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A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

 

 

Vários fatores influenciaram a eclosão do conflito mundial. Entretanto, sem dúvida, um dos motivos mais fortes foi o surgimento na Europa, na década de 1930, de governos totalitários que alimentavam objetivos militares e expansionistas. Na Alemanha surgiu o Nazismo, liderado por Adolf Hitler, que se fixou no desejo de aumentar o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versailles (assinado em 28 de Junho de 1919, após o final da Primeira Grande Guerra Mundial). O Tratado configurava um acordo de paz entre as Nações. O objetivo inicial de Hitler era reconquistar os territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Na Itália cresceu o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que se tornou o “Duce”, com poderes plenos e absoluto, sem limites.

Outro fator que influenciou preponderantemente, tanto na Itália como na Alemanha, foi que na década de 1930 estes dois países passavam por grave crise econômica, com milhões de pessoas sem emprego. E desse modo, uma das soluções encontradas por estes países, foi a industrialização maciça na fabricação de armamentos e equipamentos bélicos (aviões militares, submarinos, tanques, navios de guerra, etc.).

Por outro lado, na Ásia, o Japão apesar de se encontrar em excelente estabilidade financeira, possuía fortes desejos de expandir o seu território, e com este objetivo, há tempos vivia em ameaças e escaramuças militares com a Mantchúria e com a China. Então, estes três países (Alemanha, Itália e Japão) assinaram diversos acordos militares, formando o famoso “EIXO”, que pretendiam realizar conquistas expansionistas e ocupar o mundo, no interesse comum.

Definidos os objetivos, considera-se como ponto inicial da Guerra, a invasão da Polônia pela Alemanha, no dia 1º de Setembro de 1939. Logo em seguida, dois dias depois, em consequência dos Tratados Militares existentes na Europa, a França e a Inglaterra declararam guerra a Alemanha. A movimentação militar foi muito grande, envolvendo outras nações e praticamente deixando o mundo inteiro dividido em duas partes: aqueles favoráveis ao “EIXO” contra os outros países “ALIADOS” , encabeçados pelos Estados Unidos, Inglaterra e Rússia e com a colaboração de muitos outros países, inclusive o Brasil. Foi um terrível conflito global que durou de 1939 a 1945, com uma impiedosa destruição de cidades e uma impressionante quantidade de mortes, entre 50 e 70 milhões de pessoas morreram no conflito, principalmente civis.

Os principais países envolvidos, dedicaram toda a sua capacidade econômica, industrial e científica, a serviço dos “esforços de guerra” para produzir em massa, a fim de oferecer melhores condições aos seus militares. A guerra ficou marcada por um significativo número de ataques contra civis, incluindo abomináveis “perseguições”, e também o detestável “Holocausto” contra os judeus, e inclusive, contra os poloneses e prisioneiros dos outros países inimigos, num absurdo plano de “extermínio total”.

A Alemanha se preparou fortemente, com a intenção de vencer a guerra, pois possuía um arsenal militar apreciável e com incrível poder de destruição, tendo as famosas Bombas Voadoras V-2, uma fortíssima aviação comandada pela Luftwaffe, com seus ágeis Junkers e Stukas, uma rápida e ligeira infantaria motorizada, bem treinada, que realizava a guerra-relâmpago, uma verdadeira Blitzkrieg, possuindo poderosos tanques e ágeis submarinos, os compactos Destroiers e Cruzadores, que formavam uma poderosíssima esquadra naval de guerra.

De saída, a Alemanha anexou a Áustria, a qual logo ficou fazendo parte do III Reich. Hitler falava que seu país precisava de espaço vital. Exigiu que a Polônia lhe entregasse Dantzig e o corredor polonês, para ter acesso ao mar Báltico. Os Poloneses recusaram. Hitler mandou as suas forças invadir e destruir tudo. Morreu muita gente e foram feitos milhares de prisioneiros. A última resistência era Varsóvia, e sobre ela, a aviação alemã despejou toneladas e toneladas de bombas, destruindo 80% dos edifícios e casas. Em 19 dias a Alemanha Nazista arrasou a Polônia que virou um monte de ruínas. Não houve tempo para evacuar a cidade, por essa razão, a mortandade civil foi imensa. A Gestapo, que era a polícia Nazista, atuava de maneira severa, covarde e de uma ferocidade animalesca, prendendo e enchendo as prisões de vítimas, destruindo ideais, esperanças e a vida de homens, mulheres, jovens e crianças. Os abomináveis SS, constituíam a elite das forças de Hitler, e eram homens e mulheres frios de sentimento e indiferentes a dor alheia, fuzilavam as pessoas num apavorante e incansável programa de “extermínio total”.

Com a rendição da Polônia, o russo comunista Joseph Stalin que tinha um “Tratado de Não Agressão” com a Alemanha, aproveitou a ocasião e, com seus exércitos invadiu o outro lado da Polônia, dividindo o país em duas partes: a Polônia Nazista e a Polônia Comunista.

Hitler zombava das potências “ALIADAS” (no momento era França e Inglaterra) e continuava firme nas suas agressões. Bombardeou Londres dia e noite com as Bombas Voadora V-2, causando pânico, morte e muita destruição. E a seguir, do dia 5 a 24 de Junho de 1940, ocupou a Bélgica, a Holanda e invadiu a França, numa terrível Blitzkrieg. Estes fáceis triunfos envaideceram Hitler, que se sentia invencível e todo-poderoso. E assim, não querendo dividir a Polônia com a Rússia, almejou também destruí-la. Mas os seus Generais temerosos não aconselhavam a campanha militar contra os Comunistas, pois o território russo é muito grande e aproximava o tempo do Inverno. Junto a esta realidade também havia o fato de que Hitler tinha assinado com Stalin um “Tratado de Não Agressão”… Mas Hitler não quis saber de conversa e deu ordem aos seus Generais, ataquem já! E isso aconteceu no dia 22 de Junho de 1941.

Todo material bélico alemão ficou concentrado na Polônia, pois os Nazistas queriam atacar primeiramente a Ucrânia. Então era necessário limpar toda a área, a fim de garantir a retaguarda. E desse modo, todos os dias, milhares de poloneses eram fuzilados. E da mesma forma, os Alemães também atacaram os Russos, que ocupavam o outro lado da Polônia, que apavorados com o poderio militar alemão recuaram para o seu território. Os poloneses sofreram todos os tipos de crueldade. Aqueles que tinham certa liderança, e podia representar qualquer perigo para o III Reich, eram presos e sumariamente trucidados. Aliás, este procedimento dos alemães já vinha ocorrendo há algum tempo, com a finalidade de não sofrerem nenhum tipo de ameaças dentro das áreas ocupadas.

E para abrigar tantos prisioneiros, os Nazistas tiveram a idéia de criar os “Campos de Concentração”, verdadeiros antros de extermínio, que não oferecia nenhum tipo de esperança de vida ou de liberdade, aos que se encontravam lá. E como eram muitos prisioneiros, haviam muitos Campos: Ravensbrueck, Dachau, Buchenwald, Amtitz, Gross-Rosen, Dora, Mauthausen, a pavorosa Treblinka, Sobibor, Majdanek, Bergen-Belsen e a infernal Auschwitz.

PADRE KOLBE É PRESO

No conceito Nazista, havia um Frade Franciscano que incomodava o III Reich com suas publicações. Por isso, no dia 17 de Setembro de 1940, Padre Kolbe foi preso, pois os alemães estavam com receio da grande influência que exerciam a Revista e as outras publicações Marianas dirigidas por ele. Nesta data, soldados da Wehrmacht se apresentaram a porta principal do Convento de Niepokalanów (Cidade da Imaculada) e aos berros ordenou que todos saíssem. Ninguém poderia permanecer naquela casa, somente duas pessoas: um enfermeiro e um Frade ajudante, para cuidar dos feridos e dos enfermos. Eles obedeceram e foram todos amontoados em caminhões e depois, em vagões de transporte de gado, na maior sujeira que se pode imaginar. Não havia sanitários nos vagões! Gado não precisa de sanitário! No dia 24 de Setembro, Frei Maximiliano Kolbe e seus companheiros chegaram ao Campo de Concentração de Amtitz, pois tinham sido condenados a trabalhos forçados. Os prisioneiros eram duramente tratados com palavras e cruéis humilhações. Uma humilhação após outra. Tinham uma alimentação miserável e apanhavam dos guardas mesmo sem ter feito qualquer coisa errada. Os guardas batiam nas pessoas com tanta violência e raiva, como se estivessem batendo em animais. E também, havia uma promiscuidade generalizada, pois viviam juntos homens, mulheres, jovens e velhos, amontoados nos aposentos. Eles, juntos e amontoados, passavam frio e fome. Frei Kolbe procurava animar os prisioneiros infundindo-lhes confiança na IMACULADA VIRGEM MARIA. Para todos tinha uma palavra de conforto e carinho. Ele organizou e instruiu muitos prisioneiros, de modo que podiam rezar e meditar mesmo realizando os duros trabalhos e sofrendo a pancadaria dos guardas.

No dia 8 de Dezembro de 1940, festa da IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM MARIA, Padre Kolbe e os demais Frades foram colocados em liberdade! Uma surpresa que ninguém esperava, mas que evidentemente causou muita alegria. Aos poucos foram voltando para Niepokalanów. Entretanto, nem todos puderam voltar, porque alguns eram procurados pela Gestapo. Mas o Padre Maximiliano Kolbe não alimentava ilusões, sabia que não ia sobreviver a esta guerra. Lembrava-se da sua infância e da “coroa vermelha”que a VIRGEM MARIA lhe mostrou.

E assim aconteceu:

Dia 17 de Fevereiro de 1941, pela parte da manhã, um estranho carro preto parou à frente do Convento. Todos sabiam que era um carro enviado pela Gestapo. Alguns indivíduos descem do carro e acionam a campainha do Convento. O Frade porteiro ao abrir a porta, se assustou com os homens e correu para avisar o Superior, Padre Kolbe. O Padre entendeu a presença dos Nazistas e disse ao porteiro:

- “Está bem. Já vou. MARIA IMACULADA me dá forças”.

Frei Kolbe foi ao encontro dos Nazistas, e como de costume, os saudou:

- “Louvado seja NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”.

Os Alemães não responderam, mas um deles perguntou:

- “Você é Maximiliano Kolbe”?

- “Sim, eu sou Maximiliano Kolbe” , respondeu o sacerdote.

- “Então, venha conosco”. Ordenou o Nazista.

Foi preso com mais quatro Padres. (Desses somente dois sobreviverão).

Antes de entrar no carro, Frei Kolbe olhou pela última vez a sua querida Niepokalanów com seus irmãos a porta do prédio. Do fundo do coração abençoou cada um deles. Ele estava convencido interiormente de que nunca mais voltaria para junto daqueles queridos irmãos.

O destino daquela viagem foi Varsóvia, onde ficou encarcerado na terrível prisão de Pawiak. Famosa pelos maus tratos que dispensava aos prisioneiros. Frei Kolbe foi colocado na cela 103. Logo conquistou a amizade e simpatia dos outros prisioneiros. Rezava com eles e os consolava. Mas certo dia, ele passou uma terrível provação: houve uma inspeção geral na prisão, e quando o chefe da SS Nazista viu o religioso com o seu hábito franciscano, teve um ataque de raiva e furor, arrancou o rosário que o Frade carregava na cintura e vociferou:

- “Imbecil, cretino, porco, padreco, vá me dizendo se acredita nessa bobagem”? Ao mesmo tempo pegando no Crucifixo do Rosário que o Padre trazia na cintura.

- “Sim, eu acredito”. Respondeu calmamente o Padre Kolbe.

Rápidamente um forte tapa estalou no rosto do pobre Frade que chegou a dobrar o corpo e sentiu na boca o gosto de sangue.

- “Então, você ainda acredita”? Perguntou o Nazista.

- “Sim, eu acredito”. Disse o Padre Kolbe.

O Nazista irado desfechou uma saraivada de socos dizendo terríveis blasfêmias. O rosto do Padre ficou marcado pela violência e com dificuldade ele conseguiu se levantar do chão.

- “E então, diga-me se ainda acredita”? Indagou o Nazista espumando de ódio.

- “Sim, eu acredito”. Respondeu o Padre Kolbe com extrema dificuldade.

A ira do carrasco Nazista explodiu sem limites, desfechando violentos socos, pontapés e terríveis blasfêmias, deixando o Padre prostrado no chão. Cansado de bater e de xingar palavrões, virou as costas e bateu a porta, deixando o local, enquanto Padre Kolbe permaneceu quase desmaiado no chão. Aos poucos foi se levantando, seu rosto estava cheio de hematomas e sangrava. Seus companheiros de cela estavam revoltados com a cena, mas Padre Kolbe procurou acalmá-los. Mal podendo falar, disse:

- “Não é nada! Seja tudo em honra da IMACULADA! DEUS tenha piedade dele”!

Os médicos, também prisioneiros, rapidamente o levaram para a enfermaria, para tratá-lo e também com receio de que o algoz voltasse para extravasar todo o seu ódio contra o Padre. Na enfermaria ele estaria livre daquele monstro.

Alguns dias após este acontecimento vieram vinte (20) Frades do Convento de Niepokalonów até a prisão e se ofereceram ao Comandante, para ficar no lugar de Maximiliano Kolbe. O Comandante não aceitou a troca, o Nazista considerava o Padre Kolbe um prisioneiro muito importante, que tinha muita influência, e por isso mesmo, era muito perigoso para o III Reich.

Na prisão, Padre Kolbe raramente podia escrever e tudo era rigorosamente censurado. A última carta que escreveu na prisão de Pawiack foi dia 12 de Maio. Reproduzimos a seguir um pequeno trecho:

“A IMACULADA, nossa Mãe amorosa, sempre nos rodeia de cuidados e de ternura, e velará sempre… Por que vocês se preocupam, meus filhos? Nada de mal nos pode acontecer, se DEUS e a IMACULADA não o permitirem. Deixemo-nos ser conduzidos por Ela, cada vez mais docilmente, para onde Ela nos quiser levar, seja qual for o Seu desejo, a fim de que, cumprindo nosso dever filial, possamos por meio do amor, salvar todas as almas”.

A prisão de Pawiack estava lotada, precisavam transferir prisioneiros para dar lugar aos novos. Entre os nomes da longa lista de transferência, estava o de Padre Maximiliano Kolbe, que foi enviado ao Campo de Concentração de Auschwitz, o mais terrível e cruel de todos, onde os prisioneiros sofriam as mais atrozes torturas físicas e do espírito. Os fornos crematórios fumegavam dia e noite, procurando aprimorar seus métodos de extermínio, cumprindo a ordem de Himmler: “A Solução Final”.

O trem superlotado partiu da Estação Norte de Varsóvia para Óswiecim, onde está o famoso Campo de Concentração. Segue devagar, por que vai parar em outras cidades. Amontoados num calor escaldante aqueles prisioneiros sentem o começo de um inferno. Chegam ao anoitecer. Pela manhã do dia seguinte, obedecendo à ordem nazista formam duas grandes filas. São examinados pelos médicos e separados, os que vão morrer agora e aqueles que vão para os blocos de habitação e o trabalho severo. Os que vão morrer, logo a seguir são fuzilados ou morrem na câmara de gás, iludidos, pensando que vão tomar um refrescante banho de chuveiro para aliviar o insuportável calor.

Maximiliano foi colocado no Bloco 14, e a partir de agora, não tem mais nome, é identificado por um número. Seu número fixado pelos nazistas é 16.670. Nas divisões feitas pela administração do Campo, Padre Kolbe ficou na companhia “Babice”, que era a mais atormentada de todas, e tinha por chefe um monstro satânico e sanguinário de nome Krott.

A escritora Maria Winowski, sobrevivente deste Campo de extermínio, foi biografa de Maximiliano Kolbe, e conta ter ouvido de uma testemunha ocular, Padre Sweda, detalhes dos tormentos e do inferno que Frei Kolbe suportou em Auschwitz. Só para se ter uma idéia, chamar o tal carrasco Nazista Krott de demônio, é um elogio, corresponderia a chamá-lo de santo, porque ele foi tão barbaramente ruim, perverso e maldoso, que o demônio é santo perto dele. Por isso, não vamos transcrever na íntegra os cruéis e satânicos sofrimentos do Padre Kolbe, por que além de desumanos, causa mal estar a quem lê. A seguir, apenas citaremos alguns fatos, a fim de que cada leitor possa fazer uma idéia e imaginar sobre os mesmos, concluindo sobre o abominável e terrível suplício do Padre Kolbe no Campo de Concentração de Auschwitz.

Krott tinha um terrível e feroz ódio contra os Padres. Assim que viu o Padre Kolbe tratou de persegui-lo convenientemente, preparando as piores e mais cruéis maldades, para acabar com ele de uma vez. Esse inferno durou 14 dias.

Um dia Krott observou como o seu prisioneiro se arrastava com dificuldade. Ele pensou, vou me divertir mais um pouco com esse porco polonês. Era comum o prisioneiro transportar troncos de madeira, para abastecer os fornos crematórios. Então, ele separou uns troncos mais pesados e mandou o Padre colocá-los nos ombros para transportá-los correndo. Frei Kolbe tentou executar a ordem, esboçou uns passos, e logo a sua vista escureceu e ele caiu. O Nazista ferozmente se atirou sobre ele, dando-lhe botinadas no ventre e no rosto, gritando histericamente:

- “Padre porco!... Não quer trabalhar, hein? Preguiçoso! Vou lhe mostrar como se deve trabalhar”.

Na hora da minguada refeição, chamou Kolbe e mandou que ele deitasse sobre um monte de lenha. Depois, chamou um carrasco e ordenou que lhe aplicasse cinquenta chicotadas. Terminado o castigo Frei Kolbe não mais se mexeu. Então Krott arrastou-o para dentro de uma valeta, jogou galhos por cima e o considerou morto.

Naquele momento, ninguém podia fazer nada por ele. Qualquer tentativa poderia piorar a situação. Quando anoiteceu e encerraram os trabalhos, seus companheiros foram examiná-lo. Ele ainda estava vivo, então o levaram para o bloco 14. No dia seguinte, Padre Kolbe foi dispensado dos trabalhos e foi internado no hospital do Campo, para tratamento. Mas este era também um abominável lugar de horrores... Sem remédios, os prisioneiros doentes ficavam amontoados, três a quatro pessoas em cima de uma mesma cama, ardendo em febre e consumidos pelos piolhos, pulgas, etc. A comida era pouca, fraca e miserável. Os Nazistas diziam que doente não precisava de alimentação, tinham que comer com parcimônia!

Padre Kolbe era um homem bom e tinha o coração aberto, fazia amizade com todos, rezava com eles e consolava as suas dores. Até os enfermeiros gostavam dele e sempre procuravam ajudá-lo de alguma forma. Padre Sweda descreve que numa tarde, um enfermeiro levou-lhe as escondidas um copo de chá. Para aqueles doentes que ardiam em febre era uma bebida dos deuses. Educadamente Frei Kolbe rejeitou a bebida, dizendo:

- “Os outros não tem chá, eu também não quero. Não desejo ser exceção”.

Ele tinha verdadeiramente um espírito de Apóstolo, queria salvar todas as almas que pudesse. Mesmo havendo severa proibição e ameaças de duros castigos, durante a noite atendia confissão aos doentes. A noite inteira, na escuridão, os doentes se arrastavam entre as camas como podiam, para receber o Sacramento da Confissão. E muitas vezes, ele atendia incansavelmente até o amanhecer.

Conta Padre Sweda que em muitas ocasiões, Padre Kolbe dividia a pequena ração de comida que recebia, com os seus companheiros, dizendo com candura:

- “Vocês estão com mais fome do que eu”!

Ele não perdia uma oportunidade para realizar algum tipo de apostolado, que ajudasse ou consolasse alguma pessoa. E assim eram os seus dias no Campo.

Apesar de todos os esforços dos amigos, ele não pode continuar no bloco dos inválidos, teve de retornar ao bloco 14. Ali o esperava uma suprema provação.

 

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