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A LUZ DA VERDADE

 

A MISERICÓRDIA DIVINA

Ao lado do ofício de Sacristão, Geraldo tinha uma obra de misericórdia que fazia dele o amigo dos que sofrem. Era um amor dedicado e perseverante, que brotava espontaneamente no fundo do seu coração para abraçar e cuidar de todos os que sofriam, principalmente dos doentes, inclusive os pobres doentes. Ele de fato via nos doentes a imagem do CRISTO sofredor a desafiar a fé daqueles que afirmavam acreditar nas Divinas Palavras: “Estive doente e me visitastes... Cada vez que visitastes um desses meus irmãos mais pequeninos, a MIM o fizestes”. (MT 25, 36. 40)

Ele via nisso uma maneira concreta de se identificar com o CRISTO misericordioso e compassivo. Por isso mesmo, tomou a firme resolução: “Todas as vezes que me for permitido, estarei fazendo visitas aos doentes. Se possível, várias vezes ao dia”.

Certo dia foi visitar um pobrezinho que estava com tuberculose. Estava muito mal mesmo, e não havia qualquer esperança de cura. Quando Geraldo entrou no quarto, uma grande paz se apossou do doente. Então ele num tom de voz agradável e sincera, passou a incutir no pobrezinho o extraordinário e maravilhoso poder de JESUS que a muitos doentes curou. E também falou e argumentou, sobretudo, da necessidade que devemos ter uma sincera fé em JESUS, por que para ELE nada é impossível. O doente se transformou, encheu-se de fé e de esperança na magnânima Bondade do SENHOR. Geraldo se despediu dele dizendo: “Meu amigo, tenha confiança em DEUS, você vai sarar”.

O médico que estava perto e presenciou todo o diálogo, não gostou nada daquilo que o Geraldo falou ao doente, pois ele, poucos momentos antes tinha comunicado aos parentes do doente que a “hora dele havia chegado". Por essa razão, virou-se para Geraldo e disse rispidamente: “Ele jamais sarará... Um dos seus pulmões já se foi”.

Geraldo fixou os olhos nele e falou: “Doutor, você acha que DEUS não pode curar o pulmão dele e até lhe dar um pulmão novo? Pois DEUS vai curá-lo, para nos mostrar que nessas horas, só NELE devemos esperar”.

Poucos dias depois, aquele que vivia à porta da morte, estava na Igreja, diante do Sacrário, agradecendo a JESUS a sua completa cura.

UM HOMEM SEMPRE DISPOSTO A SERVIR

Geraldo era um excelente trabalhador e nos anos seguintes foi por várias vezes jardineiro, alfaiate, porteiro, cozinheiro, carpinteiro e encarregado das obras da nova casa de Caposele. Aprendia rápido: visitando a oficina de um escultor, logo começou a fazer os crucifixos. Na verdade, ele era uma “jóia rara” na Comunidade. Tinha apenas uma ambição: fazer em tudo a vontade de DEUS.

Independentemente de suas atividades programadas, tinha tempo para rezar, e rezar bastante, assim como estava sempre pronto para servir quem necessitasse, mesmo que fosse um trabalho completamente diferente daqueles que habitualmente realizava.

Esta disponibilidade causava admiração e impressionava a todos, permanecendo nas mentes o enigma: como era possível um homem assim? Na verdade, ele tinha muita disposição e organizava muito bem o seu tempo. E assim fazia porque possuía uma força oculta, muito poderosa, que direcionava os seus passos e sua vida. Quase todas as noites ele estava na Capela do Seminário, fazendo companhia e conversando com JESUS. O cansaço, o sono, nada o detinha. Exauria do Amor Divino a orientação e a força, que lhe permitiam trilhar de maneira inigualável as veredas da existência.

Ele costumava dizer: “Quero amar a DEUS, estar sempre unido a DEUS e tudo fazer por amor de DEUS. Por que o verdadeiro amor Divino consiste essencialmente no abandono completo nas Mãos de DEUS, na conformidade à Sua Vontade”.

SEGUNDO NOVICIADO

Geraldo tinha sido testado de todas as formas e enfrentado os mais terríveis sofrimentos, sem nunca dar nenhuma demonstração de desânimo. Então já podia se consagrar definitivamente a DEUS. Por isso podia começar, o que os Redentoristas denominam, de Segundo Noviciado. È um tempo forte de espiritualidade, com a intenção de completar a preparação  para a Consagração definitiva.

Ele levou muito a serio este período, deixando transparecer visivelmente o seu entusiasmo e a grandeza da sua alegria. Estava no inicio do ano 1752 e diversos fatos curiosos aconteceram na sua vida.

Certa vez, ajudando a Santa Missa, ficou tão arrebatado pelas coisas de DEUS que entrou em êxtase, totalmente mergulhado na graça Divina. Inutilmente tentaram chamá-lo diversas vezes, mas só saiu do êxtase no final da celebração.

Finalmente chegou o dia 16 de Julho de 1752, dia da sua Consagração definitiva a DEUS. E no dia 16 de Julho se comemora a Festa do SANTÍSSIMO REDENTOR e a Festa de NOSSA SENHORA DO CARMO. Então foi um dia muito especial para Geraldo, que sem dúvida, marcou a sua vida.

UMA ABOMINÁVEL CALÚNIA

Todas as pessoas atravessam fazes boas de progresso espiritual e material, e fazes que não são tão boas, onde as forças do maligno querem aproveitar para edificar baluartes objetivando destruir ou danificar nossa existência. E isto acontece com todos, inclusive com os religiosos que são homens de fé consolidada. Por isso, às vezes ficamos pensando: nós que vivemos com DEUS e em DEUS, porque ficar expostos as crueldades e tentações do maligno? Na realidade, isto acontece porque DEUS NOSSO SENHOR permite, e permite por Amor, para testar a nossa resistência e fidelidade no caminho do bem, sacudindo violentamente o nosso espírito as vezes enfraquecido por uma vaidade ou cego por uma forte ambição. Pela mesma razão, DEUS permite que também aconteça o mesmo com os religiosos, para torná-los homens fortes e imbatíveis, na batalha espiritual de cada dia.

Um dia JESUS CRISTO falou: “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de MIM”. (MT 5,11)

Numa ocasião aproximou-se de Geraldo uma jovem, Néria Caggiano,  que queria entrar para a vida religiosa. Era pobre e não tinha como arranjar o dote necessário a sua entrada no Convento. Ele vendo a boa intenção da moça, a estimulou prometendo ajudá-la a conseguir o dote necessário.

E Geraldo com toda humildade, bateu nas portas das casas dos ricos, a fim de conseguir o valor suficiente para o dote da moça. E conseguiu quase tudo e a Néria pôde entrar para a vida religiosa.

Ela foi enviada para o Mosteiro Redentor de Foggia, mas não ficou muito tempo, não suportou a saudade da sua família e nem resistiu à austeridade da vida religiosa. Entrou numa profunda tristeza e acabou abandonando o Convento.

Como justificar a sua saída do Convento?

Muitas pessoas perguntavam, e ela com vergonha de dizer a verdade, inventou uma terrível mentira para justificar o seu procedimento. Caluniou Geraldo, dizendo que ele tinha tido uma aventura amorosa com uma moça chamada Nicoleta, e estava olhando muito para ela. E assim Néria teceu um argumento fantasioso tão venenoso que conseguiu levar na conversa até o seu Confessor Padre Benigno Boaventura.

Padre Benigno acreditou em Néria e viu que o caso era muito grave, decidindo-se em consciência levar o fato ao conhecimento de seu amigo, Dom Afonso de Ligório, fundador e Superior dos Redentoristas.

Dom Afonso ficou horrorizado, foi como se tivesse sido atingido por um terrível raio. Rezou muito e suplicou a Luz de DEUS. Ele conhecia Geraldo, sabia das suas virtudes, não era possível acreditar naquela denúncia. Dizia para si mesmo: “Isto é uma calúnia”. Dom Afonso, era um homem inteligente e sábio, e não iria tomar nenhuma decisão antes de conversar com Geraldo. Por isso, mandou chamá-lo.

Geraldo estava no Mosteiro de Iliceto já há cinco anos. Todos gostavam dele e respeitavam as suas excepcionais qualidades. Ele recebendo a ordem partiu imediatamente para Nocera dei Pagani. Não sabia qual o motivo da convocação e de nada que tivesse acontecido. Chegando foi procurar Dom Afonso no seu escritório. O Bispo estava nervoso e meio intranquilo. Mandou-o sentar e foi logo dizendo:

- “Irmão Geraldo, acredito que você já sabe por que mandei chamá-lo. Há aqui uma acusação contra você”.

Geraldo gelou. Nunca podia imaginar tal coisa. Baixou os olhos e ficou em silêncio. Dom Afonso continuou, narrando tudo o que se falava contra ele. Depois lhe perguntou:

- “Você tem alguma explicação?”

- “Nenhuma, meu Padre”. Respondeu Geraldo.

- “Não quer se defender?” Perguntou Dom Afonso.

- “Não, Padre”.

O castigo previsto para um caso desta natureza era a expulsão da Congregação.

As palavras de JESUS se tornaram acontecimento na vida de Geraldo: “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem...”

Dom Afonso tomou a sua decisão, proibindo Geraldo de três coisas:

1 – Conversar com pessoas estranhas à Congregação;

2 – Manter correspondência epistolar;

3 – E de receber JESUS SACRAMENTADO na Santa Comunhão.

E como segunda decisão da autoridade Redentorista, Geraldo foi enviado sucessivamente a diversas Casas da Ordem Religiosa, numa verdadeira peregrinação. Por fim foi mandado para Caposele. Depois de poucos dias de sua chegada, o Padre Superior em Caposele lhe chamou e lhe deu uma consoladora notícia: Dom Afonso tinha enviado uma ordem, permitindo que Geraldo Comungasse nas Santas Missas aos Domingos. Para ele, foi uma imensa alegria.

Assim, Caposele foi o lugar da vitória da justiça sobre a iniquidade. O fato aconteceu assim:

Néria estando gravemente enferma, e em situação de morte, não suportou a dor do remorso que a perseguia, por isso escreveu uma carta a Dom Afonso e contou toda a verdade, pedindo perdão pela abominável mentira espalhada contra Geraldo.

Foi um dia de muita alegria para todos! Para Geraldo, nem tanto. Ele tinha consciência da verdade e uma imensa fé na Providência de DEUS. Sabia que a Justiça Divina ia se manifestar na ocasião certa e no momento propício.

Depois disto, Geraldo pode trabalhar em todas as Casas da Comunidade Religiosa Redentorista, levando sempre, o testemunho de sua vida de homem de DEUS. Primordialmente ficou conhecido por sua humildade, paciência, hospitalidade, e, sobretudo, pelo seu notável espírito de oração. Era um homem que rezava e fazia os outros rezarem.

 

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