estava, cravou com força as patas no penedo rochoso, parando bruscamente e salvando-o da morte eminente.

O Cavaleiro Dom Fuas entendeu todo o perigo. Compreendeu que verdadeiramente tinha ocorrido um grande milagre da SANTA MÃE DE DEUS. Desmontou e desceu até a gruta por um caminho lateral existente, para rezar e agradecer a NOSSA SENHORA o milagre que preservou a sua vida.

Na continuidade dos dias “ele idealizou um agradecimento”. Chamou os pedreiros e ordenou a construção de uma Capela na falésia, em cima da gruta, exatamente no local da ocorrência, a fim de ali permanecer a memória daquele prodigioso milagre. A Capela recebeu o nome de “Ermida da Memória” e então, ele mandou trazer a imagem de NOSSA SENHORA que estava na Gruta lá embaixo, a fim DELA ser venerada na nova Capela em cima. E desse modo, na “Ermida da Memória”, que ele construiu, colocou a imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ que ficou exposta à visitação e veneração dos fiéis.

 

HISTÓRIA

Depois que a nova Capela ficou pronta, aconteceu um fato interessante. Quando o Alcaide Dom Fuas ordenou que a imagem viesse para a nova Capela, os auxiliares desceram até a gruta embaixo, a fim de a transportarem com os demais objetos que existiam, para a “Ermida da Memória” (a nova Capela). E então, as pessoas que desceram a gruta, encontraram um Cofre de Marfim contendo relíquias interessantes: havia dentro as imagens de São Brás e de São Bartolomeu e também um pergaminho, onde se relatava a história da pequena imagem feita em madeira, colorida, representando a SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA sentada num pequeno banco, amamentando o MENINO JESUS.

Segundo os dizeres do pergaminho, aquela imagem de NOSSA SENHORA teria sido venerada desde os primeiros tempos do Cristianismo, em Nazaré, na Galiléia. Assim, para que os fieis visitantes conhecessem a história da imagem, no ano 1623, aquela região já havia se transformado na Vila de Nazaré, e o novo administrador denominou aquela região onde estava a Capela, de Sítio de Nazaré. Ele mandou confeccionar uma lápide que foi colocada na “Ermida da Memória” (na Capela), onde gravou o conteúdo escrito no pergaminho: “A imagem terá sido esculpida por São José que era carpinteiro, em Nazaré, na Galileia, quando JESUS era criança. Algumas décadas depois São Lucas evangelista terá pintado os rostos e as mãos de MARIA e de JESUS. A imagem permaneceu em Nazaré até ser trazida para Belém no século V, pelo Monge grego Ciríaco que a entregou a São Jerônimo de Estridão, que a ofereceu a Santo Agostinho, que por sua vez doou a imagem ao Mosteiro de Cauliniana, perto de Mérida na Espanha”.

Então foi esta a mesma imagem que se encontrava no Mosteiro na Espanha e que foi trazida para a gruta em Portugal, no ano 711. Assim sendo, essa imagem, sem dúvida, poderá ser a mais antiga venerada pelos cristãos.

Até hoje, a tradição aponta aos visitantes da Capela “Ermida da Memória” a marca deixada pela ferradura das patas do cavalo de Don Fuas, na falésia, no extremo do “Bico do Milagre”, ao lado da referida Capela, no “Sítio de Nazaré”.

No Mosteiro de Cauliniana, na Espanha, a imagem permaneceu até 711, ano da batalha de Guadalete, quando as poderosas forças muçulmanas invadiram a Espanha, destruíram a resistência cristã e ocuparam o país. Os cristãos espanhóis foram forçados a fugirem desordenadamente para o norte. Entretanto, Dom Rodrigo, Rei Cristão derrotado pelas forças muçulmanas, conseguiu escapar do campo de batalha e depois, com muita habilidade, disfarçado em mendigo refugiou-se incógnito em Cauliniana. Porém, certo dia ao confessar-se com Frei Romano, um dos Monges, teve de lhe dizer a verdade, narrando quem ele era e porque fugia. Diante do terrível fato, o Monge propôs-lhe então, fugirem juntos para o litoral atlântico, e levaram consigo a antiga imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, que se venerava no Mosteiro, a qual tinha adquirido fama de milagrosa. Por sua vez, os demais Monges sabendo da invasão muçulmana, decidiram não permanecer em Cauliniana, também se prepararam e fugiram para outras regiões, deixando o Mosteiro vazio e bem trancado.

Dom Rodrigo e Frei Romano chegaram ao destino no dia 22 de Novembro de 711, e se instalaram no Monte Seano, em Portugal, hoje denominado Monte de São Bartolomeu, numa Igreja abandonada. Hoje, conjectura-se, que a intenção deles de permanecer inicialmente naquela região, é o fato de existir nas imediações um Mosteiro e a Igreja de São Gião. Mas os dois permaneceram pouco tempo juntos. O Rei ficou naquele mesmo local, mas o Monge levando consigo a imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, instalou-se a três quilômetros do Monte São Bartolomeu, numa pequena gruta embaixo de uma falésia sobre o mar. (A mesma Gruta onde anos posteriores aconteceu o Milagre)

Passado um ano, o Rei Rodrigo decidiu abandonar a região e imagina-se que se tenha deslocado até Lisboa. Frei Romano continuou vivendo naquela gruta, um pequeno eremitério subterrâneo até a sua morte. Assim, a sagrada imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ continuou sobre o pequeno altar que ele fez no interior da gruta (do eremitério) onde ele, o Monge, a tinha colocado. Longe de todos, com raríssimos visitantes, ali permaneceu até 1182, quando aconteceu o milagre com Dom Fuas e então, ela foi levada para a Capela “Ermida da Memória”, que Dom Fuas mandou construir sobre a Gruta, no “Sítio de Nazaré”. Significa dizer, que esta pequenina imagem permaneceu naquele mesmo “Sítio de Nazaré”, desde ano 711-712 até o ano 1182, ou seja, durante 470 a 471 anos.

Em 1377, o Rei Dom Fernando de Portugal (1367-1383), devido à significativa afluência de peregrinos, mandou construir perto da Capela feita por Dom Fuas, uma Igreja maior para a qual foi transferida a imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ.

O título da invocação de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ deu o nome à Vila da Nazaré, onde hoje a imagem é venerada no belo SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, construído especialmente para acolher a Santa Imagem e aonde os milhares de devotos vêm visitá-la. Esta devoção foi conhecida e divulgada em todo o Império Português, sobretudo devido à ação evangelizadora dos Jesuítas que consagraram a NOSSA SENHORA DE NAZARÉ a sua principal Casa de Noviciado em Lisboa, ainda quando era a capital do Império Português.

 

ÉPOCA DA COLONIZAÇÃO

A popularidade da devoção a NOSSA SENHORA DE NAZARÉ desde a época dos Descobrimentos já era tão significativa, que Vasco da Gama, antes e depois da sua primeira viagem à Índia, e também Pedro Álvares Cabral, vieram em peregrinação ao Sítio de Nazaré. Entre outras importantes autoridades e pessoas da realeza que visitaram e rezaram diante da imagem, estão: a Rainha D. Leonor da Áustria, terceira mulher do Rei Dom Manuel I; também a Irmã do Imperador Carlos V, futura Rainha da França, veio visitar a imagem e permaneceu no Sítio de Nazaré alguns dias, no ano 1519, num alojamento de madeira construído especialmente para esta ocasião. O famoso Padre Jesuíta São Francisco Xavier, denominado o Apóstolo do Oriente, veio especialmente em peregrinação à Nazaré antes de partir para Goa. Aliás, foram os Jesuítas portugueses os grandes propagadores deste culto em todos os continentes.

 

APÓS OS DESCOBRIMENTOS

Nos séculos dezessete e dezoito aconteceu a grande divulgação do culto de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ em Portugal e no Império Português. Ainda hoje se veneram algumas réplicas da verdadeira imagem de madeira, e existem várias Igrejas e Capelas dedicadas a esta devoção espalhadas por todo o Mundo.

No século dezesseis, o SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ fundado por Dom Fernando, começou a ser reconstruído e aumentado, tendo as obras se prolongado até o final do século dezenove. O edifício atual é moderno e com um bonito e funcional caráter peculiar.

A sagrada imagem colorida, com pouco mais de um palmo de altura, representa NOSSA SENHORA DE NAZARÉ sentada num banco amamentando o MENINO JESUS sentado na sua perna esquerda. Está exposta na capela-mor num nicho iluminado integrado no retábulo barroco, ao qual os devotos podem aceder subindo uns poucos degraus de escada que parte da sacristia.

 

NA ATUALIDADE

È importante destacar que a imagem de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ que se venera em Belém, capital do Estado do Pará, é uma imagem milagrosa, cuja festa anual recebeu o nome de “CÍRIO DE NAZARÉ”, tornando-se uma das maiores romarias do mundo, recebendo milhões de peregrinos em um só dia.

Compreende-se assim, que a devoção a NOSSA SENHORA DE NAZARÉ é de origem portuguesa. Ela veio para o Brasil, introduzida no Pará pelos jesuítas portugueses, há mais de 200 anos, com uma participação admirável do povo brasileiro. Com o aumento da devoção, foi construída uma linda Basílica dedicada a NOSSA SENHORA DE NAZARÉ em Belém, no Pará. Em todos os anos, no dia 2 de Outubro, acontecem as grandes manifestações do “CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ”, reunindo multidões de pessoas de todas as regiões do Brasil e inclusive de outras nacionalidades. Neste ano de 2019 a quantidade de pessoas participantes, segundo dados oficiais, alcançou o expressivo número de mais de 2 milhões de fiéis. A procissão ao longo de um dia, percorre as principais ruas da cidade e um trecho do mar, na baia de Belém. A seguir a imagem é reconduzida a Basílica, onde sempre termina a procissão, e é realizada uma fervorosa e bem participada Santa Missa com todos os devotos.

Procissões semelhantes em honra e homenagem a NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, também ocorrem em outras cidades do Pará: em Marabá, na cidade de Cametá, em Muaná, também em Parauapebas, em Aurora do Pará, na cidade Mãe do Rio, em Macapazinho, em São Miguel do Guamá, em Primavera, em Soure, no Castanhal, em São João de Pirabas, em Vigia e também na cidade de Portel na Ilha de Marajó.

NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, é padroeira do Estado do Pará e Rainha Protetora de toda Amazônia.

 

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