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MANIFESTAÇÕES DIVINAS

 

ORDEM RELIGIOSA DE LEIGOS

Frei Domingos continuava com suas viagens como missionário pregador da Palavra de DEUS. Em suas reflexões percebeu que o trabalho apostólico dos Frades Pregadores, por mais eficiente que fosse, tinha um limite delineado pelas próprias condições da vida. Por isso, ele pensou nos leigos, pessoas que embora vivendo no mundo, preparados e imbuídos no mesmo ideal da sua Ordem Religiosa, pudessem dar o acréscimo necessário, a preciosa obra realizada pelos seus Frades. Desse modo, os leigos seriam verdadeiros missionários pregadores, no seu ambiente, no seu dia a dia.

Assim, ele fundou o terceiro ramo da sua Ordem, exclusivamente para aqueles que não iriam morar em Conventos, mas seriam pregadores leigos morando em suas próprias casas.

Frei Domingos já tinha muita experiência com leigos, pois há anos trabalhava com diversos deles, como foi o caso de Pedro Sheila, que era o seu elemento de confiança, muito embora convivesse em plena harmonia e fraternidade com todos os outros. Em sua época Frei Domingos já considerava importante e eficaz o trabalho do leigo na Igreja, e por isso ele valorizava o apostolado leigo e inclusive colocou o nome da sua Ordem Religiosa Leiga de “Milícia de CRISTO”.

SERVINDO A DEUS

Dona Tuta, era uma viúva de Roma que tinha grande admiração pelas pregações de Frei Domingos. Certa ocasião em que Frei Domingos se encontrava em Roma, celebrando uma Santa Missa na Igreja de São Marcos, o filho de Dona Tuta estava enfermo, mas ela deixou-o com uma acompanhante e foi a Igreja rezar e suplicar a misericórdia de DEUS pela saúde da criança. Terminada a cerimônia, quando voltou à sua casa, encontrou o seu filho morto. Ela abraçou a criança e correu até a Igreja com o filho ao colo, e diante do Padre, disse:

- “Frei Domingos, o senhor é um Servo de DEUS. Tenho a certeza de que se o senhor rogar a DEUS pelo meu filho, certamente o SENHOR DEUS ouvirá a sua prece”.

Frei Domingos se compadeceu da dor daquela pobre viúva... Em silêncio, elevou os olhos ao Céu e assim permaneceu por alguns poucos minutos. Mentalmente ele suplicava a misericórdia infinita de NOSSO SENHOR em benefício daquela criança. Depois, ainda em silêncio, traçou o Sinal da Cruz sobre a testa do menino. Imediatamente, num gesto rápido, o menino se ergueu querendo se libertar dos braços da mãe e cheio de vida ficou de pé, enquanto Dona Tuta banhada em emocionadas lágrimas, de joelhos agradecia a Bondade de DEUS e a eficaz intercessão de Frei Domingos. Ele, humilde e apressadamente pediu a Dona Tuta que não contasse a ninguém. Mas não adiantou o pedido, havia muitas pessoas nas proximidades, e o fato se espalhou de maneira rápida e incontrolável, inclusive foi parar no ouvido do Papa Inocêncio III. Este maravilhado com o acontecido queria que Frei Domingos testemunhasse publicamente o milagre Divino. Mas ele, humilde e modestamente declinou do desejo papal e não aceitou. O Papa compreendeu o seu espírito e respeitou o procedimento de Domingos, não tocando mais no assunto.

No entanto, este milagre da ressurreição do menino feito por DEUS, pela eficaz intercessão de Frei Domingos, foi testemunhado por várias pessoas, e entre elas: Frei Tancredo, Frei Alberto, Frei Odon, Frei Henrique, Frei Gregório, que estavam na Sacristia, e diversos leigos que tinham participado da Santa Missa.

OS ANJOS SERVEM OS FRADES NO MOSTEIRO

A confiança que Frei Domingos tinha na Providência Divina era verdadeiramente impressionante. Ele se entregava totalmente nas mãos de DEUS.

Certa vez, a despensa do Convento estava totalmente vazia e os dois responsáveis pela cozinha, Frei Alberto de Roma e Frei João da Calábria, estavam apreensivos, por que tinham que preparar o jantar da Comunidade Religiosa e não tinham nada para fazer o preparo.

Logo, a solução inicial foi sair e mendigar esmolas pelas ruas. E assim fizeram. Contudo, após algumas horas de tentativas em muitas casas, praticamente nada conseguiram, a não ser um pão que uma mulher generosamente lhes dera. Mas, assim que caminhou um trecho de rua encontraram um mendigo que lhes pediu algo para comer. Os dois olharam um para o outro e entregaram o pão ao mendigo, lhe dizendo:

- “Amigo, é só o que temos, porque também vivemos da caridade alheia”.

Chegaram ao Convento com as mãos vazias e encontraram Frei Domingos sorrindo, feliz e satisfeito, que logo os abraçou, e antes que eles contassem o ocorrido, ele falou:

- “Meus filhos, vocês fizeram muito bem”.

E os Frades lhe disseram:

- “Pai, nada temos para comer”.

- “Meus filhos, toquem agora o sino para o jantar! Façam o que lhes pedi, porque DEUS haverá de nos prover do necessário”

Frei Domingos elevou as mãos aos Céus e com confiança, rezou o Pai-nosso. Ao terminar a oração, entraram no refeitório dois jovens com veste branca, onde já se encontravam todos os Frades. Eles traziam duas cestas cheias de pães e puseram-se a servir os Frades. Ao passarem diante Frei Domingos, serviram-lhe um pão e o saudaram com uma grande reverência, inclinando a cabeça e, desapareceram.

Os mais assustados e sem jeito, não tinham coragem de tocar as mãos nos pães. Frei Domingos sorrindo lhes disse:

- “Comam, meus filhos, este é o pão que o SENHOR nos mandou”.

Em recordação a este notável milagre Divino, nos Conventos dos Frades Dominicanos, o pão é sempre servido por dois Noviços.

MISSIONÁRIO E PEREGRINO

Frei Domingos era um incansável pregador da Palavra de DEUS, caminhando descalço, atravessou a Europa de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Homem simples e humilde, embora fosse um admirável Santo, ele mesmo se considerava um grande pecador. Por isso, antes de entrar numa cidade onde ia pregar, rezava assim:

- “Ó meu DEUS, TE suplico, não olhes para os meus pecados, neste momento em que estou para entrar nesta cidade; não lances TUA cólera sobre os que aqui habitam nem TE afastes deles por causa dos meus pecados”.

Quando ele chegava numa cidade e a Igreja já se encontrava fechada, ele ia até a porta principal e por alguma fresta saudava JESUS no Sacrário.

Se chegasse cansado e doente, por causa do esforço desprendido nas missões, ia até a casa de alguma família amiga nas cidades que percorria, para pedir um auxílio. E embora fosse imensa a alegria daqueles que o recebiam, nunca conseguiam fazê-lo se alimentar bem e convenientemente, e por mais que lhe dessem o melhor quarto, com a cama mais macia, ele acabava dormindo no chão ou no estrado de madeira da cama.

Só mesmo uma graça muito especial do SENHOR é que podia fazer que esse homem tivesse tanta energia para trabalhar pelo Reino de DEUS.

RECONHECIMENTO POPULAR

Por isso mesmo, a devoção a Frei Domingos começou em vida, por que as noticias se espalhavam com grande rapidez e as pessoas admiradas queriam conversar com ele, pedir uma benção, enquanto outras, mais afoitas, levavam ocultamente uma tesoura para cortar um pedacinho da sua roupa a fim de guardar como relíquia. Pelo seu admirável poder intercessor junto a DEUS, Frei Domingos de Gusmão bem antes da sua morte, já era considerado Santo.

DOMINGOS ENCONTRA FRANCISCO

Ele estava em Roma tratando da aprovação da sua Ordem Religiosa e a noite foi rezar numa Igreja. Teve uma visão magnífica: viu NOSSO SENHOR JESUS CRISTO num momento de grande tristeza com uma lança na mão, dizendo:

- “Destruirei os gananciosos e os que vivem afogados nos prazeres carnais”.

Frei Domingos ergueu as mãos em gesto de súplica ao SENHOR, pedindo misericórdia para os pecadores. Neste momento vê se aproximar NOSSA SENHORA, linda, com um olhar doce e cheio de paz, carinhosamente falando a JESUS:

- “Não, MEU FILHO! Ainda não, pois lá na Terra dois servos Meus lutam incansavelmente por SUA causa. Eu ajudarei a ambos, e haveremos de transformar todo mal em bem”.

E então, na visão, NOSSA SENHORA lhe mostrou dois Frades: o primeiro estava vestido de branco com uma capa preta. Frei Domingos se reconheceu a si mesmo naquela imagem, mas o outro Frade ele nunca tinha visto.

No dia seguinte, ao cair da tarde, Frei Domingos ainda em Roma, entrou numa Igreja para rezar. Era um silêncio incrível e os raios do sol, penetrando pelos belos vitrais coloridos da Igreja, derramava uma luz e uma paz celestial. Envolvido por toda aquela mística ambiental, caminhava pela Igreja olhando-a por todos os lados, quando seu olhar se deteve na direção de um homem que humildemente rezava ajoelhado. Ele se aproximou e observou mais: era franzino, estava descalço como ele, trajava um hábito meio marrom muito surrado, feito de tecido grosseiro, com um cordão de nós preso à cintura. Domingos se admirou e pensou:

- “Meu DEUS, ali está o meu irmão de luta, aquele Frade que NOSSA SENHORA me mostrou na visão”!

Domingos correu para aquele misterioso mendigo, e chamando-o, fez com que ele se levantasse, e lhe deu um caloroso abraço, apertando-o contra o seu coração. Esse humilde Frade era Francisco de Assis, o “pobrezinho de Assis”. Na continuidade dos meses ficaram tão amigos que até pensaram em unir as duas Ordens Religiosas fundadas por ambos. Porém, pelo fato dos carismas serem diferentes, isto não foi possível. O estudo dos Dominicanos deveria continuar firme e destruir a ignorância religiosa do clero e do povo, enquanto a pobreza e humildade dos franciscanos deveria ser exemplo para o clero e o povo que estavam por demais apegados ao exibicionismo e aos bens materiais.

Os dois Santos se transformaram em amigos e irmãos, numa amizade linda e admirável cultivada pelas duas Ordens Religiosas, e que se conserva até hoje pelo imenso carinho que se manifestam, considerando-se “primos” uns dos outros.

FREI DOMINGOS E NOSSA SENHORA

Ele tinha grande devoção pela MÃE DE DEUS, desde o tempo de estudante na Universidade de Palência e no Cabido de Osma, e também, foi sob o olhar maternal e carinhoso da VIRGEM MARIA, na pequena Igreja de Nossa Senhora de Prouille que ele fundou a Ordem Religiosa das Monjas, dos Padres Pregadores e dos Missionários Leigos.

Por mais de uma vez, teve visões nas quais via a MÃE DE JESUS dar provas de seu amor e proteção a sua Ordem Religiosa. E destas visões, uma das mais célebres, foi quando estando em Roma, numa noite, na Capela do Mosteiro de Santa Sabina, viu um clarão de luz deslumbrante e JESUS CRISTO revestido de grande esplendor e glorificado, lhe foi mostrando o Céu. Nesta visão ele via religiosos de todas as Ordens totalmente glorificados passeando alegres e felizes pelo Paraíso Divino, mas não viu nenhum Dominicano entre eles. Amargurado e triste pôs-se a chorar e, entre soluços, perguntou:

- “SENHOR, onde estão os meus filhos? Onde eles estão? Quantos deles já partiram para a VOSSA Eterna Morada antes de mim, e eu não vejo nenhum deles no Céu”?

JESUS sorriu e olhando para NOSSA SENHORA que estava ali bem próxima, disse:

- “Domingos, teus filhos eu confiei à MINHA MÃE”.

NOSSA SENHORA também sorrindo, abriu o Seu Manto com as duas mãos e sob ele estava uma multidão sorridente de Dominicanos e de Dominicanas.

Domingos quase morreu de tanta alegria e felicidade, e voltando do êxtase maravilhoso, sorridente e muito feliz correu a tocar o sino do Convento, embora ainda não fosse à hora do pessoal acordar e levantar para o trabalho. Mas todos atenderam os sinais do sino e se reuniram na Sala de recepção. Entre risos e muitas lágrimas, Domingos descreveu a todos a linda visão que tivera, e bastante emocionado, falou do amor e da misericórdia que NOSSA SENHORA tinha para com a Ordem dos Padres Pregadores.

VISÃO DO PAPA

Em 1215 o Papa Inocêncio III governava a Igreja na época em que Frei Domingos levou ao Vaticano o texto do Regulamento da Ordem que fundou e, buscava a necessária aprovação. Mas, como sempre acontece, existia a natural burocracia que atrasava as definições.

Por isso mesmo, Domingos entregou-se a oração, suplicando a Divina Providência que inspirasse o Santo Padre a ver no Estatuto da Ordem os seus justos e honestos objetivos.

Poucos dias depois, pessoas dignas de confiança ouviram do próprio Papa a revelação de um sonho que tivera: “ele viu no sonho a Igreja Basílica de São João de Latrão pronta a ruir e desabar totalmente, quando de súbito, viu Frei Domingos correr para socorrê-la, resolutamente encostando-se nela e a escorando-a com o ombro, evitando que o Templo viesse a se desmoronar”.

Homem inteligente, admirado com o sonho e sabendo o que ele podia significar ou o que verdadeiramente significava, com a maior pressa e sem nenhuma dificuldade, no mesmo ano durante o Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação do projeto de Frei Domingos. No ano seguinte, o sucessor, Papa Honório III emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de Ordem dos Padres Pregadores, ou Dominicanos, que passaram a serem conhecidos e respeitados como homens sábios, pobres, e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.

A santidade de Domingos ganhava cada vez mais fama, atraindo as pessoas que desejavam seguir o seu modelo de apostolado. Foi assim que surgiu o pequeno grupo chamado "Irmãos Pregadores" , do qual fazia parte o seu irmão de sangue, o bem-aventurado Padre Manes.

 

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