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PAGAMENTO DO TRIBUTO

Na sequência dos dias, JESUS fez de Cafarnaum a sua cidade sede e de onde partia para todas as incursões evangelizadoras, do mesmo modo que fez da casa de Simão, o seu quartel general. Sempre que retornava a cidade, era na casa de Pedro que permanecia. (Mc 2,1; 3,20; 9,33) (Mt 4,13; 9,1) (Lc 4,14) Outro fato que comprova a hospedagem de JESUS na casa de Simão Pedro é descrito por São Mateus. Os cobradores de impostos chegaram a Cafarnaum para fazerem o “recolhimento da anuidade” . Aproximaram-se de Pedro e perguntaram:

“O vosso Mestre não paga a didracma?” (era o valor do imposto e correspondia a uma moeda com 7 gramas de prata, valia o equivalente a meio siclo, ou seja, a metade do valor da moeda israelita) Pedro respondeu que pagava sim e chegando em casa, JESUS perguntou-lhe:

“Que te parece, Simão? De quem recebem os reis da terra tributos e impostos? Dos seus filhos (isto é, de seus súditos) ou dos estranhos?”

Como ele respondeu: “Dos estranhos”, JESUS lhe disse:

“Logo, os filhos estão isentos. Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar e joga o anzol. O primeiro peixe que subir, segura-o e abre-lhe a boca. Acharás aí um estáter. (é a tetradracma de Tiro, que correspondia ao valor do siclo inteiro israelita e pesava 14,40 gramas de prata) Pega-o e entrega-o a eles por MIM e por ti.” (Mt 17,25-27)

A BARCA DE PEDRO

Nas muitas oportunidades, JESUS falou ao povo e evangelizou em pé na proa da Barca de Pedro, para não ser sufocado pela multidão, que queria sempre estar ao seu lado ou tocá-LO, mesmo que com a ponta dos dedos; também utilizou diversas vezes o barco do Apóstolo para atravessar o Lago de Genesaré. Na verdade, no evangelho não se nomeia outra embarcação que ELE tenha usado durante o tempo em que evangelizou a Galiléia, a não ser a Barca de Simão. (Mt 8,23; 14,22) (Mc 4,36; 6,45). Também foi com o barco do Apóstolo que ocorreu a famosa pescaria milagrosa descrita por São Lucas (Lc 5,1-7), rica de simbologia e repleta de significados. Também no mesmo Lago de Tiberíades, o evangelista São João descreve outra notável pescaria milagrosa, acontecida após a Ressurreição do SENHOR. Os Discípulos tinham trabalhado arduamente toda a noite e durante a madrugada e não tinham conseguido pescar nenhum peixe. Quando regressavam, a pedido de JESUS, que estava na margem do lago, lançaram a rede à direita da embarcação e pegaram tantos peixes que ficou difícil transportá-los para a praia. (Jo 21,4-13)

Isto nos permite estabelecer uma simbologia e dizer, que fora da Barca de Pedro não se encontra JESUS, ou melhor, ELE sempre será encontrado na Barca de Pedro. Por outro lado, como na evangelização eclesial, a Barca é colocada simbolicamente representando a Igreja, podemos completar dizendo: que a Igreja é a Barca, que teve em Simão Pedro o seu primeiro timoneiro, ou seja, o seu primeiro Chefe e onde se encontra JESUS.

ENSINAMENTO DIVINO

Embora CRISTO por suas palavras, tenha colocado Pedro num plano preferencial desde o início, faz-se mister distinguir que JESUS não “nomeou” o seu Discípulo para uma atividade imediata ou para o cargo de Chefe em exercício, porque ELE estava presente e atuante no cumprimento de sua Divina Missão. Não faria o menor sentido, o SENHOR autorizar Pedro ser o guia das almas que buscavam a salvação, estando ELE presente e ao lado dos Discípulos. Por outro lado, o fato dos Apóstolos ambicionarem alcançar o primeiro lugar entre eles, ou quem seria o maior no reino de DEUS, é porque não entendiam a Obra do SENHOR e não conseguiam compreender os ensinamentos de JESUS. Numa passagem evangélica descrita por São Mateus, Maria Salomé esposa de Zebedeu, mãe de João Evangelista e Tiago Maior, suplica um lugar para os seus filhos, um à direita e o outro à esquerda de JESUS, no Reino de DEUS. (Mt 20,20-23) Sempre paciente, o SENHOR lhes ensina o comportamento correto e como viver com dignidade, oferecendo espaço ao amor fraterno. Nesta ocasião da mencionada citação, ELE disse:

“Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo.” (Mt 20,24-27)

Em outra oportunidade, ELE falou:

“Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos". Tomou uma criança, colocou-a no meio deles e, pegando-a nos braços, disse-lhes:Aquele que receber uma destas crianças por causa do Meu Nome, a MIM recebe; e aquele que ME recebe, não é a MIM que recebe, mas sim Àquele que ME enviou.”(Mc 9,35-37)

ELE colocava no coração dos Discípulos uma nova forma de exercer a autoridade, sem oferecer margem as atividades do maligno, que fomenta a disputa, o orgulho e a vaidade. E fez isto sem tirar o direito de quem verdadeiramente tem, daquele que é o Chefe, colocando de modo perfeito a necessidade de todos, sem exceções, cultivarem a humildade, a simplicidade e a fraternidade, como providências insubstituíveis para se viver bem e em harmonia com a vida, como tantas e tantas vezes ELE Mesmo procedeu, dando o seu exemplo.

Todavia, o SENHOR decidiu fazer a sua escolha, ao longo da Vida Pública, ELE revelou uma visível preferência por Simão Pedro: Mandou que ele andasse sobre as águas (Mt 14,29-30); levou-o para testemunhar a ressurreição da filha de Jairo (Lc 8,51-55); levou-o para presenciar a Sua Transfiguração no Monte Tabor (Mt 17,1-8); e muitas outras passagens. JESUS sabia que os Discípulos eram pessoas simples e em particular, Simão Pedro era um homem rude e de personalidade muito difícil, em face da sua pouca instrução. Era aquele diamante bruto que precisava ser lapidado vagarosamente, a fim de permitir a passagem da “Luz Divina” e tornar-se o reflexo do SENHOR. CRISTO fez com que ele compreendesse o horror do pecado e o perigo de não se fugir das ocasiões de pecar. Por isso mesmo, Pedro teve um profundo arrependimento de seu gesto disfarçado e covarde. Quando JESUS foi preso e levado à presença do Sumo Sacerdote José Caifás, sem poder fazer alguma coisa para libertá-LO, entrou no pátio da casa de Caifás para observar os acontecimentos. Mas, foi reconhecido por uma criada e outras pessoas como sendo um dos companheiros de JESUS. Diante daquela situação foi pusilânime e negou veementemente por três vezes, dizendo que não conhecia JESUS, com medo de ser envolvido e também ser preso. E então, tudo ocorreu conforme o SENHOR havia antecipado, Pedro ouviu um galo cantar depois de sua terceira negação. Triste e acabrunhado saiu dali e chorou amargamente o seu procedimento. (Mt 26,75) Sua dor foi tão profunda e sincera, que a Tradição Cristã descreve que em sua face ficaram as marcas em forma de sulcos por onde correram as lágrimas de seu arrependimento, pela inditosa falta. Entretanto, naquela mesma ocasião, JESUS também havia predito que ele se arrependeria daquela transgressão e seria pelo seu exemplo e ensinamento, um sustentáculo da fé dos fieis (Lc 22,32). Por isso mesmo, o SENHOR perdoou o seu Apóstolo, porque conhecia a grandeza de seu coração. No primeiro dia após a Ressurreição, Pedro foi um dos primeiros a receber a visita de JESUS Ressuscitado. (Lc 24,34) (1 Cor 15,5).

DURANTE A VIDA PÚBLICA DE JESUS

Certo dia próximo à celebração da Páscoa Judaica, na Sinagoga em Cafarnaum, JESUS acompanhado de Pedro e dos demais Apóstolos, fez uma grande revelação. Os judeus perguntaram-LHE:

“Que faremos, para trabalhar nas Obras de DEUS?” (Jo 6,28)

Respondeu-lhes:

“A Obra de DEUS é que acrediteis Naquele que ELE enviou.” (Jo 6,29)

Então eles disseram:

“Que sinal realizas, para que vejamos e creiamos em TI? Que Obra faz? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: (Moisés) Deu-lhes pão do céu a comer (Jo 6,30-3l)

Respondeu-lhes JESUS:

“Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do Céu, mas é meu PAI quem vos dá o verdadeiro Pão do Céu; porque o Pão de DEUS é o pão que desce do Céu e dá vida ao mundo.” (Jo 6,32-33)

Eles pediram:

“SENHOR, dá-nos sempre deste pão!”(Jo 6,34)

JESUS falou:

“EU sou o Pão da Vida (ELE se designa como o verdadeiro Pão, que o maná descido do Céu para saciar o povo figurava). Quem vem a MIM, nunca mais terá fome e o que crê em MIM nunca mais terá sede (JESUS é Sabedoria infinita, ELE conhece todos os Mistérios de DEUS. Segundo a Sua Vontade, revela a humanidade e satisfaz plenamente a todas as necessidades). EU, porém, vos afirmo: vós ME vedes mas não acreditais.” (isto é, eles não acreditavam que ELE tinha vindo do Céu, que foi enviado por DEUS) (Jo 6,35-36)

Os judeus ficaram murmurando contra ELE e diziam:

“Este não é JESUS, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como diz agora: EU desci do Céu?!” (Jo 6,42)

JESUS lhes respondeu:

“Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este Pão (ELE) é o que desce do Céu para que, não pereça quem DELE comer. EU sou o Pão Vivo descido do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. O Pão que EU darei é a Minha Carne (que é dada) para a vida do mundo.” (Jo 6,49-51)

Os judeus altercavam entre si, dizendo:

“Como este homem pode dar-nos a sua Carne a comer?” (Jo 6,52)

Então JESUS falou:

“Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a Carne do Filho do Homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue tem a vida eterna (JESUS é o verdadeiro Pão, não só como Palavra de DEUS, mas como vítima perfeita oferecida em Sacrifício, por seu Corpo e Sangue, para a vida do mundo) e EU o ressuscitarei no último dia. Pois a Minha Carne é verdadeira comida e o Meu Sangue, verdadeira bebida. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue permanece em MIM e EU nele.” (Jo 6,53-56)

Além dos Apóstolos, estavam também presentes diversos Discípulos. Alguns deles ouvindo aquelas palavras, disseram:

“Esta palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6,60)

E a partir daquele momento, muitos Discípulos voltaram atrás e não quiseram mais seguir com ELE, porque sentiram repugnância em ouvi-LO dizer que sua Carne era comida e o seu Sangue uma bebida, quando a própria lei judaica condenava o consumo de sangue. Entretanto, ELE sabia que forte impacto iam causar as suas Palavras, da mesma forma que também esperava uma vigorosa reação por parte daqueles que não acreditavam inteiramente NELE. Todavia, os que permaneceram, aceitaram as suas Palavras, mesmo sem entende-las. E tanto é assim, que ELE perguntou a Simão Pedro, porque ele também não partia com os outros. Pedro respondeu-LHE:

“SENHOR, a quem iremos? Tens Palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que é o Santo de DEUS." (TU és o CRISTO, o Messias, o FILHO DE DEUS) (Jo 6,68)

Nesta oportunidade como em outras, Pedro confessou a sua fé e demonstrou a sua lealdade, assim como a sua total confiança no SENHOR.

A GRANDE PROMESSA

Realçando a evidente preferência que o SENHOR manifestava por Simão Pedro, encontramos no Evangelho escrito por São João, a passagem da Grande Promessa Divina, na qual o SENHOR se manifesta solenemente confirmando a autoridade que ELE concedeu a Pedro. JESUS perguntou aos Discípulos:

“Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”
Disseram:
"Uns afirmam que é João Batista, outros dizem que é Elias, e outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas.”
Então lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que EU sou?”
Simão Pedro respondendo, disse:
“Tu és o Messias, o FILHO DE DEUS Vivo.” (Uma bela e comovedora confissão da messianidade do SENHOR)
JESUS respondeu-lhe:
“Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue (referindo-se ao caráter limitado da natureza humana) que te revelaram isto, e sim o Meu PAI que está no Céu. Também EU te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. EU te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e o que desligares na Terra será desligado nos Céus.” (só entram os que são dignos) (Mt 16,13-19)

Pedro recebeu do SENHOR, as “Chaves” de comando. A “entrega das chaves” é um ato simbólico que confere autoridade, direito e poder, assim como total liberdade para administrar, podendo abrir e fechar um recinto, uma organização ou uma cidade, a fim de que impere o direito, a justiça e o amor fraterno. Naquela época uma cidade era cercada com muralhas para ficar protegida contra as invasões dos inimigos e malfeitores, e tinha um grande portão de acesso, com fechadura. Dar a chave da cidade era uma honra que ainda permanece em nossos dias, ainda que hoje não haja muros e portões fechando as cidades, mas significa conceder livre acesso e autoridade sobre aquela cidade. E no caso de Pedro, a cidade da qual ele estava recebendo as chaves nada mais é do que a Cidade Eterna, o Reino de DEUS.

Então, foi um poder singular que JESUS concedeu a Pedro e que a Igreja entendeu como sendo um poder infalível (enquanto lidando com as coisas sagradas). Este assunto foi abordado e estudado exaustivamente pelos Padres e Bispos Conciliares, durante o Concílio Vaticano I (1869-1870), dando origem ao Dogma da Infalibilidade Papal (para todos os assuntos da religião Católica Apostólica Romana).

E por fim, JESUS querendo dar maior configuração a autoridade do Chefe do Colégio Apostólico, após a sua Ressurreição, nas margens do Mar de Tiberíades, disse a Simão Pedro:

“Simão , filho de João, tu Me amas mais do que estes?
Ele respondeu:
“Sim, SENHOR, Tu sabes que Te amo.”
JESUS lhe disse:
“Apascenta os Meus cordeiros.”
Uma segunda vez lhe disse:
“Simão, filho de João, tu Me amas?”
Disse ele:
“Sim, SENHOR, Tu sabes que Te amo.”
Disse-lhe JESUS:
“Apascenta as Minhas ovelhas.”
Pela terceira vez JESUS perguntou:
“Simão, filho de João, tu Me amas?”
Pedro se entristeceu porque pela terceira vez ELE lhe perguntara:
“Tu Me amas?” e lhe disse: “SENHOR, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo.”
JESUS lhe disse:
“Apascenta minhas ovelhas.” (Jo 21,15-17)

À tríplice confissão de amor de Pedro, JESUS respondeu outorgando-lhe uma tríplice investidura. ELE confiou a Pedro, o encargo de ser o Pastor Universal e reger o rebanho cristão de leigos e dos consagrados, em seu nome.

 

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