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Em 19 de Julho de 1870, o Imperador Napoleão III declarou guerra à Prússia, guerra que acabou muito mal para a França, porque os franceses foram sucessivamente derrotados em todas as batalhas. A 18 de Setembro os prussianos sitiaram Paris. O inverno foi muito duro e era muito grande a quantidade de feridos e mortos, e em consequência, a fome dominou em todas as regiões. Entretanto, mal foi assinado o tratado de paz com os prussianos e novamente eclodiu outra guerra! Agora, uma perigosa guerra civil que incendiou a capital. Os comunistas se declararam contra tudo o que se referia à religião.

Na tarde da Páscoa de 1871, os partidários da Comuna invadiram a Casa de Reuilly e queriam prender a Irmã Superiora. Todas as Irmãs se esforçaram e impediram que eles levassem a Madre. No dia seguinte, Irmã Dufés para evitar outra tentativa de prisão, foi obrigada a fugir de Paris.

Alguns dias mais tarde, Catarina foi levada escoltada por dois soldados a um Tribunal Revolucionário. Pediram-lhe que fosse testemunha contra uma exaltada revolucionária conhecida por “La Valentine”. Catarina que tinha sofrido muito nas mãos dela, não a acusou de nada, permaneceu em silêncio. Os juízes ficaram espantados.
Mas este era o lema das Irmãs: Para uma Filha da Caridade todo ser humano deve ser respeitado, mesmo que ele seja maldoso, ou seja, um criminoso.

Se no Asilo em Reuilly, Irmã Catarina não teve novas Aparições da VIRGEM, todavia, permaneceu em constante comunicação com ela. NOSSA SENHORA tinha pedido que fosse esculpida uma imagem que a representasse segurando nas mãos o globo terrestre. Padre Aladel não pode realizar o pedido, porque o escultor escolhido não revelou competência. Catarina que foi convidada a olhar o trabalho classificou-o de horrível e o rejeitou. O Padre faleceu em 1865.

Os anos passaram. Com 70 anos de idade Irmã Catarina sentiu a morte aproximar-se. Por isso, solicitou autorização para ir a São Lázaro encontrar-se com o Padre Chinchon que substituiu o Padre Aladel como seu confessor. Mas justamente, por causa de sua avançada idade, lhe foi recusada a autorização para se confessar com ele, por motivo da longa distância que teria de caminhar.

Ela pensou: “E agora o que fazer? Eu preciso atender o pedido de NOSSA SENHORA” . Imaginou outro caminho, porque ela queria atender a solicitação da MÃE DE DEUS. Rezou muito para NOSSA SENHORA, suplicando que Ela lhe iluminasse e lhe apresentasse a solução para aquele caso. E assim, inspirada pela MÃE DE DEUS, pediu uma entrevista para conversar com a Madre Superiora. Foi marcada para o dia seguinte: “Amanhã às 10 horas”. No encontro, que durou cerca de duas horas, as duas Irmãs permaneceram de pé, como se fosse para uma conversa de poucos minutos. Na verdade, a Madre Dufès como quase toda a Comunidade Religiosa, não acreditava que Catarina tivesse recebido as visitas da VIRGEM MARIA. Aliás, muitas delas nem duvidavam, porque consideravam que não era possível Catarina com toda a sua ignorância, ter recebido alguma visita celeste. A simplicidade, a total falta de instrução, o seu absoluto silêncio a respeito do assunto, a sua educação rústica e principalmente a sua impressionante humildade, colaboravam para que “ninguém” acreditasse na possibilidade dela ter sido a escolhida por DEUS. E como ela "nunca falava nada a respeito do assunto", as Irmãs da Comunidade Religiosa, em sua maioria, não acreditavam que ela fosse a escolhida do SENHOR". Por essa razão, Irmã Catarina viu a necessidade de descrever minuciosamente as Aparições a Irmã Joana Dufès, para que a Madre conhecesse a verdade. E então, aproveitou o ensejo para insistir no pedido de que fosse construída com urgência, uma imagem da VIRGEM MARIA com o globo nas mãos, na altura do peito, porque se tratava de um pedido da MÃE DE DEUS.

Diante da segurança das palavras de Catarina e do modo honesto e gracioso com que descreveu os fatos, Irmã Dufès teve a vontade de lançar-se de joelhos diante dela, arrependida por tê-la tratado sempre com dureza e pouca atenção. Mas, com sua autoridade de Superiora apenas murmurou: “Fostes muito favorecida”!

Irmã Catarina com muita humildade, respondeu:

“Eu favorecida? Fui apenas um instrumento minha Madre. Não foi para mim que a SANTÍSSIMA VIRGEM apareceu... Fui escolhida, porque sendo uma ignorante, ficava evidente que eu não poderia ter parte nas coisas maravilhosas que aconteceram e assim, todos acreditariam que foram realizados por Ela, pela MÃE DE DEUS”.

Durante o verão (provavelmente no mês de Julho) de 1876 o senhor Froc-Robert esculpiu a imagem pedida. Catarina não gostou, ficou decepcionadíssima com o resultado. Mas agora, o que fazer? Decidiu concordar com o trabalho.

No mês de Novembro a saúde da Irmã começou a declinar, permanecia todo o tempo em seu quarto, saindo de lá raramente. Pediu a Unção dos Enfermos e o Santo Viático. Toda a Comunidade presente rezou com ela. No dia 31 de Dezembro de 1876, às 19 horas, Catarina morreu, sem agonia. Seu rosto estava tranquilo e resplandecente. A Madre Superiora, Irmã Dufès, agora convencida que a Irmã Labouré tinha recebido de fato as Mensagens do Céu e portanto, ciente de sua santidade, comentou com as Irmãs da Comunidade: “Sim, foi verdadeiramente ela que viu a SANTÍSSIMA VIRGEM”.

O funeral foi um verdadeiro triunfo, para aquela que quis permanecer desconhecida. A Comunidade quis que o corpo da Irmã Catarina ficasse em Reuilly, num jazigo que ainda hoje existe, embaixo da Capela. A autorização foi concedida graças à senhora Marechala de Mac-Mahon, que era uma grande admiradora da mensageira de MARIA.

No dia 3 de Janeiro de 1877, o cortejo fúnebre, uma longa e numerosa procissão, percorreu o estreito jardim de Reuilly. O povo e as Irmãs rezavam e cantavam. Os cânticos fúnebres foram substituídos por cânticos de ação de graças. Isto porque, no íntimo de cada pessoa, Catarina já era uma Santa que viu NOSSA SENHORA e que durante 46 anos foi serva de JESUS CRISTO nos pobres. Foi canonizada no dia 27 de Julho de 1947.

Fotografia feita três meses antes do falecimento - 1876

 

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