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A GRAÇA DIVINA

 

NO MOSTEIRO AGOSTINIANO DE CÁSSIA

Rita não desanimava diante das dificuldades, continuava a rezar fervorosamente, suplicando o auxílio Divino. O seu coração lhe confiava à certeza de que DEUS tinha ouvido a sua súplica.

Descreve a tradição popular, que passados alguns dias, depois da meia noite, Rita ouviu uma voz de homem chamando-a do lado de fora da sua casa. Atendeu e ficou surpreendida, pois era um de seus protetores: São João Batista, que a cumprimentou e a convidou subir até o cume do Scoglio de Roccaporena, para se encontrar com os seus outros dois protetores: Santo Agostinho de Hipona e São Nicolau de Tolentino. Os três Santos abraçaram a devotíssima viúva e a transportaram para dentro do Mosteiro em Cássia, onde ela desejava ardentemente viver, e depois desapareceram.

Na manhã seguinte, as Irmãs estavam admiradas, pois como foi possível Rita se encontrar ali na Clausura junto delas, estando às portas e janelas do Mosteiro hermeticamente fechadas?

Mas, tendo ouvido de Rita, com muita simplicidade e ingenuidade, o que lhe havia acontecido, reuniram-se em Capítulo, e compreendendo a Vontade Divina, unidas, aceitaram-na como monja.

Embora esta lenda tenha plena aceitação, Padre Damaso Trapp adverte que: “ela narra poeticamente o que é absolutamente histórico: que Rita teve três patronos...; que fez do Scoglio o seu próprio Sinai (lá rezava fervorosamente e sentia a presença de DEUS); que foi admitida no Mosteiro verdadeiramente com grande dificuldade”.

O PÓ DA VIDEIRA

Quando entrou no Convento, Rita encontrou um pequeno número de companheiras. Nove, talvez dez, pelos nomes que se conhece. E entre elas estava Caterina Mancini, que era aparentada com os familiares de seu marido e que muito lhe ajudou na pacificação das famílias Mancini e Cicchi. Caterina junto com Angeluzza Cicchi Capozzi, que era membro da família gibelina da qual partira a ordem para a eliminação de Paulo, embora não sendo irmã do Mosteiro, ajudou muito a Rita a fim de que se concretizasse a pacificação. Anos mais tarde, por sua escolha e própria vontade, se tornou Irmã e depois, Abadessa do Mosteiro de Santa Maria Madalena.

Rita era popularíssima com os seus concidadãos, por seu amor aos pobres e marginalizados da cidade. No cotidiano, ela passava algumas horas no locutório do Mosteiro ouvindo, encorajando e aconselhando as pessoas que lhe expunham as suas dores pessoais e familiares. E passava também longas horas na Capela e em sua cela rezando, num colóquio direto com DEUS, suplicando a misericórdia do SENHOR para aquelas pessoas e para ela também.

Seguia a Regra do Mosteiro de maneira impecável, com plena obediência. A propósito da obediência de Rita, Padre Cavallucci narra que a Abadessa do Mosteiro “por longo espaço de tempo a fez regar uma planta seca que se encontrava na horta, para testar a sua obediência, e Rita o fazia pacientemente e de boa vontade”. Esta foi à primeira prova que efetivamente submetida cumpriu a ordem sem oposição e nem questionamentos. Com humildade e disposição, durante um ano regou aquela planta seca. A planta seca é a famosa “videira milagrosa”, que hoje é mostrada aos peregrinos no Mosteiro das Agostinianas em Cássia, que hoje está no seu nome, Mosteiro de Santa Rita de Cássia. A videira ainda se encontra lá, testemunhando a obediência de Rita. Este acontecimento, os historiadores citam como sendo o primeiro milagre ocorrido por intercessão dela. A videira cresceu muito e seus ramos são fortes e espessos. Hoje suas ramas são dessecadas e cozidas em elevada temperatura, por medida de higiene, e a seguir reduzidas a pó. Os fiéis atribuem extraordinários poderes de cura a esse “pózinho de Santa Rita”, que é distribuído pelas monjas em pequenos envelopes bentos por um sacerdote. Os enfermos fazem uso dele, ingerindo-o com alimento ou bebida.

VIDA MONÁSTICA

Rita entrou no Noviciado, no Mosteiro de Santa Maria Madalena, em Cássia, com 34 anos de idade, em 1415. Permaneceu o período de tempo no Noviciado e na época certa fez a profissão dos votos religiosos, de acordo com a “Regola” (Regra, Estatuto) de Santo Agostinho, recebendo o hábito monacal, tudo na presença de um Tabelião que registrava todos os acontecimentos, pois na época, “o Tabelião estava sempre presente também na profissão das monjas”.

Quando Rita ingressou no Mosteiro, não levou apenas o dote que devia servir ao próprio sustento, mas fez mais, como relata o biógrafo Donato Donati: “Privou-se de quanto possuía, empregando parte dos bens em esmola aos pobres, e parte em ressarcir a Igreja e o Mosteiro onde contava viver e morrer” (das despesas que iam ter com ela). Todos os seus bens: a casa em que viveu e o moinho, o terreno onde cultivava e tinha a horta, a jumenta e algumas cabras e ovelhas que possuía, todos foram vendidos para constituir o seu dote. Um casacão de pele de ovelha que possuía e trajava no inverno, ela doou a uma parenta. Essa peça existe até hoje e é considerada como uma preciosa relíquia de Santa Rita, sendo conservada no Santuário de Roccaporena dedicado a ela.

Ela estava consciente de que abraçando a vida monástica poderia também continuar com suas obras de misericórdia corporal e espiritual para com o próximo, como sempre fazia, e essa possibilidade a deixava alegre e feliz, porque via nos irmãos necessitados e sofredores o próprio JESUS no caminho do Calvário e na Cruz.

CRISTO amou tanto a humanidade a ponto de morrer na Cruz em nosso benefício, e ela queria imitá-LO a qualquer custo. Como monja, continuou a desempenhar o seu papel de “pacificadora” (herdado de seus pais), cultivando e pregando incisivamente, o caráter de indivisibilidade que existe entre o amor a DEUS e o amor ao próximo (não há divisão e nem diferença, devem ser iguais). Por este motivo, não deve haver brigas e vinganças, o amor deve ser maior e o cultivo dele, de modo sincero e leal, deve encontrar a solução através de renúncias, de ambas as partes, para que exista a reconciliação e desejada harmonia.

PENITÊNCIAS E DISCIPLINAS

Havia Irmãs que as penitências ordinárias não bastavam, elas pediam para serem submetidas a um regime mais rigoroso e severo. Estes casos aconteciam algum tempo depois da consagração. A Irmã interessada fazia a solicitação, se não houvesse problemas de saúde, acontecia uma segunda cerimônia de profissão do jejum. Em outras palavras, a partir daquele momento a Irmã se empenhava em viver somente a pão e água. Era um costume aceito, mas praticado com muita discrição. Frequentemente o consentimento era negado pela Abadessa, pois não era fácil decidir cada caso, autorizando práticas penitenciais que poderiam debilitar fisicamente aquelas mulheres, de cuja energia vital dependia também a vida delas e o próprio Mosteiro.

O Convento não era apenas um lugar de oração, meditação e ascese. Era um centro de vida ativa, de trabalho e de relações com o mundo externo. E para gerir todas as atividades do Mosteiro não havia mais do que dez mulheres. A própria clausura não tinha normas rígidas, como aquelas que foram impostas pelo Concílio de Trento (1545-1563), Rita e as companheiras circulavam livremente por Cássia e arredores fazendo caridade, assistindo os doentes e necessitados (Rita fazia muito mais, curava-os), consolando os que padeciam e alimentando os pobres. Há registros dos negócios feitos pelo Mosteiro na compra de moinho, de terrenos e de diversos bens, que depois eram alugados, todos em benefício da Irmandade, com o objetivo de adquirirem renda e poderem pagar todas as despesas da Comunidade Religiosa e oferecer condições de vida normal as Irmãs.

Por outro lado, existia também o uso das “Disciplinas”, usadas pelas irmãs para manter a própria vontade dominada, ou como atitude de suportar um sofrimento por um profundo amor, imitando o suplício Redentor de JESUS em benefício da humanidade de todas as gerações, e, portanto, em benefício também delas. A “Disciplina” é um termo que em literatura indica abstratamente uma virtude ou uma regra de vida. Mas, no Convento significava “disciplina sanguine aspersa” (o açoite com o qual costumava se flagelar até sangrar). No Convento, Rita fabricava diversos tipos de açoites, com tiras de couro, com fios metálicos e outros materiais, para ela e para as Irmãs que desejavam aplicá-los no próprio corpo. Além dos flagelos, Rita confeccionou para si mesma, com as próprias mãos, um cilício doloroso e repulsivo, de cerdas de porco pungentes como ferrões. Usava-o diariamente na cintura sobre a pele nua, embaixo da túnica de lã, e no avesso da túnica, costurou espinhos de sarça.

Certa vez repreendida pela Abadessa pelo excesso de jejuns, ela negou que eles debilitassem o organismo, ao contrário, dizia ela com ingênuo fervor, revigoram-no. “A abstinência abranda, mas predispõem para as provas mais difíceis: mitiga a agressividade, intensifica a resistência, espanta os demônios, afugenta os perigos, solta a língua e a memória”.

O DIABO SEMPRE QUER INTERFERIR

Satanás não se limitava a esconder os açoites para impedi-la de se flagelar. Também não se limitava a atormentá-la lançando a dúvida na sua mente, insinuando que ela estava sendo assassina de seu próprio corpo, afirmando que aquela flagelação que fazia era um suicídio disfarçado, e portanto, um crime. Com muitos instrumentos de sedução, satanás se mantinha presente para interferir nas boas obras do cotidiano. Dizia ele: “A clausura não é para ti. Volta para junto dos homens... Tu és bela, Rita. Vai viver junto dos homens”... O demônio a tentava tanto, que para resistir e afastar o mau pensamento, enxotando o maligno para longe, ela se precipitava e rolava na vidrenta neve do inverno de Cássia, expondo-se ao açoite das neves que irrompiam das colinas.

O demônio voltava, agora sob uma forma belíssima, como convém aos príncipes das tentações, aparecendo-lhe com vestes de um jovem sensual, arrogante, seguro do irresistível fascínio que tinha a capacidade de exercer sobre qualquer alma desorientada. E ele aparecia sorrateiramente e soprava-lhe no pescoço um hálito de desejo. Ela reagia firme: “Que fazes aqui entre as freiras? Vai lá para fora, para o mundo”... Sucediam-se propostas de inesgotáveis prazeres, de viagens além dos oceanos da pureza... E Rita sentindo perder as forças diante da tentação, rapidamente pegava o chicote e vigorosamente chicoteava o demônio e o seu próprio corpo, porque chicoteando a si mesma, estava chicoteando satanás, até fazê-lo desaparecer, ou seja, fazendo desaparecer o mal pensamento que ocupava a sua mente. Saía esgotada daquelas investidas satânicas, mas eufórica com a vitória alcançada. Para Rita como para uma infinidade de Santos que utilizaram o mesmo recurso da flagelação e da disciplina, não o faziam por um simples masoquismo ou por uma vontade histérica de autodestruição. Mas como recurso extremo e corajoso de dominar a própria vontade e principalmente de buscar somente a imensidão do Amor Divino. Também, muitas vezes sofria mais o ardor da flagelação, como demonstração de amor eterno a humanidade de todas as gerações.

No caso de Rita, que embora se submetendo a jejuns e a cruéis mortificações, num desejo ardente de se aniquilar na união com DEUS, continuava a exercitar com piedosa constância os seus poderes taumatúrgicos com o objetivo de curar as doenças do pobre e daquele que sofria e necessitava, salvando o próximo da morte. E assim, também se mantinha plenamente fiel a regra de Santo Agostinho, que impunha o respeito e o amor para com o próprio corpo, dando ênfase à obrigação de conservar a integridade física visando à ressurreição.

ESPINHO DE JESUS PARA ELA

Em 1440, com 59 anos de idade, dos quais 25 anos passados no Mosteiro de Santa Maria Madalena, em Cássia, Rita exercitava com fervor e perseverança a Regra de Santo Agostinho, na prática das virtudes evangélicas e na imitação de JESUS Crucificado.

A penitência praticada por ela e por muitos outros Santos naquela época, não deve causar espanto e nem admiração, eram muito comuns. As pessoas piedosas suplicavam a DEUS a libertação da Igreja do funesto “Cisma do Ocidente”, que a dilacerava com papas e antipapas numa sucessão incrível, sem nunca acabar, e também que libertasse a sociedade civil dos ódios que envolvia muitas famílias e dos outros numerosos males que a afligiam. Para obter estas graças os religiosos e religiosas se flagelavam individualmente e também coletiva e publicamente.

Em 1260 surgiu em Perugia a confraria dos “Flagelados” , também denominados dos “Disciplinados de JESUS”. Eles percorriam de uma cidade a outra, em sinal de penitência, flagelando-se até sangrar o corpo, recitando orações penitenciais.

Além das confrarias, havia com muita frequência na Idade Média, as representações da paixão e morte de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, nas Igrejas, nas praças públicas e em qualquer lugar onde fosse possível, com um extremoso e apaixonado cultivo a devoção ao Crucificado. Neste clima espiritual, voltou a pregar em Cássia, na Sexta-Feira Santa de 1442, na Igreja de Santa Maria do Povo, o ilustre e famoso orador franciscano Frei Giacomo della Marca. Ele como sempre, exercitava uma oratória rica e vibrante, deixando a assembléia em suspense, em completo estado de admiração. Como era seu costume, fazia acompanhar a sua ardente e expressiva palavra com amplos gestos das mãos e movimentos vivazes. Desse modo, ele falou da agonia do Salvador e o seu terrível abandono na Cruz. Alternou as suas considerações focalizando a ingratidão humana, o ódio que reinava em todas as partes, o pecado e os pecadores, e o amoroso e sublime sacrifício de CRISTO para salvar a humanidade de todas as gerações: as pessoas que já haviam morrido, também os que viviam naquela época e as pessoas que ainda iam nascer. E finalizou evocando as dores da VIRGEM MARIA, suscitando em todos, comoção e lágrimas. E como era natural, a profunda sensibilidade de Rita foi, sem dúvida, fortemente abalada.

As cerimônias da Sexta-Feira Santa prolongaram-se até o escurecer e terminou com a tradicional procissão do “CRISTO morto”.

Quando ela regressou ao Mosteiro com suas coirmãs, estava cansada e cheia de sofrimento, porque as tocantes palavras do orador reviveram intensamente em seu coração a Paixão de JESUS, suscitando nela um desejo incontido de participar dos sofrimentos do SENHOR.

Entrou na sua cela, prostrou-se diante do Crucifixo e abandou-se nele com todo o amor de que sua alma ardente era capaz. E então aconteceu o milagre: um espinho da Coroa que envolvia a cabeça de CRISTO cravou na fronte de Rita formando uma chaga. Era o selo visível do amor perene do SENHOR JESUS por sua esposa devota e fiel.

Na manhã seguinte, no Sábado Santo, as suas coirmãs não a viram chegar ao coro para as costumeiras orações matutinas. Bateram à porta de sua cela e viram sua fronte com uma ferida vermelha. Admiradas quiseram saber o que havia ocorrido e então, ouviram comovidas a narração que Rita lhes fez e a seguir relataram o fato à Madre Abadessa.

A dádiva do espinho, que o Esposo Crucificado fez a Rita, causou-lhe muito sofrimento e solidão. De fato, na biografia de 1628, as monjas testemunharam: “Com esta graça tão especial teve oportunidade de se exercitar em muitas virtudes com maior quietação e tranquilidade: uma vez que, além da dor excessiva que lhe causava a chaga, às vezes criava bichos e se tornava tão fétida que, para não provocar náusea nas monjas, suas companheiras, por sua decisão, ela vivia em continua solidão, conversando apenas consigo mesma e com DEUS. E ali, recolhida em si mesma e plenamente submetida a uma generosa mortificação, encontrava nos favores celestes novos motivos de humilhação e de humildade”.

Este estigma permaneceu em sua testa até a sua morte. Entretanto, no ano de 1450, um milagroso parêntese de três anos aconteceu após a estigmatização, quando as Irmãs Agostinianas do Mosteiro decidiram viajar em peregrinação a Roma, para ganhar as indulgências ligadas à visita das Basílicas Romanas e das Catacumbas. Rita decidiu acompanhar as suas coirmãs e como sinal evidente de que aquela era a Vontade de DEUS a ferida em sua fronte se fechou. E durante a permanência em Roma, quando visitaram o Papa Eugênio IV, a ferida permaneceu fechada. Tão logo retornaram ao Mosteiro de Santa Maria Madalena, em Cássia, a ferida se reabriu em sua fronte e o mau-cheiro voltou. Por essa razão, aceitando humildemente esta penosa cruz, mantinha-se sozinha na sua cela, transportando corajosamente o sofrimento em seu corpo, junto com o seu querido e adorado Esposo Crucificado.

ENTRE O CÉU E A TERRA

Muitos são os Santos que tiveram o privilégio de receber algumas chagas como aquelas sofridas por JESUS na sua terrível e abominável flagelação. A humanidade indiferente não entende o sentido dos estigmas, e usa expressões assim: “coitadinho (a) DEUS tenha misericórdia dele (a)”; “não apareceu ninguém caridoso para remover o cravo de ferro do pé dele?” (São Francisco de Assis recebeu os estigmas do SENHOR, e no seu pé permaneceu o cravo de ferro semelhante aquele que pregou JESUS na Cruz).

Na verdade os estigmas que o SENHOR concede e concedeu a determinadas pessoas escolhidas, são manifestações de um expressivo e incomensurável amor que tangencia os contornos do infinito, propiciando a quem recebe uma “amostra” (que sempre é de menor intensidade) das dores e sofrimentos de JESUS no Calvário. São dores de um Amor Sublime e Sem Limites, de indescritível doçura, que o SENHOR assumiu para resgatar a humanidade de todas as gerações. Assim, embora fossem sofrimentos brutais, terríveis, violentos e covardes, JESUS aceitou-os por Amor, para nos redimir e salvar. Como a humanidade constituiu o Corpo Místico de CRISTO, que é a Cabeça do Corpo, o açoite e a flagelação planejada em membros do Corpo Místico, visam também, por amor e paixão, completar a redenção que compete a cada membro fazer, como integrante do Corpo Místico do SENHOR. E dessa forma as dores e os sofrimentos sentidos por aquele que pratica a flagelação no próprio corpo, são compensados e saciados em grau muito mais elevado, os incômodos que as dores e chagas lhe possam causar.

Assim aconteceu com Rita. Ela estava enamorada do SENHOR e tem na testa uma ferida oriunda do recíproco Amor Divino, que provoca nela dores atrozes e intensas, mas ao mesmo tempo, enche a sua alma de uma felicidade transbordante que derrama uma ilimitada alegria em seus êxtases. Existe uma sublime vantagem em tudo isso, que o Apóstolo São Paulo realça magistralmente na sua Epístola aos Romanos: “E se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de DEUS e co-herdeiros de CRISTO, pois sofremos com ELE para também com ELE sermos glorificados”. (Rm 8, 17)

Mas, apesar da ferida na testa e do mau cheiro que dela exalava, Rita continuava feliz e muito popular e era amada e procurada pelo povo. Por isso também, o prodígio do espinho na testa dela, rapidamente tornou-se do domínio público. Sua reputação de alcançar milagres do SENHOR se consolidou de tal forma, que em vida adquiriu o titulo de “beata”, fato que oficialmente aconteceu dois séculos depois, quando concluído o processo canônico aberto pelo Papa Urbano VII, ela foi proclamada oficialmente “Beata” por direito e merecimento.

 

 

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