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FORMAÇÃO E CRESCIMENTO

 

 

NASCIMENTO E CRIAÇÃO

Gertrudes nasceu no dia 6 de Janeiro de 1256, e seus hagiógrafos concluíram que o nascimento ocorreu na aldeia de Helfta, em Eisleben, na Turingia, Alemanha.

Com a idade de cinco anos, seus pais a levaram ou foi deixada no internato do Mosteiro de Santa Maria de Helfta, que era administrado pelas Irmãs Beneditinas, ou por Irmãs Cistercienses da Ordem fundada por São Bernardo de Claraval, que seguiam a mesma Regra de São Bento. Historicamente existe a dúvida que persiste até o presente. Todavia, é importante evidenciar que o Mosteiro foi fundado por sete Irmãs Cistercienses que pertenciam ao Mosteiro de Halberstadt, também na Alemanha. Havia um fraterno relacionamento entre as Irmãs Beneditinas e Cistercienses, fato que produziu certa confusão em alguns hagiógrafos.

A documentação atesta que o Mosteiro de Helfta foi fundado pelo Conde Burchard e sua esposa Élisabeth von Schwarzburgem em 1229, nas terras do Castelo de Mansfeld, de sua propriedade.  As primeiras ocupantes do Mosteiro foram sete religiosas Cistercienses que vieram do Mosteiro de Saint-Jaques-Saint Burchard d'Haberstadt. Em 1234 o Mosteiro foi transferido à Rodarsdorf. Foi neste Mosteiro em Rodarsdorf que entraram as irmãs Gertrude e Matilde de Hackeborn, filhas de uma família nobre de Eisleben. Gertrude de Hackeborn ficou como Abadessa do Mosteiro durante 19 anos, até sua morte em 1291. Antes, porém, em 1258, o Mosteiro foi transferido para o povoado de Helfta, próximo a Eisleben, na Turingia.

Nada se conhece sobre quem foram os pais de Gertrudes, que foi deixada no Mosteiro em 1261. Nos livros que escreveu, não faz nenhuma menção aos seus progenitores. Por essa razão é considerada órfã. Cresceu e viveu na Abadia, sob a orientação da Abadessa Gertrudes de Hackeborn, e lá mesmo, foi educada pela Abadessa e sua irmã Monja Matilde de Hackeborn, que era mestra das alunas. A Abadessa além dos seus notáveis e preciosos dons de firmeza e de sabedoria possuía também uma simpatia e um carinho todo maternal pela pequena aspirante que viveu e cresceu no Mosteiro. Com os cuidados de uma verdadeira mãe espiritual, junto com sua irmã Matilde, cercaram a pequena criança com todos os cuidados recomendados a boa criação e correta educação, necessárias a uma possível e futura aspirante à vida religiosa.

A pequena de cinco anos de idade, não tinha nenhum documento e nenhuma referência que a identificasse, então as Monjas não sabiam se ela tinha sido Batizada ou não. Por conseguinte, a Abadessa providenciou o Batismo e lhe colocou o nome de Gertrudes, igual ao seu, e o sobrenome de Helfta, porque também acreditou que ela nasceu naquela aldeia, que estava próxima.

 

A SENHORA ABADESSA

A Abadessa Gertrudes era uma mulher inteligente e ativa, nascida de uma nobre linhagem dos Hackeborn, e com apenas 19 anos de idade foi eleita Abadessa do Mosteiro. Tinha imenso zelo pelas Sagradas Escrituras, que lia e pesquisava interessadamente, e exigia das suas filhas espirituais que amassem e procurassem conhecer com profundidade os ensinamentos de DEUS na Bíblia Sagrada.

Por mais esta forte razão, a criança Gertrudes cresceu e se desenvolveu num santo ambiente, e já na adolescência, com viva inteligência, sentiu-se fascinada a conhecer e estudar o Novo e o Antigo Testamento, dedicando-se também à oração perseverante, aos trabalhos manuais e à meditação dos ensinamentos Divinos.

 

JUVENTUDE E MATURIDADE

Gertrudes despertava admiração em todos. Naquela alma, DEUS reuniu o brilho e o frescor das mais belas flores à candura da inocência, de maneira que encantava todos os olhares, assim como atraía todos os corações.

À medida que crescia estava sempre com a mente e o coração abertos ao amor fraterno e ao bem servir, e foi muito bem orientada pela Monja Matilde, que estava repleta de santidade, uma verdadeira Santa no Mosteiro, muito evoluída na via da mística e que procurava de modo objetivo, incutir nas almas das suas alunas o fogo incandescente do Amor de DEUS que devorava o seu coração. E Matilde encontrou em Gertrudes um campo fértil e propicio para essa experiência. E assim, a nova aspirante religiosa, por suas boas qualidades reveladas, conservando a pureza de coração nos anos da sua infância e adolescência, entregou-se com ardor aos estudos e as artes liberais. Também trabalhou no escritório da Comunidade Religiosa, fazendo cópia dos códigos e anotações no diário do labor comunitário. Todavia, sua saúde nunca foi muito boa, e por isso mesmo, faltava muito aos atos e atividades regulares da Comunidade, principalmente no final da sua vida.

Além das orações, dos estudos e do trabalho, a menina Gertrudes tinha uma voz bem afinada e aprendeu a cantar com a sua mestra, Matilde. Aos domingos, durante a Santa Missa, ajudava com sua voz as lindas músicas cantadas na liturgia.

 

O MALIGNO QUIS ATRAPALHAR

Entretanto na fase da juventude, embora se esforçasse, Gertrudes atravessou uma época que não conseguia integral concentração nas práticas religiosas e, na verdade, no seu afã de passar dos idiomas que estudava e praticava, para a retórica, e em seguida para a filosofia, diminuiu em muito o seu fervor primitivo, até sentindo certa aridez interior, que a deixava meio entediada, quando realizava determinadas práticas de piedade dos exercícios próprios das religiosas.

Mas DEUS misericórdia infinita, que acompanha a existência de todos os seus filhos, que conhece intimamente a cada um de nós, apesar da plena liberdade que concede a todos pelo “livre arbítrio”, observando as fraquezas motivadas por fatores distantes e alheios à liberdade da pessoa, e, portanto, passiveis e necessitados de amorosa correção, a sabedoria Divina interfere para o crescimento dos dons e virtudes do espírito, que efetivamente irão favorecer ao completo e integral equilíbrio daquela alma, revelando-se necessário e proveitoso ao bem-estar da vida.

 

O SENHOR SE MANIFESTOU

Com 26 anos de idade, depois de um terrível mês de provações, ela teve a felicidade de receber uma inesquecível visão de JESUS. Terminado as Completas (Orações da Noite), caminhando para o dormitório da Comunidade, cruzou com uma Irmã mais velha e, como a Regra ensinava, cumprimentou-a fazendo uma inclinação com a cabeça. Ao erguer a face, repleta de surpresa, deparou com um jovem de pé ao seu lado. Esse jovem era amável, delicado e formoso, aparentando mais ou menos dezesseis anos de idade. De semblante afável e com palavras carinhosas, ELE disse: “Em breve virá a tua salvação. Por que te consomes em tristezas? Acaso não tens conselheiro, pois a dor te transformou?”

Esclarece Gertrudes, que ela teve a sensação de estar no coro da Capela, justamente no lugar onde costumava fazer as suas frágeis e pouco fervorosas orações. E continuava a ouvir as palavras do jovem: “EU te salvarei e te livrarei: não temas”! Então, o jovem segurou em sua mão, de maneira terna e delicada, como se confirmasse tais palavras numa promessa, dizendo: “Com MEUS inimigos provaste da terra e sugastes algumas gotas de mel no meio dos espinhos; volta-te agora para MIM e inebriar-te-ei na torrente do MEU DIVINO AMOR”. Neste momento a jovem Monja Gertrudes se sentiu num espaço sem passagem, cercada de espinhos que a impediam de se aproximar do jovem. De repente, sem nenhuma dificuldade, o jovem a levantou, removendo-a do obstáculo de espinhos e a colocou novamente junto dele. Ela então percebeu “Naquela MÃO” que a ajudou a ultrapassar a cerca de espinhos, as “marcas das Chagas da Crucificação”. Logo a seguir, o jovem desapareceu.

Ela pensativa reconheceu JESUS “Naquela MÃO Chagada” . Foi ELE Quem lhe havia feito aquela maravilhosa promessa! Então compreendeu que tinha andado distante de DEUS, aplicando-se nos estudos mundanos, descuidando-se da ciência espiritual.

Gertrudes revelou que nesta visão lhe foram impressas Sagrados Estigmas de NOSSO SENHOR JESUS Crucificado. “Não de modo visível externamente” , mas ela via as chagas e sentia as dores que o SENHOR permitia.

 

CONVERSÃO ESPIRITUAL

Sua vida se transformou de leviana juventude, numa alma sinceramente convertida, perseverante e fervorosa. Assumiu uma postura honesta e dedicada durante as orações. Deste dia em diante, cada vez mais, CRISTO lhe atraia para SI, para que ela vivesse unicamente a serviço de DEUS e a glorificação Divina. Com ardor entregou-se ao estudo da teologia escolástica e mística, lendo e pesquisando as Sagradas Escrituras e também as obras de Santo Agostinho, São Gregório Magno, São Bernardo de Claraval e outros.

Começou para a Monja Gertrudes uma vida nova, com maravilhosas visões e revelações do SENHOR que se repetiram, cada vez mais iluminando o seu espírito e transformando a sua existência, agora essencialmente dedicada com imenso amor e prazer à oração, com profundíssima humildade, pureza Angélica e uma completa renúncia ao mundo.

 

TEOLOGIA E ESTUDOS

Nesta época brilhava com muita intensidade a Escolástica. Ela estudava com decidido empenho os ensinamentos de São Tomás de Aquino, de São Boaventura e de Santo Alberto Magno, ampliando os seus conhecimentos e sua cultura mística. Tornou-se um teólogo respeitável e admirável por sua teologia reta e evidente, sendo por isso, conforme os hagiógrafos: muito procurada principalmente pelos Padres Dominicanos (os Padres Pregadores) que a visitavam com frequência na Abadia de Helfta, pois tinham satisfação e proveito, em conversar e trocar idéias com ela, apreciando os corretos e iluminados argumentos da Monja Gertrudes.

 

MÍSTICA E ESPIRITUALIDADE

Gertrudes e as Monjas de Helfta eram Cristocêntricas, ou seja, cultivavam e exercitava com prioridade os ensinamentos de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. E como base objetiva e meio de estudos, utilizavam as Sagradas Escrituras, a Liturgia e a Regra de São Bento. O carisma da Comunidade Religiosa estava fundamentado no ideal de conhecer o DEUS da SANTÍSSIMA TRINDADE, o PAI, o FILHO e o ESPÍRITO SANTO, na maior dimensão possível, a fim de poder amá-LO muito mais, no mistério da perfeita e íntima união existente na TRINDADE: com o PAI, o FILHO e o ESPÍRITO SANTO. Com seriedade e perseverança se dedicavam ao estudo meditado das Sagradas Escrituras, dos escritos dos Padres da Igreja e de autores mais recentes, naquela época, que abordavam a vida espiritual e litúrgica. Elas se esforçavam em seguir São Bento que dedicava três horas por dia para a “Leitura Divina”.

Gertrudes sentia-se feliz e realizada com a leitura da Bíblia. A cada acontecimento do dia que provocasse dúvida, buscava apoio nos testemunhos bíblicos, não dando chance a ninguém refutar os seus argumentos. Por isso, para ajudá-la na necessidade diária, e também oferecer “luz” a quem precisasse, compilou textos das obras dos santos, reunindo-os num livro, para regozijo daqueles que logo apreciaram e utilizaram os ensinamentos a fim de solucionar os seus casos no cotidiano.

 

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