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Desembarcou em Setembro de 1545. Era um porto muito importante que unia a Índia ao Extremo Oriente. Estava abarrotado de navios de todas as partes. No centro da cidade fazia um calor intenso e ao redor, existia uma selva tropical com grande vegetação. Os habitantes locais estavam por demais corrompidos, só pensavam em ganhar dinheiro e gozar os prazeres da vida. Xavier não estava com vontade de se deter ali, mas o capitão da Fortaleza lhe pediu que esperasse o retorno de uma expedição que havia mandado as Ilhas Moluscas. Por essa razão, esperou durante três meses e meio. Durante este tempo, vivia no Hospital cuidando dos enfermos, celebrando Missas, pregando e ensinando a doutrina cristã, também batizava e ouvia confissão de todos que o procurava. A noite, como era seu hábito, andava pelas ruas tocando uma sineta, em companhia dos jovens que trouxe de Goa convidando o povo a rezar pelas almas que estão no purgatório e a crerem em DEUS e em JESUS CRISTO. Também, convidava o povo a participar do Catecismo. Nesta noite em Málaca, ao passar diante de uma cabana onde as pessoas suplicavam a sua presença, viu que seguravam um jovem com terríveis convulsões de loucura. O Santo aproximou-se, fez o exorcismo e o demônio abandonou o jovem, que ficou tranquilo e dormiu. Ao longo do tempo em que permaneceu na cidade, o SENHOR fez muitos milagres por intercessão de Padre Xavier. Por outro lado, com a influência dos missionários a cidade cresceu tanto que em 1558 foi criado o Bispado de Málaca para o Extremo Oriente.

 

ILHAS MOLUSCAS

 

Em Janeiro de 1546 viajou pelas Ilhas Moluscas, dando assistência espiritual aos moradores da região. Certo dia enfrentou uma grande tormenta. Para acalmá-la colocou o seu crucifixo no mar atado a um barbante grosso. O barbante se rompeu, o crucifixo desapareceu, mas o mar ficou tranquilo. Dias após, quando o Santo caminhava na praia de uma das ilhas do arquipélago das Moluscas, viu com grande alegria um caranguejo dos grandes vir em sua direção com o crucifixo preso na sua puã. Chegaram em Amboíne, capital das Moluscas. Xavier e seus companheiros desembarcaram e o navio vagarosamente seguiu a sua rota, com dezenas e dezenas de paradas. Amboíne tinha uma magnífica Bahia e a água do porto era claríssima. No fundo tinha corais, plantas marinhas e esponjas. Grandes medusas transparentes e peixes coloridos circulavam por toda aquela área. Todavia os habitantes das Ilhas eram antropófagos. As pessoas que morriam eles comiam as mãos e os calcanhares. Para fazer um banquete, procuravam por um defunto, se não tivesse, matavam os velhos. Comiam também os cadáveres dos inimigos. O povo estava completamente corrompido. Não havia missionários na região e com medo dos muçulmanos, os nativos viviam unidos nos altos das montanhas, como selvagens. O Santo depois de construir uma cabana para Capela, com o simpático Manuel (que mais tarde morreu mártir) entrou pela mata em busca dos selvagens. E como não encontrava ninguém, começou a cantar. Ao ouvi-lo, os moluscos saíram vagarosamente de seus esconderijos e foram aos poucos adquirindo confiança e se aproximaram. Xavier começou a sua catequese, ele e os jovens que o auxiliava ensinaram ao povo exaustivamente a verdadeira religião e domesticaram aquela gente. As sete aldeias das ilhas foram visitadas dezenas de vezes e transformadas em aldeias cristãs. Com o tempo, os habitantes convertidos passaram a frequentar a Capela, a participar da Santa Missa, a Confessar e Comungar o Corpo e Sangue do SENHOR. Na continuidade, os comerciantes e marinheiros na sua maioria de origem portuguesa, que tinham se estabelecido nas ilhas, também se aproximaram e adquiriram o hábito de rezar e frequentar as celebrações na Capela. A comunidade progrediu e ficou civilizada.

 

RETORNOU A MÁLACA

 

Uma noite no ano de 1547 em Málaca, o porto foi atacado por uma poderosa frota de 5 mil piratas. Mas a guarnição portuguesa estava vigilante e reagiu firme com seus poderosos canhões e depois, perseguiu os piratas até exterminá-los totalmente. Passaram-se 15 dias e a frota portuguesa não tinha regressado. A maior parte do povo começou a considerar que a frota estava perdida. Durante a celebração de uma Santa Missa, Xavier fazia uma pregação. De súbito ele parou e disse: “Rezai em ação de graças pela vitória que acaba de alcançar a nossa frota.” Mais tarde chegou ao porto a vencedora frota portuguesa.

Com sua amabilidade e atenção, ganhou o respeito e a amizade das pessoas. Ele mesmo escreveu a um de seus companheiros: “Faça-se amar porque só assim conseguirá influir as pessoas. Se você usa a amabilidade e o bom trato no lidar cotidiano, verá que conseguirá efeitos admiráveis”. Estabeleceu classes de Catecismo para Crianças e Adultos. Incentivou a frequência à Confissão Sacramental e a Sagrada Comunhão. Procurava ensinar a religião de modo direto e alegre, sobretudo por meio de belas músicas que os fieis repetiam com muito prazer.

Por dezenas de vezes seguidas fez longas viagens ensinando a religião cristã a povos pagãos que nunca tinham ouvido falar em JESUS. E a reação do povo sempre era a mesma, as pessoas consideradas da Classe Alta não lhe faziam caso e nem se interessavam pelas pregações do Santo. Mas a Classe Popular se convertia em quantidade. Em cada região deixava catequistas para continuar instruindo as pessoas e de vez em quando, enviava-lhes um jesuíta para incrementar o fervor da fé e aprimorar os conhecimentos cristãos.

Francisco procurou o mais possível, assimilar os seus hábitos pessoais aos costumes e bons hábitos do povo que lhe escutava. Comia como eles somente arroz e ao invés de bebidas finas, só bebia água. Dormia no chão de uma pobre cabana. Conquistava a simpatia das crianças e lhes contava belas histórias da Sagrada Escritura, recomendando-lhes que também as descrevessem em casa para seus pais e irmãos.

 

VOLTOU A GOA

 

Tendo regressado a Goa em 1548, um mercador português veio lhe visitar e trouxe um homem pequeno, de pele amarela e olhos oblíquos, chamado Angero. O fato aconteceu assim: um furacão levou um navio português até as costas do Japão; Angero que havia matado um homem, tratou de fazer amizade com o pessoal do navio para fugir de lá. O japonês estava muito arrependido e sentia remorso por ter cometido o crime. Por essa razão o aconselharam procurar um Padre, para conseguir o perdão de DEUS. Xavier recebeu-o com amizade. Na continuidade, Angero passou a frequentar o catecismo e logo começou a escrever, porque também conhecia um pouco de português. Um dia o Santo lhe perguntou: “Se ele fizesse a pregação do Evangelho aos japoneses, eles se converteriam ao cristianismo?” Não. Respondeu Angero e completou: “Primeiro eles iam querer saber minuciosamente o que era ser cristão. Depois, se observassem que o missionário praticava o que pregava, se converteriam. Isto porque os japoneses são muito razoáveis.”

Angero sabia mais do que o suficiente para ser batizado, por isso, propositalmente Xavier quis que o batizado fosse feito pelo Bispo de Goa. E assim foi feito, depois de batizado Angero recebeu o novo nome: “Paulo de Santa Fé”.

Passados alguns dias, chegou uma carta do Japão para Xavier, informando que um rei queria ser cristão. Isto fez aumentar ainda mais o desejo dele, de viajar para lá. Entretanto, muitos o desanimava dizendo que a viagem era muito longa, que o mar estava cheio de piratas, que os portugueses não tinham nenhuma guarnição para defende-lo. Mas o Santo resolveu todos os assuntos pendentes relacionados com a Índia, se despediu abraçando os seus irmãos e com a benção do Bispo de Goa, embarcou para o Japão em companhia de Angero (Paulo de Santa Fé).

Era um barco pequeno de um chinês apelidado “o ladrão dos piratas”. Na popa do navio havia um ídolo horroroso, rodeado de luzes e incenso. No convés do navio tiraram a sorte, era o modo de consultar o ídolo e saber, se depois desta viagem ao Japão voltariam a Málaca. A “sorte” disse que não. Então o pessoal do barco disse: “Não iremos ao Japão”. Xavier afastou-se e fez uma oração. Permaneceu em silêncio. Formou-se uma grande tempestade e o barco dirigiu-se para um porto da China. Ao cruzar com outro barco, os tripulantes da outra embarcação lhes avisaram que aquela área estava infestada de piratas. Rapidamente fizeram uma curva e tomaram novamente a direção de Goa. Mas de repente, um vento muito forte os arrastou até o Japão. Depois escreveu Francisco Xavier sobre a sua ida ao Japão: “Ni el demônio ni sus ministros pudieron impedir nuestra venida.” (Nem o demônio e nem os seus ministros puderam impedir a nossa chegada ao Japão).

 

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