“MISSÃO INGRATA”
EM LONDRES NA INGLATERRA
Quando estava no auge de suas atividades em Paray-le-Monial, Padre Cláudio de La Colombière recebeu ordem de seu superior hierárquico na França, mandando que ele fosse para Londres, imediatamente, a fim de ser Capelão da Duquesa de York, senhora Maria de Modena, que era católica fervorosa, mas que só consentiria em se casar com o Duque, irmão de Carlos II, Rei da Inglaterra, somente depois de ser autorizada pelo Governo Inglês a ter sempre um Sacerdote Católico junto dela. Como se tratava de assunto que envolvia os Governos de dois países: Inglaterra e França, que buscavam objetivamente melhorar os entendimentos e transações, não houve contatos preliminares eliminando arestas ou sugerindo reparos.
Padre Cláudio + Mary Modena - Duquesa de York + André Duque de York - Esposo de Mary + Carlos II (irmão de André) Rei da Inglaterra
A BONDADE DIVINA ACONSELHOU
Por meio da Santa Vidente, Irmã Margarida Maria,“NOSSO SENHOR JESUS CRISTO" recomendou ao Padre Cláudio algumas atitudes a serem observadas em sua nova missão na Inglaterra:“Não se assustar com a investida dos infernos contra o seu carisma para atrair as almas, mas confiar inteiramente na bondade de DEUS, pois será ELE o seu sustentáculo; usar de doçura e compaixão para com os pecadores; ter o cuidado de nunca separar o bem de sua fonte.”
Sua partida, como é bem compreensível, foi muito dolorosa e sentida pela Irmã Margarida Maria e muitas outras pessoas do Mosteiro da Visitação, que juntos trabalhavam para a continuidade da divulgação da devoção ao “SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS”.
INSTALADO NO PALÁCIO
De sua parte, Padre Cláudio permaneceu absolutamente fiel aos seus votos e propósitos feitos por ocasião da “Terceira Provação” quando foi ordenado Sacerdote do Altíssimo, mantendo-se afastado da vida na Corte Inglesa. Sendo o Capelão da Duquesa de York, ele vivia no Palácio de Saint James, mas permaneceu num regime de profundo recolhimento e de grandes mortificações. Preocupava-se intensamente em propagar a Devoção a “SAGRADA EUCARISTIA” e ao “SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS” isto apesar das dificuldades existentes, pois a Inglaterra sempre foi protestante, e naquela época alguns membros do governo, mantinham hostilidades contra a Igreja Católica.
UNINDO OS CRISTÃOS
Todavia, com sua natural habilidade, converteu diversas famílias inglesas ao cristianismo, e inclusive, atraiu para a vida consagrada muitos membros da aristocracia londrina. Inclusive, alguns, ele os encaminhou para instituições religiosas na França; outros, os reuniu em Londres mesmo, num Mosteiro clandestino fundado por ele, próximo a Catedral de São Paulo, no centro de Londres.
E assim, no ano 1674 o Padre Cláudio já celebrava Missas numa Capelinha no centro de Londres. Por isso, acabou passando a ser procurado por inúmeros cristãos clandestinos: Padres exilados, Freiras, religiosos. Todos vinham, aflitos, ansiosos por ouvir os seus conselhos. Ali, Padre Cláudio Colombière alimentou a fé dos cristãos perseguidos e os encorajou a perseverarem dando-lhes grande conforto espiritual.
A TERRÍVEL MENTIRA
Mas foi nesta época que um tal de Titus Oates, figura suspeita que frequentava o ambiente criminoso, teceu uma terrível intriga, por causa da proteção que o Padre Cláudio dava aos cristãos, acusando injustamente os Jesuítas e outros membros da Igreja Católica de estarem tramando o assassinato do Rei da Inglaterra Carlos II, a fim de substituí-lo pelo seu irmão Duque de York, que foi convertido ao cristianismo. Como já mencionamos, o Duque de York era o marido da Duquesa de York, senhora Maria de Módena de quem o Padre Cláudio era o Capelão. Embora o próprio Rei da Inglaterra, Carlos II, não acreditasse, considerando absurda aquela denúncia e sem fundamento, aconteceram diversas e violentas perseguições contra os católicos, injustamente acusados de participarem do denominado “complô papista”.
Este complô era um movimento constituído por adversários políticos, para eliminar o Rei da Inglaterra Carlos II. E mais, a pretexto de tais acontecimentos, embora não houvesse nenhuma prova testemunhal, o Padre Cláudio foi denunciado e encarcerado pelo crime de proselitismo religioso (partidário de uma religião diferente do protestantismo, que era a religião oficial). Cumpria-se desse modo, uma premonição (uma sensação ou advertência antecipada que ele teve logo que chegou a Londres; uma espécie de pressentimento), semelhante a um outro pressentimento ocorrido há quatro anos antes, quando mentalmente se viu coberto de ferros e correntes, sendo arrastado para uma prisão, acusado e condenado por ter divulgado em homilias e discursos, a abominável traição que crucificou JESUS CRISTO.
A verdade é que o Padre Claudio sendo completamente inocente, foi injusta e covardemente condenado e lançado numa enxovia (cárcere subterrâneo, escuro, úmido e sujo), embora já se encontrasse com a saúde debilitada por uma tuberculose incipiente que o clima úmido de Londres lhe havia proporcionado. Naquele local, se permanecesse teria morrido em pouco tempo. Mas a Providência Divina não permitiu... Os fatos foram levados a presença do Rei da França Luis XIV, que no mesmo momento escreveu e enviou uma missiva urgente a Carlos II, o Rei da Inglaterra. O Rei Carlos II, que não estava a par daquela prisão, mandou libertar o Padre Cláudio de imediato e lhe concedeu liberdade para viajar em seguida, para Paris.
Chegou a França quase sem forças, hospedou-se na residência de Sacerdotes Jesuítas, da mesma Ordem Religiosa. Estes fatos ocorreram em meados de 1679.
Depois de recuperar um pouco a saúde, dirigiu-se para o Colégio da SANTÍSSIMA TRINDADE na cidade de Lyon, onde no passado ele fez os seus primeiros estudos de Humanidades, e também, onde naquela época, assumiu o cargo de Diretor espiritual dos alunos de Filosofia. Então, era um local onde possuía amigos e simpatizantes. Embora atualmente estivesse fisicamente muito desgastado, não deixou de propagar a Devoção ao “DIVINO E SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS” defendendo-o contra os inúmeros ataques de pessoas mal informadas e esclarecendo todas as injustas e absurdas incompreensões.
MORTE DO PADRE CLÁUDIO
No inverno de 1681, Padre Cláudio retornou a Paray-le-Monial, cujo clima parecia ser mais benéfico para a sua saúde. Porém, lá chegando, por causa do intenso frio daquela rigorosa estação, pensou-se em conduzi-lo para Vienne, onde ficaria em convalescência aos cuidados de seu irmão, Arcediago daquela Diocese. Mas o Superior de Paray-le-Monial mandou que ele não viajasse, após ter chegado um bilhete escrito pela Irmã Margarida Maria Alacoque que transmitia ao Padre Cláudio um recado de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO: “ELE me disse que quer o sacrifício da sua vida aqui, em Paray-le-Monial”.
A vida de Padre Cláudio verdadeiramente já estava no fim. No dia 15 de Fevereiro de 1682, com 41 anos de idade, Cláudio de La Colombière foi se encontrar finalmente com “AQUELE” de quem fora servo fiel e amigo perfeito e dedicado neste nosso mundo. Algumas horas depois dos funerais, Irmã Margarida Maria de Alacoque, cujo coração estava unido ao coração do Padre Cláudio de La Colombiére, no Interior do “CORAÇÃO SANTÍSSIMO E SAGRADO DE JESUS” pode fazer uma alegre recomendação: “Agora podem invocá-lo com tranquilidade e confiança por que ele pode interceder por nós junto a DEUS”.
SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
No dia 8 de Maio de 1928, o Papa Pio XI assinou o longo processo que depois do mesmo ter percorrido todos os canais de direito, como normalmente acontece, foi elevado a suprema Categoria Litúrgica: “SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS” através da Encíclica “Miserentissimus Redemptor”.
BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO
Em 1929 o PADRE CLÁUDIO DE LA COLOMBIÉRE foi “BEATIFICADO” pelo Papa Pio XI, no Vaticano. E no dia 31 de Maio de 1992, o PADRE CLÁUDIO foi “CANONIZADO” pelo Papa João Paulo II, também no Vaticano.