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O CARINHO DE JESUS

 

 

Os Discípulos pediam a JESUS: “SENHOR, ensina-nos a orar.” (Lc 11,1)

 

JESUS respondeu:

“Quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se em pé nas sinagogas (nas Igrejas) e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entras no teu quarto e, fechando a porta, ora ao teu PAI ocultamente; e o teu PAI, que vê o que está oculto, te recompensará.” (Mt 6, 5-6)

E mais: “Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como fazem os gentios (os não instruídos na religião) , porque entendem que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque o vosso PAI sabe do que tendes necessidade antes de LHE pedirdes. Portanto, orai vós desta maneira:” (Mt 6, 7-8)

 

“PAI NOSSO que estais no Céu,
Santificado seja o VOSSO Nome,
Venha a nós o VOSSO Reino,
E seja feita a VOSSA Vontade
Assim na Terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
Perdoai as nossas ofensas,
Assim como nós perdoamos
A quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação
Mas, livrai-nos do mal. Amém.”
(Mt 6, 9-13)

 

 

QUALIDADES DA ORAÇÃO

 

Para apreciar o valor da Oração PAI NOSSO, São Tomás de Aquino quis determinar as suas reais “Qualidades”, utilizando normas e requisitos para um estudo apurado que lhe permitiu buscar as cinco qualidades, que no seu entendimento, outorga o direito da oração ser considerada completa e perfeita, sendo: “Confiável” , “Sincera”, “Organizada”, “Devota” e “Humilde”.

 

1ª - A ORAÇÃO DEVE SER CONFIÁVEL:

Devemos lembrar que o PAI NOSSO foi uma oração ditada por JESUS aos seus Discípulos, e NELE, no SENHOR, estão contidos todos os tesouros da Sabedoria e da Ciência, conforme São Paulo afirma na carta aos Colossenses: “... em Quem (CRISTO) se acham escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento!” (Cl 2, 3). Então, evidentemente, o que JESUS ensinou se constitui na Oração mais bela e eficaz que todos os fiéis devem rezar.

E São Cipriano afirmava: “Orar ao SENHOR com uma oração que ELE Mesmo nos ensinou, a DEUS PAI é uma Oração muito grata, familiar e devota”.

E por isso mesmo, ela deve ser rezada com plena confiança e atenção nas palavras, a fim de que possa conduzir o fiel a Graça Divina.

Então o PAI NOSSO é uma Oração Confiável.

 

2º - A ORAÇÃO DEVE SER RETA (SINCERA):

Equivale a dizer que ao rezar, devemos pedir ao SENHOR o que verdadeiramente necessitamos, ou aquilo que desejamos para o bem estar de alguém. Quando os pedidos diferem desta realidade, ou seja, quando as pessoas não pedem como deviam pedir, não acontece o retorno Divino, ou seja: as pessoas  pedem, mas, não recebem, porque suas palavras não alcançam o coração de NOSSO SENHOR.

O PAI NOSSO é uma oração RETA (Sincera), porque o SENHOR através da Oração quis nos propiciar um caminho seguro para o misericordioso coração do PAI Eterno. Por essa razão é muito próprio seguir todas as recomendações DELE, pois justamente JESUS nos ensina como devemos pedir. Foi por isso, que os Discípulos convivendo com ELE e entendendo esta realidade disseram: “SENHOR, nos ensina a rezar.” (Lc 11, 1)

 

3º - A ORAÇÃO DEVE SER ORDENADA (ORGANIZADA):

Ela deve revelar na simplicidade das palavras o maior e melhor desejo do suplicante. Se na oração mostrarmos um desejo cuja predominância expressa um interesse carnal, ao invés do interesse espiritual, ou seja, uma predominância de interesse só nas coisas terrenas, ao invés de expressar um objetivo celeste, deverá ser lembrada as palavras de JESUS registradas por São Mateus: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de DEUS e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (MT 6, 33).

Por isso dizemos que o PAI NOSSO é uma Oração Ordenada, pois o SENHOR nos ensinou a pedir primeiramente as coisas Celestiais, ou seja, as coisas do Céu ou aquelas que nos propicia uma condição de alcançarmos os merecimentos Celestes, e então, só depois de revelar a nossa fidelidade, é justo suplicarmos as coisas da Terra necessárias a organizar e auxiliar a nossa caminhada existencial.

 

4º - A ORAÇÃO DEVE SER DEVOTA:

O fervor faz com que o sacrifício da oração seja agradável a DEUS. Com relação a esta verdade, o salmista diz:

“Em TEU Nome elevarei as minhas mãos, e minha alma ficará repleta de TI, como de um manjar atraente e suculento.” (Salmo 62, 5-6)

Muitas vezes a devoção se perde por causa do excesso de palavras na oração. Por isso o SENHOR nos ensina evitar a prolixidade nas orações. Em primeiro lugar o SENHOR determinou que Sua Oração fosse uma oração breve. E assim, a Devoção nascerá da “caridade”, ou do “amor” a DEUS e ao próximo, pois ambos os amores estão presentes na Oração do PAI NOSSO. Porque para indicar o “amor a DEUS”, chamamos o SENHOR de “PAI” . E para demonstrar “amor ao próximo”, rezamos por todos, dizendo PAI “NOSSO”; e dizemos também: perdoai as “nossas” ofensas. Assim, o PAI NOSSO é uma oração DEVOTA.

 

5º - A ORAÇÃO DEVE SER HUMILDE:

Nos Salmos encontramos um magnífico exemplo: “E atendeu a oração dos humildes...” (Salmo 101,18)

Isto porque, a verdadeira humildade consiste em nada presumir com nossas próprias forças e capacidade, devendo sempre esperar alcançar tudo, da Virtude de DEUS. A este propósito também lemos em Judith: “Porque o TEU Poder SENHOR, não está na multidão, nem TU, Te comprazes na força dos cavalos, nem desde o principio TE agradaram os soberbos; mas sempre TE agradou a súplica dos humildes e dos mansos.” (Jdt 9,16)

O PAI NOSSO é uma oração HUMILDE.

 

 

EFEITOS DA ORAÇÃO

 

Na continuidade das suas pesquisas, São Tomás de Aquino quis determinar os “Efeitos” que a Oração do PAI NOSSO pode produzir nas pessoas. Desse modo, na organização dos seus estudos, ele estabeleceu que a “boa Oração” produz “três bens” no fiel que reza:

 

1º – É UM REMÉDIO EFICAZ E ÚTIL CONTRA TODOS OS MALES:

Ela nos livra dos pecados e nos ajuda a fugir de todo o tipo de transgressão. A este respeito, diz o Salmo:

“TU, SENHOR, perdoaste a malícia do meu pecado. Em vista disto, no tempo oportuno rezará a TI todo homem santo.”(Salmo 31,6)

Também, o bom ladrão (Dimas), orou na cruz e obteve o perdão, porque o SENHOR lhe disse:

“Hoje estarás COMIGO no Paraíso”. (Lc 23,43)

A oração nos livra do temor dos pecados que podem nos trazer as tribulações e as tristezas. Em relação a esta consideração, disse o Apóstolo São Tiago:

“Sofre alguém dentre vós um contratempo? Então reze.” (Tg 5,13)

A Oração também nos livra das perseguições e dos inimigos.

 

2º– A ORAÇÃO É ÚTIL E EFICAZ PARA CONSEGUIR O QUE DESEJAMOS:

Isto nos assegura NOSSO SENHOR, quando diz:

“Todas as coisas que pedires na oração, tenha a convicção de consegui-las, inclusive já se considerem possuidoras delas”.(Mc 11,24)

Se não somos ouvidos em nossos pedidos, às vezes porque não pedimos corretamente. Por isso, disse o SENHOR:

“Convém orar com perseverança e não desfalecer”. (Lc 18,1)

Outras vezes não somos ouvidos, porque não pedimos o que convém a nossa salvação. A este propósito dizia Santo Agostinho:

“Bom é o SENHOR, que se muitas vezes não nos concede o que pedimos, é para nos dar o que mais nos convém”.

Isto foi justamente o que aconteceu a São Paulo, que por três vezes pediu ao SENHOR que o livrasse daquela tentação que sofria, e não foi ouvido por DEUS.

 

3º – A ORAÇÃO É ÚTIL PORQUE NOS FAZ FAMILIARES COM DEUS:

Digamos com o Salmista:

“Como incenso, suba à VOSSA presença a minha oração”. (Salmo 140, 2)

Assim, podemos afirmar que a Oração do PAI NOSSO é um remédio útil e eficaz contra todos os males, e que também nos livra dos pecados cometidos, na expectativa da providência sacramental, e concede tranquilidade ao espírito, livrando os fiéis dos temores que podem advir, remanescentes dos problemas quotidianos, assim como, ela também é uma Oração preciosa e de valor inestimável, para conseguirmos o que desejamos do SENHOR.

 

 

COMO TRATAR DEUS

 

Observando as preciosas vantagens que alcançamos com a Oração do PAI NOSSO, vamos acompanhar a seguir, as recomendações de São Tomás de Aquino, com relação ao “TRATAMENTO QUE DEVEMOS DISPENSAR AO NOSSO DEUS”:

 

1º – DEUS É NOSSO PAI:

Chamamos DEUS de PAI devido ao modo especial que ELE nos criou, pois fomos criados a “sua imagem e semelhança.” Mas, para que não haja incompreensões quanto a esta afirmação, é necessário entender como é esta "imagem e semelhança Divina" na nossa criação.

Todas as pessoas têm um Corpo e uma Alma. O Corpo nasce do relacionamento amoroso dos nossos pais, e a Alma é invenção Divina, ela vem de DEUS, com as graças e dons determinadas pelo SENHOR para cada pessoa. A Alma penetra no feto dentro do útero da mãe, dando vida e saúde a criança em formação. Por outro lado, o Corpo humano, formado pela participação dos pais da criança, é natural que ao nascer o filho apresente a feição semelhante à de seus pais. Todavia a Alma é Divina, nela está toda a beleza da “imagem e semelhança de DEUS”. Então, ao nascer uma criança, ela é verdadeiramente um Anjinho de pureza, imagem semelhante a DEUS. Entretanto, ao longo da sua existência, nas diversas e sucessivas fazes do crescimento: infância, adolescência, adulta e velhice, ocorrem uma infindável serie de acontecimentos e de experiências em cada pessoa, onde também o pecado existe, e que produz transformações na formação moral, intelectual e religiosa de cada ser, criando uma imagem própria com os traços familiares, e desse modo, a Alma unida ao Corpo constitui "uma pessoa", que participa de todas as atividades, das boas e das más ao longo da sua vida, e por isso mesmo, a Alma perde a virtude e lucidez esplendorosa da sua semelhança Divina. Assim sendo, após a morte física, a Alma diante de DEUS terá a fisionomia do Corpo terrestre, embora continue sendo a imagem e semelhança de DEUS na estrutura física, e nos benefícios e virtudes que ela cultivou e alcançou em vida, pela misericórdia Divina, que servirão como seu passaporte e possibilitará o seu retorno aos braços de DEUS, de onde saiu um dia.

 

2º-A – CHAMAMOS DEUS DE PAI, DEVIDO AO MODO COMO ELE NOS GOVERNA:

DEUS PAI criou a humanidade e não a deixou órfã. A SANTÍSSIMA TRINDADE se mantém presente em nossa vida, ajudando, protegendo, iluminando, inspirando, enfim permitindo que cada criatura tenha as graças  e os dons necessários a realizar a sua missão existencial, que ELE Mesmo nos concedeu.

 

3º-A – CHAMAMOS DEUS DE PAI PORQUE FOI ELE QUEM NOS INVENTOU E CRIOU:

No plano familiar, durante a gravidez da mãe, como já dissemos, o SENHOR envia a Alma, repleta de dons e virtudes, que vai dar vida ao feto em desenvolvimento. Isto nos traz presente que cada pessoa tem uma parte humana, o Corpo, e uma parte Divina, a nossa Alma. Então, por uma natural e evidente razão, cabe a cada pessoa perceber a realidade da existência, entendendo a provisória vida terrestre, exatamente como se fosse um campo de teste ou um mundo de experiências, onde pela vontade individual, cada pessoa tem a liberdade de escolher como viver. Tendo consciência desta realidade, a criatura que possui as virtudes equilibradas, por certo há de querer trilhar um caminho de trabalho honesto, responsável e familiarmente amoroso, a fim de alcançar o carinho e a atenção Divina, sobretudo, terá presente em seus dias, que ela foi escolhida por DEUS para nascer, e que ELE sabe o seu nome. Por outro lado, também é perfeitamente compreensível cada pessoa pensar e raciocinar que, do mesmo modo como o SENHOR DEUS CRIADOR lhe escolheu para nascer, poderia ter escolhido outra pessoa, no seu lugar! Isto é evidente. Então, este raciocínio há de sensibilizar o seu espírito, e o deixará sentir interiormente a grandeza admirável do Amor de DEUS por cada um de seus filhos, e também por ele em particular, entendendo então, que é muito justo e racional querer retribuir procurando com todas as forças do seu coração agradecer sempre e louvar fervorosamente o SENHOR DEUS, pelo “dom da sua própria Vida” e pelos benefícios que também recebe diariamente. Isto, afinal, é como todos os cristãos conscientes devem pensar e fazer.

Todos nós recebemos um espírito de filhos para sermos verdadeiramente filhos de DEUS. Conforme disse São Paulo na Epístola aos Romanos:

“Com efeito, não recebestes um espírito de escravos, para recair no temor, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, pelo qual clamamos: Abba! Pai! O próprio ESPÍRITO se une ao nosso espírito para testemunhar que somos filhos de DEUS.” (Rom 8, 15-16)

 

 

DEVERES COM DEUS

 

Sendo filhos de DEUS, também somos herdeiros da imensidão do seu Amor e do Reino Divino. E como todos os filhos, também temos Deveres e Obrigações com o nosso PAI CELESTE.

Assim, em face das considerações anteriores, vamos realçar os deveres que nos impõe o inigualável estado de ser um filho do SENHOR DEUS:

 

1º - HONRAR A DEUS:

A esse respeito o Profeta Malaquias reproduziu as palavras do SENHOR:

“O filho honra ao seu pai, e o servo reverencia ao seu Senhor. Se EU (que sou DEUS), pois sou vosso PAI, onde está a Minha Honra? E se EU Sou Vosso SENHOR, onde está o temor que se ME deve?” (Mal 1,6)

 

2º - DEVEMOS RENDER LOUVORES AO NOSSO DEUS:

No livro dos Salmos, encontramos:

“Honra-ME o que oferece sacrifício de louvor.” (Salmos 49,23)

Este louvor não deve sair somente da boca, mas do interior mais profundo do coração. Por essa razão, quando o povo louvava a DEUS superficialmente, o Profeta Isaias escreveu revelando o queixume do SENHOR:

“E disse o SENHOR: Pois que este povo se chega para mim com a sua boca e com os seus lábios para me glorificar, mas o seu coração está longe de mim.” (Is 29,13)

 

3º – DEVEMOS HONRAR A DEUS NOSSO PAI NA PUREZA DO CORPO:

São Paulo nos ensina na Epístola aos Coríntios:

“Acaso não sabeis que os vossos membros são templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, o qual tens porque DEUS vo-lo deu, e que não vos pertenceis a vós mesmos, pois vos fostes comprados por um grande preço (o Sangue de CRISTO). Glorificai, pois, e trazei a DEUS no vosso corpo.” (1 Cor 6, 19-20)

 

4º – HONRAR A DEUS NA EQUIDADE DOS JUÍZOS:

É um procedimento de grande valor, honrar a DEUS na igualdade dos juízos para com o próximo, como disse o Salmista:

“É rei poderoso quem tem amor a justiça”. (Salmos 98, 4)

 

5º – IMITAR A DEUS POR MEIO DO AMOR:

“Tornai-vos, pois, imitadores de DEUS, como filhos amados, e andai em amor...” (Ef 5,1)

Mas é necessário que este amor esteja no coração, por meio da compaixão. Isto porque, o amor deve sempre estar acompanhado da misericórdia.

“Sede misericordiosos, como o vosso PAI é misericordioso”. (Lc 6, 36)

Isto porque, a misericórdia deve acompanhar as nossas obras.

 

6º – SEJAM MISERICORDIOSOS POR MEIO DA PERFEIÇÃO:

Porque o amor e a misericórdia devem ser perfeitos. São Mateus registrou no seu Evangelho as palavras de JESUS:

“Portanto, deveis ser perfeitos como o Vosso PAI Celeste é perfeito.” (MT 5, 48)

 

7º – DEVEMOS OBEDIÊNCIA A DEUS:

“Nós tivemos os nossos pais segundo a carne como educadores, e os respeitávamos. Não havemos de ser muito mais submissos ao PAI dos espíritos, a fim de vivermos?” ( Hb 12,9)

JESUS, sendo o FILHO ETERNO DE DEUS, nos deu o Seu impressionante exemplo, sendo obediente ao PAI até a morte, como escreveu São Paulo:

“Humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de Cruz.” (Fl 2, 8)

E por outro lado, nossa obediência deve ser acompanhada de perfeita paciência, principalmente nos castigos corretivos que o SENHOR nos proporciona, como está escrito no livro dos Provérbios:

“Não rejeiteis, meu filho, a correção do SENHOR, nem caias em abatimento, quando por ELE és castigado. Porque o SENHOR castiga aquele a quem ELE ama, e acha nele a SUA complacência, como um pai em seu filho.” (Prov 3, 11-12)

 

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