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“FUNDAÇÃO DA CASA MISSIONÁRIA”

PROJETO DA CASA DAS MISSÕES

No dia 23 de Maio de 1874 leu um artigo de Jornal que o Prefeito Apostólico de Hong-Kong, Monsenhor Dom Giovanni T. Raimondi, estava visitando Dr. von Essen, Pároco de Neuwerk. Com a necessária pressa, ali se apresentou, com a idéia de recolher informações acerca de Missões na China, para posterior publicação na Revista.

Padre Arnaldo aproveitou a oportunidade, e durante a conversa, apresentou o seu ideal: a fundação de um “Seminário de Missionários para a Igreja de língua Alemã”. O Bispo animou-o a unir-se na tarefa ao Pároco de Essen, que estava cheio de atenção também pela Obra Missionária em Luxemburgo. O Padre Arnaldo, não se sentiu animado, isto porque ele mesmo pensava que para a fundação de um Seminário do Gênero seria necessário um grande homem. Monsenhor Raimondi inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, simplesmente disse:“Funde você mesmo! E junto com o Seminário, levante também uma Escola, onde bons rapazes possam dar os primeiros passos no caminho da sua formação para o Sacerdócio”. Padre Arnaldo rezou para ter Luz e Força.

Como fruto destas orações, ele compreendeu claramente a Vontade de DEUS: ele mesmo deveria tomar em suas mãos a fundação de uma CASA MISSIONÁRIA.

Era a vontade DIVINA!

Com a ajuda de alguns Bispos, Arnaldo inaugurou no dia 8 de Setembro de 1875 em Styel (Holanda) a “CASA MISSIONÁRIA”. A data 08/09/1875 é considerada como o dia da fundação da “CONGREGAÇÃO DO VERBO DIVINO”. Isto porque, nesta data mencionada, aconteceu o Primeiro Capitulo Geral da Comunidade Religiosa, no qual além de determinar as diretrizes de trabalho, foi escolhido de comum acordo, o nome da Ordem Religiosa. E assim, ao longo dos meses, depois de minuciosa organização e superadas todas as dificuldades, no dia 2 de Março de 1879, partiram os dois primeiros Missionários da CONGREGAÇÃO para a China. Um deles era José Freinadmetz, que foi um admirável e eficiente Missionário.

O Pároco von Essen não podia deixar a sua Paróquia, devido às leis do Kulturkampf: o seu Bispo não deu autorização. O Império Alemão ficou com a liderança prussiana. Desde o final de 1871 Bismark impôs severas condições ao Catolicismo no famoso “Kulturkampf”. Assim, Padre Arnaldo ficou sozinho com tão grande tarefa na mão.

 

PROCURA E COMPRA DO IMÓVEL

Viajou até Velo.E na localidade próxima de Tegelem, encontrou uma casa com grande quintal, que se prestava muito bem para o objetivo que ele desejava. Porem o preço era muito alto. O proprietário vendia o imóvel por 45.000 Marcos. Mas Padre Arnaldo não desanimou, pediu um tempo de espera. Visitou os Bispos da Holanda pedindo-lhes a Bênção protetora para a obra; visitou alguns Seminários Maiores, falou com os seminaristas aprestando-lhes a idéia.

O ancião Bispo de Roermond, Monsenhor Paredis, depois da visita do Padre Arnaldo falou para um sacerdote diocesano: “Esteve aqui o Padre Janssen, Capelão das Ursulinas de Kempem. Imagine-se, ele pretende fundar uma Casa Missionária, e não tem nenhum recurso financeiro! Realmente é um maluco, ou então é um Santo”.

O arcebispo Paulo Melchers, de Colônia, ouvindo falar dos planos do Padre Arnaldo, disse: «Vivemos tempos em que nada se mantém de pé, e você pretende levantar algo novo?».

Naturalmente, ninguém podia lhe ajudar. O seu Bispo, Bernardo Brinkmann, de Münster, também não tinha possibilidades de ajudá-lo.

Entretanto tinha aparecido uma nova oportunidade para responder ao sonho de Padre Arnaldo, que já estava plenamente convencido de que a Obra era essencialmente a Vontade de DEUS, e assim, nada e nem ninguém o poderia impedir de realizá-la. Na aldeia de Steyl, junto ao rio Mosela, que pertencia ao Município de Tegelem, havia uma antiga pousada a venda, e por um preço muito mais acessível, embora o valor ainda não estivesse ao alcance de Padre Arnaldo. Porém conversou com o proprietário e amarrou um compromisso no valor de 17.000 Marcos.

E partiu dali para a luta, publicando o seu ideal e colocando-o nas mãos dos leitores da Revista Missionária: “O Pequeno Mensageiro do SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS”. A quantia poderia sair das doações dos pobres! E verdadeiramente foi acontecendo: Uma jovem, que entrou no Convento das Irmãs Clarissas de Düseldorf, trouxe o seu dote para entrar no Convento, que chegava a 9.000 Marcos. A Abadessa das Clarissas enviou este dinheiro à Nova Fundação do Padre Arnaldo. Um segundo presente de 6.000 marcos veio da jovem empregada Senhora Catarina Schell. Com este dinheiro Padre Arnaldo comprou a velha pousada junto ao Rio Mosela para fundar a primeira “Casa de Missões Alemã”. As oferendas dos pobres, mais uma vez, estavam nos alicerces das Congregações de Steyl.

Na continuidade foram chegando os primeiros colaboradores: o estudante de Teologia João Baptista von Anzer, do Seminário Maior de Regensburg; Francisco Reichart, de Vorarlberg, e o Padre Bill da Diocese de Luxemburgo.

No dia 16 de Junho de 1875 Padre Arnaldo assinou o contrato de compra, colocando num plano de execução o seu grande ideal. Comemorava-se nesta época, o aniversário de 200 anos das visões do SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS por Santa Margarida Maria de Alacoque; como era natural, esse dia era celebrado com festa em muitos Conventos e Paróquias, por desejo do Papa Pio IX. Também Padre Arnaldo e os seus colaboradores consagraram-se ao “SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS” , deixando tudo nas “DIVINAS MÃOS DE JESUS”! Padre Arnaldo resumiu o texto da oração do Santo Padre numa frase que passou a ser o emblema-espiritual dos Missionários de Steyl: «Viva o CORAÇÃO DE JESUS nos corações de todos».

Em 08 de Setembro de 1875 teve lugar a Bênção da Casa Missionária junto ao Rio Mosela. Nessa data a Igreja celebra a Festa do Nascimento de NOSSA SENHORA. É também a data do nascimento da CONGREGAÇÃO DOS MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO - SOCIETAS VERBI DIVINI, SVD -. Foi uma grande festa para toda a aldeia de Steyl. O Santo Padre enviou uma Bênção Especial.

Ainda chegaram novos reforços humanos: o jovem Henrique Erlemann, de Wadersloh na Westfalia, que foi um autêntico presente do céu naqueles momentos: tomou a direção das construções e fabricou as mobílias necessárias para a instalação da Comunidade.

Chegou também um irmão do Padre Arnaldo, que era religioso Capuchinho, Irmão Junipero, homem de um humor invejável. Foi o cozinheiro da pequena Comunidade, e uma espécie de “mãe carinhosa” que consolava as tristezas e preocupações de todos os habitantes daquela Comunidade Missionária.

 

DIFICULDADES E PRIMEIROS PROBLEMAS

Todos os primeiros habitantes da CONGREGAÇÃO de Steyl, sem exceções, almejavam fervorosamente levar a graça de CRISTO aos povos que não o conheciam, dessa forma, ajudando a instaurar o Reino de DEUS. Com esse objetivo, buscavam escolher e decidir que tipo de organização interna seria a melhor para realizar este projeto.

Padre Arnaldo sonhava com uma “Congregação Missionária”, cuja regra possuísse normas de obediência a um Superior; assim ofereceu à pequena Comunidade uma Regra e um Horário que deveria reger a vida diária da Comunidade. Para programar isso, ele tomou por base e exemplo às grandes Ordens Religiosas que possuíam trabalho missionário. Por seu lado o Padre Bill e dois jovens seminaristas, com idéias “muito evoluídas” pensavam em outro caminho, sugerindo que a Comunidade fosse transformada numa Associação de Padres Diocesanos que se comprometiam com a Obra Missionária, “mas sem votos e sem nada que lembrasse à vida religiosa de uma Comunidade”.

Assim, já entre os primeiros colaboradores criou-se certo descontentamento, porque divergia frontalmente na organização pessoal administrativa, completamente diferente da sugestão tradicional do Padre Arnaldo na sua visão de vida para a Casa de Missões. Os que não concordavam chegaram a procurar apoios, com um argumento maldoso: «Padre Arnaldo Janssen não é a pessoa adequada para um empreendimento como a fundação da primeira Sociedade de Missões Alemã, ele é pouco prático».

Padre Arnaldo sofreu muito, e os seus colaboradores também. E, sobretudo, por não estar ainda bem claro o caminho a seguir; procurou na oração a necessária claridade de idéias. Arnaldo decidiu-se por um estilo de Sociedade Religiosa. O Padre Bill achou que não podia aceitar e retirou-se, e com ele o estudante Reichart; o jovem von Anzer continuou. A verdade é que estas dificuldades até ajudaram bastante a fazer com que o Padre Arnaldo e seu grupo, centrassem muito mais fervorosamente nas orações e no trabalho.

Tudo foi muito bom, porque com a saída daqueles dois, chegaram outros Sacerdotes mais interessados. No dia 02 de Junho de 1876, DEUS NOSSO SENHOR enviou ao Padre Arnaldo a bênção e a preciosa colaboração do seu irmão Padre João Janssen e um amigo dele, Hermann Wegener, ambos também Sacerdotes. Posteriormente, da Diocese de Bresannone, no Alto Adige italiano, veio o jovem sacerdote José Freinademetz. Significa dizer: não podiam ser melhores os primeiros confrades.

NOSSO SENHOR realmente abençoou o trabalho. Vieram jovens a Steyl para estudarem e se prepararem para a vida Missionária, e os Sacerdotes também trabalhavam firme como educadores. Em 15 de Agosto de 1876 foi Ordenado Sacerdote o jovem João Baptista von Anzer em Utrech; dois dias mais tarde aconteceu na CASA DE MISSÕES, a Primeira Santa Missa do novo sacerdote, e então, aproveitou-se o ensejo para lançar a primeira pedra do novo edifício, porquanto a velha pousada já tinha ficado muito pequena para a Comunidade que crescia vigorosamente. No segundo aniversário da Fundação teve lugar a Bênção do novo edifício, que já estava pronto. Os “profetas do contra” que tinham previsto o fracasso total tiveram que “reconsiderar as suas palavras” e olhar com visão serena e respeitosa, o sucesso do empreendimento do Padre Arnaldo.

 

CASA DA CONGREGAÇÃO MISSIONÁRIA DO VERBO DIVINO

 

A OBRA DOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

O novo edifício foi usado, sobretudo para os Sacerdotes que iniciaram a fazer nele os seus Exercícios Espirituais. O Arcebispo Paulo Melchers de Colônia, que morava em Maastricht por causa das leis do Kulturkampf impostas pelo Imperador Bismark, escreveu ao Padre Arnaldo apresentando a possibilidade dos Sacerdotes da sua Diocese vir fazer o retiro em Steyl, visto que na Alemanha estava mesmo muito difícil. Padre Arnaldo aceitou, e assim, junto com a idéia Missionária, foi crescendo em Steyl o “Apostolado dos Exercícios Espirituais”. Em 1877 houve em Steyl três cursos de Exercícios para Sacerdotes, um curso para Homens e outro para jovens.

Esse foi o início da Obra dos Exercícios em Steyl. Milhares de Sacerdotes e de Professores, Homens e Jovens, Mulheres e Moças passaram por Steyl e lá ficaram uns dias de reflexão e oração. Esta grande quantidade de gente que fizeram os Exercícios Espirituais, e que passaram por Steyl, ficou impressionada pela atitude do pessoal da casa, o elevado sentido de responsabilidade e do trabalho, revelando serem verdadeiramente, os melhores propagadores da Obra de Steyl.

 

EM QUALQUER ÉPOCA A GRÁFICA É FUNDAMENTAL

Tanto como nos Exercícios Espirituais, o “Apostolado da Imprensa” foi que marcou o início da Obra Missionária de Steyl. Sabemos que Padre Arnaldo esteve sempre metido dentro do mundo das publicações; então, de sã consciência ninguém pode se surpreender que ele, bem cedo, logo pensasse na possibilidade de “iniciar na própria casa” as publicações do «Pequeno Mensageiro do SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS» de modo que já em Dezembro de 1875 tratou com o impressor Henrique Stute da compra da sua gráfica; e no dia 27 de Janeiro de 1876 já estava tudo instalado na “CASA DE MISSÕES”.

A Gráfica de Steyl teve um início humilde, porem na sequência dos meses cresceu muito; foram aparecendo novas publicações: Stadt Gottes (1878), e, sobretudo, Michaelskalender desde 1880, que fizeram conhecida a “Casa de Missões”, e as obras da mesma na Alemanha e nos territórios de Missão.

A importância da Impressão Gráfica não pode ser deixada de lado. A intuição do Padre Arnaldo foi realmente importante; A Policia Social Nazista no tempo de Hitler, depois da ocupação da Holanda, uma das primeiras coisas que fez foi encerrar a Gráfica de Steyl no dia 12 de Fevereiro de 1941. Disse o terrível e sanguinário Ditador: “Agora, por fim, temos acabado com o centro de Ação dos Católicos”.

 

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