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“DIA DAS ALMAS”

 

 

O GRANDE REI HENRIQUE II

Na Alemanha, a política de Cluny não teve um sucesso permanente, pois os Monges estavam mais inclinados ao individualismo. Odilon visitou o Rei Henrique II em várias ocasiões e, pelo fato de existir uma grande amizade entre eles, conseguiu a interseção dele para resolver disputas em várias ocasiões com pessoas na Alemanha. Quando Henrique II foi coroado Rei da Itália em 1004, Odilon estava presente e participou da cerimônia. No dia seguinte, houve uma revolta contra o Rei Henrique em Pavia, que foi rapidamente esmagada e o partido derrotado foi procurar Odilon, suplicando que ele conseguisse a misericórdia do Rei Henrique para os derrotados. Odilon concordou e conseguiu convencer Henrique, que muito respeitava a santidade do seu amigo Odilon, que sempre segurava e levantava a sua mão nas vitórias e concedia misericórdia aos vencidos. Quando Henrique foi coroado como Sacro Imperador Romano em Roma, em 1014, o Abade Odilon também estava presente. Ele chegou a Roma antes do Natal e passou vários meses junto com Henrique até sua coroação em fevereiro de 1014. O Papa presenteou Henrique com uma maçã dourada ('o mundo') com uma cruz, representando o seu Império. Mais tarde, o Rei Henrique II enviou esse presente para Odilon em Cluny. Quando Henrique II morreu em 1024, as casas de Cluny fizeram muitas orações e Missas pela alma do Rei Henrique II.

 

FINADOS

Segundo uma lenda, um peregrino que viajava numa pequena embarcação, foi arremessado ao mar durante uma tempestade, e com dificuldade conseguiu se abrigar numa ilha. Sendo homem muito religioso, enquanto aguardava socorro, ficou rezando e suplicando a misericórdia de DEUS. Então teve uma visão das almas no Purgatório, suportando a dor da purificação pelas chamas que as queimavam, como punição pelos seus pecados. Salvo por marinheiros de outra embarcação, retornando a sua casa, foi procurar o Padre Odilon de Cluny, e lhe perguntou: “Se havia um dia no ano, especialmente destinado para as pessoas rezar em beneficio das almas dos falecidos que padeciam no Purgatório”?

Odilon pensou no acontecimento e decidiu instituir a comemoração anual dos mortos, de todos os fiéis que partiram desta vida, a serem observados pelos membros da sua comunidade com esmolas, orações e sacrifícios, suplicando ao SENHOR DEUS o alívio das almas que sofrem no Purgatório. Com este objetivo, Santo Odilon decretou que aqueles que solicitavam uma Missa para os mortos deveriam também fazer uma oferta monetária para os pobres, associando assim a esmola em beneficio dos pobres e mais necessitados, às orações em benefícios das almas das pessoas falecidas.

Assim, ele criou o “Dia de Todas as Almas” (DIA DE FINADOS) em Cluny e nos seus Mosteiros, dia 2 de Novembro, provavelmente não no ano 998 como afirmam alguns autores, mas no ano 1030, quando esta providência foi aprovada e adotada em toda a Igreja Católica Ocidental.

O Livro dos Macabeus, na Sagrada Escritura, confirma: "De fato, se ele não esperasse que os falecidos iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se ele considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório (Santa Missa) pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos dos seus pecados". (2 Macabeus 12,44-46).

O acolhimento e respeito pela data, logo se espalhou rapidamente por todo o universo cristão. O Papa Bento XV concedeu um privilégio aos Sacerdotes do mundo inteiro, de poder celebrar três Santas Missas no dia 2 de novembro, ou seja, no Dia de Finados, com objetivo de multiplicar as orações pela libertação das almas do Purgatório. Sobretudo, porque a Santa Missa é a renovação do sacrifício de CRISTO na Cruz, atraindo para todas as famílias, inclusive as enlutadas, os infinitos frutos da redenção.

SANTA TEREZINHA DO MENINO JESUS nas oportunidades gostava de esclarecer: “A morte não é o termo, o final de tudo. Não é assim. Através da morte entramos na vida".

No entanto, esta entrada no Céu pode não ser imediata para a maioria das pessoas. Para uma normal e completa união íntima com DEUS, a alma precisa estar perfeitamente limpa, purificada de todos os seus pecados durante a existência terrestre, e por isso, os remanescentes dos pecados cometidos que não foram removidos totalmente em vida, pelas Confissões Sacramentais não realizadas com perfeição, pelas Orações e Santas Missas rezadas sem a necessária fé, pelo recebimento da Sagrada Eucaristia em imperfeito estado de graça, e de muitas outras faltas e comportamentos indignos, as pessoas devem procurar corrigir em vida. Assim sendo, as almas dos falecidos que não estão purificadas integralmente, terão que ser encaminhadas ao Purgatório, para ficarem totalmente limpas e em perfeitas condições de encontrar DEUS. O Apóstolo São Mateus reproduz nos evangelhos a palavra de JESUS:"Bem-aventurados os puro de coração, porque verão DEUS" (Mt 5,8).

Portanto, a experiência da oração do povo cristão pelos mortos, expressa essa persuasão da necessidade de uma purificação. Fato que levou as autoridades eclesiásticas no Vaticano a definir o dogma do Purgatório [conforme DS 1304; 1820; 1580], como uma purificação final que permite aos eleitos obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu, alcançando a visão beatífica de DEUS [cf. CEC n.1032].

 

 MORTE

Muitas vezes em sua vida, Odilon visitou Roma. Em sua última visita, em Outubro de 1048, na época das eleições papais e da coroação imperial do Rei Henrique III, ele passava o tempo todo orando em diferentes Igrejas e dando esmolas aos pobres. Na verdade, ele sempre pensava e desejava morrer em Roma. Mas seguiu sua vida normalmente. Concluídos todos os compromissos começou sua jornada de volta a Cluny. No caminho, ainda não muito longe de Roma, sofreu um acidente com seu cavalo que tropeçou em algumas pedras e ele caiu, tendo-se machucado bastante, inclusive merecendo cuidados especiais por motivo de sua avançada idade. Foi levado de volta à cidade eterna. E tanto ele estava sofrendo, que até o Papa foi visitá-lo em seu leito de dores, confortando-o e rezando por suas melhoras. Permaneceu em Roma até a Páscoa. Depois completamente curado do acidente, retornou a Cluny.

Todavia, na Abadia e durante as suas viagens de visitas as Casas Clunicenses, continuou a fazer os seus jejuns e práticas ascéticas, apesar da sua idade avançada e da fraqueza do corpo. Mas, quando visitou o Convento de Souvigny ainda exercendo normalmente as suas funções, teve que permanecer lá. No Natal, ele estava tão fraco que precisou ser carregado pelas dependências do Mosteiro. E assim, ele morreu durante a madrugada do Ano Novo, no dia 1º de Janeiro de 1049,  aos oitenta e sete anos de idade. Entregou sua alma a DEUS sem qualquer estremecimento e sem agonia. Os Monges presentes descrevem que ele fechou os olhos normalmente, como fazia para dormir, e com a face tranquila e serena, sua alma partiu para a eternidade.

 

 

CANONIZAÇÃO

O Abade Odilon foi enterrado no Convento Clunicense de Souvigny, e logo após o seu sepultamento, milagres foram relatados, inclusive com curas de pessoas, e por isso mesmo, passou a ser venerado como Santo. Em 1063, o Cardial Peter Damien, ex-Bispo de Óstia, Itália, iniciou o processo de Canonização por determinação do Papa Alexandre II (1061-1073), escrevendo um resumo dos fatos mais importantes da vida de Odilon, baseado na obra completa escrita pelo Monge Jotsald, que foi o acompanhante do Abade Odilon em todas as viagens. O valor e a santidade inquestionável do Abade ficou em plena evidência, inclusive foi denominado "Arcanjo dos Monges", por suas admiráveis reformas administrativas. Em 1069 por determinação do Papa, foi aberto o tumulo do Abade Odilon e encontraram o corpo integralmente incorrupto. Então, o Sumo Pontífice concluindo a parte das verificações determinou o final do processo, proclamando SANTO, o Abade Odilon. O seu corpo foi transladado para a Abadia de Cluny, permanecendo num tumulo ao lado do Abade Mayeul.

 

REVOLUÇÃO FRANCESA

Em 1793, suas relíquias, juntamente com as do Abade Mayeul, foram queimadas por revolucionários franceses no "altar da pátria".

No ano de 2002/03, as relíquias que permaneceram dos dois Abades, foram tratadas e colocadas em novos mausoléus.

 

REGISTRO OFICIAL

A festa de Santo Odilon era anteriormente no dia 2 de Janeiro, em Cluny, agora é comemorada no dia 19 de Janeiro na França; na Suíça é comemorada no dia 6 de Fevereiro. Em outros lugares, é comemorada no dia 11 de Maio. Santo Odilon é patrono das almas do Purgatório. A Paróquia de Saint Odilon em Berwyn, Illinois, nos Estados Unidos da América do Norte, foi oficialmente designada como "O Santuário Nacional das Almas do Purgatório".

 

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