ELEVADOR PARA A SANTIDADE
“Bem sabe, minha Madre, que o desejo constante de minha vida é fazer-me Santa. Todavia, sempre que me coloco em paralelo com os Santos, verifico facilmente que entre eles e mim, há uma imensa diferença, como aquela que existe entre uma montanha cujo cimo se esconde nas nuvens e um grãozinho de areia na praia, que todos pisam sem darem sequer por sua existência. Diante desta realidade fiquei um pouco desanimada em meu propósito, até que me despertei quando refleti: DEUS não vai inspirar em ninguém, desejos impossíveis de serem realizados. Apesar da minha pequenez, nada me impede de aspirar à santidade. Não posso progredir? Terei paciência para ir me suportando como sou, com meus cacoetes e imperfeições. Mas hei de buscar o meio certo de chegar ao Céu, por algum caminho direto, bem curto, ou por uma sendazinha bem pequena que conseguir escavar. Como estamos no século das invenções, não vale a pena cansar-nos em subir uma imensa escadaria pelos seus degraus. Se o rico tem um “elevador” que lhe poupa este trabalho, quero também encontrar um “ascensor” que me eleve até onde habita o meu JESUS, pois sou pequenina para subir os degraus da íngreme escada da perfeição. E assim, procurando nos Livros Sagrados algum indício do “elevador” que sonhava, encontrei estas palavras que a Sabedoria Eterna pronunciou: “Quem é pequenino, venha a MIM”. (Prov 9,16) Aproximei-me de DEUS convicta que tinha encontrado o que buscava. Desejosa de saber que faria DEUS a esse pequenino que DELE se aproximasse, continuei com minhas pesquisas e reflexões, e logo encontrei estas outras palavras: “Qual mãe que acaricia o seu filho, assim EU vos consolarei, tomando-vos ao colo e embalando-vos nos meus joelhos.” (Is 66,12-13) Nunca palavras tão ternas e melodiosas encheram tanto de jubilo a minha alma. Então veja que maravilhosa conclusão eu cheguei: "o elevador em que hei de subir ao Céu são os Vossos Braços, meu JESUS! Para isso não preciso crescer, pelo contrário, tenho que ser pequena, aniquilando-me cada vez mais e tornando-me sempre menor.” (pág 191/192)
A CARIDADE
“A caridade consiste em suportarmos os defeitos do próximo, não estranhando as suas fraquezas e procurando estimular qualquer pequeno ato de virtude que ele pratique. É importante não confinar a caridade nas profundezas do coração, porque ninguém “acende uma vela para deixá-la escondida debaixo de uma cama, mas para colocá-la num candelabro, a fim dela iluminar completamente o cômodo da casa.” (Lc 11,33) Esta luz, minha madre, se afigura no meu entender como sendo a Caridade, que deve alumiar e alegrar não só as pessoas a quem mais eu prezo, mas a todos que estão na casa.” (pág 205/206)
MANDAMENTO DO AMOR
“Quando JESUS deu aos seus Apóstolos um Mandamento Novo (Jo 15,12), não exige que só amemos o próximo como nos amamos a nós mesmos, mas como ELE o ama e há de amar até a consumação dos séculos.”
“Vós, meu JESUS, que não ordenais coisas impossíveis, conheceis a minha fraqueza e imperfeição, sabeis perfeitamente que nunca chegarei a amar as minhas irmãs como Vós as amais, se Vós, meu Divino Salvador, não as amardes em mim. Se destes um Mandamento Novo, é porque me quereis conceder esta graça. Quanto aprecio e amo este Mandamento, que também é garantia segura para mim, de que é Vossa Vontade amar em mim, todos aqueles a quem me mandais amar!” (pág 206)
EVITAR DISCUSSÕES
É comum ao ser humano, ao longo da vida ter simpatia pelas pessoas e não simpatizar com algumas. Santa Teresinha tomou a seguinte iniciativa:
“Rezava por aquela que me proporcionava tantas lutas interiores, encomendando-a a DEUS, além de, em todas ocasiões procurar prestar-lhe os serviços que estavam ao meu alcance. E quando vinha a tentação que me instigava a dar-lhe uma resposta agressiva, com esforço dominava meus sentimentos e esboçava um sorriso de timidez, não de sarcasmo, ao mesmo tempo em que tomava a iniciativa de dar rumo diferente à conversa, objetivando acalmar os ânimos e trazer paz ao espírito, lembrando o que está escrito no livro “Imitação de CRISTO”: “É de maior proveito afastar os olhos das coisas que nos desagradam, deixando cada pessoa com o seu parecer e seus argumentos, do que enveredar por caminhos imprevisíveis de longas e desagradáveis discussões”. (pág 213)