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FUNDAÇÃO DA COMPANHIA

 

 

 

VIAGEM A ROMA

Durante a viagem a Terra Santa ela teve a oportunidade de conhecer diversas pessoas importantes que faziam parte da excursão, entre as quais: Monsenhor Pedro de Puglia, que era o Secretário do Sumo Pontífice, Papa Clemente VII.

Estamos no ano de 1525. Enquanto ela fazia articulações em Brescia, determinando providências para a Fundação, o Vaticano se encontrava em plena movimentação, em face da Bula do Jubileu da Misericórdia no mês de Abril, determinado pelo Papa. Então, ela também decidiu ir a Roma acompanhada pelo piedoso Antonio Romano, com a finalidade de conseguir uma audiência com o Pontífice e tratar da Fundação.

A movimentação era grande, toda Itália e pessoas de outras nações, peregrinavam a Roma para participar do Jubileu. Mas, graças a amabilidade do Monsenhor Puglia que conheceu na viagem, foi recebida pelo Papa. Expôs o seu projeto e de certo modo foi auxiliada pelo Monsenhor, que nos quatro meses de viagem, pode atestar a sua santidade, inclusive a cura da sua visão. O Pontífice apreciou os dotes de Angela e a convidou permanecer em Roma, a fim de assumir as Obras de Caridade Pontifícia. Ela humildemente agradeceu e falou:

- “Senhor Santo Padre, DEUS quer SE servir de mim para fundar uma Companhia de Virgens em Brescia.”

E voltou a Brescia, tendo o apoio do Pontífice.

 

NO MONTE SAGRADO, EM VARALLO

Apesar de estar com os projetos bem avançados, decidiu esperar, por que as guerras se sucediam e consumiram vários anos, inclusive chegaram a encarcerar o Papa.

Neste período terrível, ela redobrou as suas penitências que habitualmente praticava, suplicando a DEUS acabar com os conflitos, libertando e concedendo paz ao Sumo Pontífice, assim como auxiliando todas as famílias que sofriam com a destruição e a morte. E tanto rezou que ficou doente, permanecendo vários meses de cama. Quando recuperou a saúde e se encontrava bem mais disposta, foi dar graças a NOSSO SENHOR no Monte Santo de Varallo, o Monte Sagrado no Piemonte, na Itália.

Naquele período penitencial, quando inclusive adoeceu, e mesmo depois, na sequência dos meses, JESUS lhe apareceu diversas vezes, estimulando a sua vontade e lhe dando apoio para que agisse com decisão e levasse a termo a obra da Fundação.

Angela emocionada, disse a NOSSO SENHOR: “Obrigado meu SENHOR. Sei que verdadeiramente é hora de fundar a COMPANHIA DAS VIRGENS DE SANTA ÚRSULA!”

 

 

SANTA ÚRSULA

Angela tinha uma profunda admiração e muita simpatia pela vida da Virgem Mártir Santa Úrsula. Descreve a "lenda dourada": Úrsula era uma Santa britânica que no século IV encorajou pelo seu exemplo e exortação, um grupo de virgens a derramarem o sangue defendendo a própria pureza e a fé em NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

Ela, particularmente, ainda quando era jovem, havia consagrado a sua vida a DEUS. Agora, moça bonita e virtuosa na corte bretã foi pedida em casamento por um Príncipe inglês pagão. A fim de evitar dificuldades, pediu tempo para se decidir. E durante esse tempo, ela e mais onze jovens virgens, que eram suas amigas e companheiras de orações, rezaram e praticaram severas penitências, suplicando a DEUS a conversão do pretendente inglês.

Acontece que inesperadamente, resolveram fugir numa embarcação, pois desconfiaram que o Príncipe pretendente, estivesse arquitetando algum plano que dificultaria a liberdade e a vida delas. E desse modo, conseguiram vagas numa embarcação que ia partir para a cidade alemã de Colônia. Lá chegaram depois de muitas peripécias. Todavia, com o passar dos dias, foram descobertas e levadas pelos hunos que habitavam a região. Como reagissem contra todas as propostas e desejos sexuais dos bárbaros, as 11 virgens foram barbaramente trucidadas, somente Úrsula foi poupada por sua beleza e nobreza (pois ela possuía sangue real). Também por que o Rei dos hunos se apaixonou por ela e na corte, diante da nobreza alemã, lhe pediu em casamento. Úrsula agradeceu e disse ao Rei:

- “Majestade, já tenho um esposo desde a idade de 14 anos. É um homem forte, bonito e Divino, o mais poderoso de todos os reis da face da Terra. O nome dele é JESUS CRISTO”.

O Rei huno ficou como um louco, bastante desapontado e cheio de cólera, gritou alto chamando os seus guardas, e ordenou que ela fosse martirizada até a morte.

Então, como é natural, Angela admirava a coragem e a grandeza da fé de Úrsula “virgem e mártir”, e por essa razão, a escolheu para ser a padroeira da sua Obra, tendo o seu nome na “Companhia das Virgens” que estava fundando: COMPANHIA DE SANTA ÚRSULA.

O culto de Santa Úrsula é lembrado pela Igreja todos os anos no dia 21 de Outubro.

 

 

NO MONTE SANTO COM AS FILHAS ESPIRITUAIS

Em 1528, agora na companhia de várias filhas espirituais, Angela foi novamente a Varallo, no Monte Santo, onde existem varias Capelas com episódios da Vida de CRISTO. Foi uma proveitosa catequese visual, que sem dúvida, ajudou na formação espiritual das suas filhas. Depois, em 1532, ela voltou novamente ao Monte Santo com muitas filhas espirituais, e desta vez, diante dos episódios  da infância de JESUS e aqueles dos sofrimentos de NOSSA SENHORA, junto com outros episódios da Vida de Santos Primitivos da Igreja, que lhe deram a oportunidade de mostrar e ensinar as suas filhas na fé, o modo de vida evangélica que pretendia implantar no Novo Instituto.

FUNDAÇÃO DA COMPANHIA DAS VIRGENS

Finalmente, no dia 25 de Novembro de 1535, Festa de Santa Catarina de Alexandria, vinte e oito jovens que já se encontravam unidas a Angela nos mesmos ideais, em companhia dela, na Igreja de Santo Afra, em Brescia, participaram da Santa Missa e comungaram JESUS no Santíssimo Sacramento. A seguir inscreveram o nome num livro expressamente preparado para aquela finalidade. Estava formada a “COMPANHIA DE SANTA ÚRSULA”.

Para dar caráter legal e jurídico ao evento, no dia seguinte ela determinou que o secretário da Companhia, Gabriel Cozzano, escrevesse a Regra. Ele que servia a Comunidade desde o retorno de Angela da Terra Santa, tinha bastante conhecimento e contato com autoridades do Vaticano. Desse modo Angela agiu  com pedagogia, permitindo ao seu Secretário, homem de confiança, desenvolver as suas idéias, do mesmo modo como uma “Mãe” faz com os seus filhos, e depois, corrigir onde fosse necessário. Concluído o trabalho, ela elogiou e aplaudiu o bom documento escrito por Cozzano. No dia 8 de Agosto, o Bispo de Brescia aprovou a Regra, e a seguir, também o Cardeal Francesco Cornere, aprovou o Estatuto das Ursulinas. Sucessivamente, na sequência dos anos, conforme veremos a seguir, o Papa Paulo III também aprovou a Regra, e elevou a “Companhia” a “Instituto” de direito pontifício.

Não se tratava de uma Ordem Religiosa dentro dos parâmetros convencionais, assim como não se tratava de uma Ordem Religiosa Feminina de Clausura. As Irmãs desta nova Ordem viviam em contato direto com o povo. Eis algumas disposições do Estatuto (Regra):

 

- Não terão clausura, como as Monjas.

- Visitarão as famílias e instruirão as jovens das famílias.

- Guardarão e terão o maior apreço a castidade.

- Emitirão anualmente três Votos: Castidade, Pobreza e Obediência.

 

E assim, confirmando a escolha anterior, suas filhas na fé passaram a serem chamadas Ursulinas, considerando que o nome da Companhia era de Santa Úrsula. E tinham a missão especial de se dedicarem com absoluta prioridade ao ensino das meninas, jovens, principalmente aquelas mais pobres.

Justamente, pelo fato de Angela ser devota de Santa Catarina de Alexandria, e de ter sido exatamente  no dia da Festa da Santa a cerimônia de constituição do Novo Instituto, é comum se afirmar que o Casamento Místico de Santa Catarina com JESUS, tem um valor simbólico especial para as Ursulinas, que define a sua Instituição como sendo a “COMPANHIA DAS ESPOSAS DE JESUS”.

 

DESPEDIDA E MORTE

Angela sentiu que seu fim estava próximo. Indicou a Condessa Lucrecia Lodroni como sua sucessora, e depois mandou que se reunissem ao seu redor as 150 virgens que formavam a sua Companhia, por que queria se despedir das suas filhas espirituais e lhes dar a última recomendação:

“Minhas queridas Irmãs, filhas muito amadas. Agora vou para as festas alegres no Céu. Não vos deixo. Estarei sempre junto de vós, com AQUELE que me ama e ama também a todas e a cada uma de nós. ELE me elegeu para ser a Mãe desta nobre Companhia. Por isso queria abraçá-las a todas. DEUS vos abençoe! Peço sempre ao bom DEUS que vos abençoe.”

“Ó meu DEUS, abençoai a nossa Sociedade de virgens, que está inteiramente consagrada a VÓS. Fazei que ela cresça em número, em graça, em fervor e em todas as virtudes diante de VÓS e da humanidade.”

“A última coisa que tenho a vos dizer e recomendar de todo o coração, é que vivam no mais perfeito entendimento, formando um único coração e uma só alma. Façam todas as diligências possíveis para estreitar cada vez mais os vínculos da caridade. Amai-vos com amizade recíproca e suportai-vos umas às outras, por amor a JESUS CRISTO, que viverá em vós se vós viverdes NELE e para ELE. E tenha absoluta certeza que NOSSO SENHOR jamais abandonará esta nossa Companhia.”

Concluindo suas palavras, ficou em silêncio, enquanto as irmãs rezavam. Angela fechou os olhos e entregou a sua alma ao CRIADOR. Morreu no dia 27 de Janeiro de 1540, com 66 anos de idade. O seu corpo ficou na Igreja de Santo Afra, hoje denominado Santuário de Santa Angela. Seu caixão ficou exposto aos fieis durante 30 dias, sem que o corpo se mostrasse sinais de decomposição e deterioração. No inicio da noite do dia da morte, apareceu no céu uma estrela grande e brilhante, bem na direção da Igreja, em homenagem aos seus excelentes predicados morais e espirituais. Esta estrela permaneceu visível e bela durante três dias. Seu corpo permaneceu incorrupto, e foi conservado pela Igreja.

 

 

 

 

APROVAÇÃO OFICIAL DA REGRA

O Papa Paulo III, pela Bula “Regimini Universalis Ecclesiae” no dia 9 de Junho de 1544, aprovou a Fundação de Angela.

 

BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO

O Processo de Canonização foi aberto em 1757, a pedido da Madre Superiora em Roma, “Mãe” Luisa Schiantarelli. Angela foi BEATIFICADA em 1768, pelo Papa Clemente XIII, e foi CANONIZADA no dia 14 de Maio de 1807, numa bonita festa na Basílica do Vaticano, em Roma, pelo Papa Pio VII.
O Papa Pio IX, em 1861, estendeu o seu culto a Igreja Universal.

Sua Festa Litúrgica é celebrada anualmente no dia 27 de Maio.

 

ATUALIDADES URSULINAS

Hoje, as Religiosas Ursulinas, vivem, trabalham e rezam dentro do seu carisma, considerando que existem 37 ramos diferentes, que derivaram do ramo principal, criado pela fundadora SANTA ANGELA MERICI, atuando as Irmãs em ramo de Mosteiros abertos e autônomos, em Mosteiros fechados, em Congregações com clausura e em ramo sem clausura, Congregações com atividade apostólica numa dezena de ramificações, e muitos outros ramos, embora guardando sempre a orientação de origem das Ursulinas.

Atualmente as filhas de Santa Angela somam mais de 16.000 religiosas e aproximadamente 7.500 seculares, espalhadas em diversos países, inclusive no Brasil.

 

 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Quando a doença fez Angela entender que se aproximava a morte, ela continuou a incentivar a fé dos seus visitantes: “No jovem de nome Angelo, seu primo, e filho do tio Bartolomeu, ela discerniu nele a vocação sacerdotal. No tempo certo, ele se tornou um fervoroso sacerdote.” James Gavardo Chizzola deixou o seu testemunho, dizendo: “No final da vida dela, andava a visitar as pessoas, com tanto esforço, confiança e disposição, que fez nascer em mim uma agradável experiência da vida cristã, e estando Thomas, meu irmão, ao meu lado, ela implorou que ele se “revestisse de um ato espiritual”, ou seja,“que fizesse dos atos da vida dele, como se estivesse praticando aqueles mesmos atos no momento da morte”. E assim, ao mesmo tempo em que aconselhava e infundia forças, Angela fazia “Avisos” da sua vida, preparando o seu “Testamento”, em beneficio da educação e formação apropriada das suas filhas espirituais.

 

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