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FRUTO ABENÇOADO

 

DESCENDÊNCIA

Todos nós ao nascer recebemos de DEUS a missão da nossa vida. Através dela, da maneira carinhosa e responsável que buscamos viver e cumprir o caminho da nossa existência, com indizível júbilo sempre somos contemplados pela alegria de sentir na mente e no coração, o lindo sorriso Divino, derramado em nossos dias.

Os pais de São Benedito foram trazidos da África para a Itália como escravos, e mais precisamente da Etiópia para a Sicilia, no sul da Itália.

Documentos antigos informam que o pai dele se chamava Cristovão Monasseri, em que o sobrenome era de Vicente Monasseri, o seu senhor, e Diana sua mãe, tinha o sobrenome de Lercan, da família Lercan, também denominada família Lanza do seu senhor. Na Itália, onde eram jovens escravos, trabalharam com empenho e muita dedicação, e onde também se conheceram se amaram e se casaram.

Sendo Cristovão um correto trabalhador e um bom cristão, cativou a simpatia e amizade do senhor Monasseri, que o escolheu como capataz da Fazenda e Feitor dos escravos que trabalhavam na propriedade agrícola. E por essa razão, como presente, no dia do casamento com Diana, o patrão lhe prometeu que o primeiro filho do casal ao nascer, seria homem livre, ou seja, teria toda a liberdade perante a lei, não nasceria escravo. E desse modo nasceu Benedito.

Do amoroso casamento de Cristovão com Diana nasceram ao todo quatro filhos, dos quais Benedito foi o primeiro, e depois vieram Marcos, Baldassara e Fradella.

Existem noticias de que Marcos matou um homem e vivia escondido. Entretanto, há também muitos documentos afirmando que na verdade o que aconteceu foi uma briga, e o Marcos procurou se proteger, agindo em legítima defesa, mas por ser pobre, foi considerado culpado, sendo procurado pela polícia como homicida. Por essa razão vivia escondido.

Naquela época, estudar era muito difícil. Em consequência, Cristovão e Diana não puderam frequentar nenhum Colégio, não sabiam ler e nem escrever. A instrução deles era a experiência da vida e o cultivo de um espírito caridoso e repleto de piedade, que não se afastava das diretrizes do direito, da justiça e do amor fraterno. Desse modo, com o espírito bondoso e aberto ao amor, Cristovão e Diana conheceram o Cristianismo e se apaixonaram por JESUS e pela VIRGEM MARIA. E foi exatamente com a semente deste amor dedicado a DEUS, que eles criaram os seus filhos, dando o bom exemplo da oração, do respeito e da pontualidade nos compromissos e obrigações, exercitando o trabalho com devoção e alegria. Por tudo isto, os filhos do casal não cresceram ignorantes, por que dentro daquele lar cristão, havia uma igreja doméstica, ativa e zelosa, preparando todos eles pelo exemplo e a oração, pelo extremoso cultivo do amor ao PAI ETERNO CRIADOR e pelo carinho filial. Todos aprenderam a confiar em NOSSO SENHOR, deixando os acontecimentos do quotidiano, inclusive a própria vida, nas mãos de DEUS, com a certeza de que a Providência Divina está sempre presente em todas as situações e atua no momento certo, com a presteza e eficácia da infinita bondade Divina.

Também existia naquele pequeno lugarejo de São Filadelfo, onde moravam, uma Igreja Católica, que frequentavam aos domingos e em todas as oportunidades, com interesse, júbilo e devoção. Como resultado deste proceder fiel e amoroso, a filha Fradella revelou uma intensa piedade unida a uma competente prática devocional. Casou-se com um rapaz de nome Antonio Nastasi escravo do senhor Vicente Nastasi, e entre os seus filhos, nasceu Violante, uma menina bonita e estudiosa que se tornou religiosa da Ordem Terceira Regular de São Francisco, recebendo o hábito de freira, das mãos do seu tio Frei Benedito. Como religiosa adotou o nome de Soror Benedita e viveu 70 anos em orações e penitências pela conversão da humanidade. Morreu em Palermo com fama de santidade.

A maioria dos biógrafos atesta que Benedito nasceu no dia 31 de Março do ano 1526, embora os Frades Franciscanos insistem na data de 1524, conforme a confirmação de Monsenhor Ascânio Brandão. Sua infância foi pobre, humilde e muito simples. Todavia, como podemos perceber, apesar de escravos, os pais souberam transmitir aos filhos bons conselhos, sobretudo, um admirável e edificante exemplo de vida. E assim, num ambiente harmonioso no lar e cercado de muito trabalho na propriedade agrícola, Benedito mantinha-se devotado ao amor e a misericórdia da Providência Divina, propiciando nascer em seu coração uma decidida vocação religiosa de um fervoroso franciscano.

Antigamente, o nome de São Benedito aparecia nos livros litúrgicos como Benedito de São Filadelfo. Era uma tradição dos Frades que colocavam o nome da cidade onde tinha nascido o Santo, como se fosse sobrenome dele. Hoje, este costume foi totalmente abandonado. Inclusive, com o passar dos anos, o lugarejo até mudou de nome de São Filadelfo para São Fratello, o qual permanece atualmente, como sendo o nome do lugarejo onde nasceu São Benedito. É um local pequeno próximo a cidade de Messina na Itália.

Por outro lado, Cristovão e Diana foram muito felizes ao escolher para o primeiro filho um nome tão sugestivo como é o nome de Benedito, que significa “bendito”, “abençoado” , naturalmente bendito e abençoado por DEUS. E de fato Benedito se tornou um notável homem que soube santificar a sua existência, e pela Vontade de DEUS, se tornou um admirável Santo.

O MENINO BENEDITO

Com a idade de 9 anos começou a sua primeira experiência no trabalho como pastor de ovelhas, ajudando seu pai a cuidar do rebanho do patrão. Assim, aprendeu a conduzir as ovelhas para o pasto, a tirar leite, fazer queijo e também a tosquiar o pelo delas, para tecer roupas com a lã.

Também foi no campo que pode contemplar a beleza da natureza, toda ela, obra carinhosa da Vontade Divina. E sempre que ficava contemplando as árvores, a vegetação, as aves e o Céu, sentia-se convidado a rezar, a entrar em comunhão de oração com o próprio DEUS. E assim Benedito rezava em estado de completa admiração e de uma indizível e maravilhosa alegria interior. Rezava e rezava, enquanto os animais docilmente pastavam. Os companheiros que trabalhavam também pastoreando o rebanho e pastores de outros rebanhos, que quase sempre se juntavam no pastoreio, gostavam de implicar com ele, ridicularizando a sua cor. Ele não reclamava e continuava normalmente o seu trabalho e nas oportunidades, enquanto os outros iam descansar, deitar e até tirar uma soneca, ele ia fazer as suas orações. Certo dia, alguns companheiros mais afoitos, assim que ele entrou numa pequena gruta, esperaram um pouco e foram olhar o que ele fazia. Ficaram admirados ao vê-lo ajoelhado, com o terço na mão rezando, conscientemente louvando, glorificando e saudando o DEUS da Vida. Os rapazes não comentaram o fato com ele e nem com os outros.

Na labuta campestre, aprendeu também a arar e a preparar o solo com a enxada, picareta e até com o ancinho, mas logo depois, para facilitar o seu trabalho, ganhou por empréstimo uma junta de bois que multiplicou em muito, o rendimento do seu trabalho.

E neste duro labor permaneceu até os 21 anos de idade, carregando as tristezas e as alegrias que se revezam na vida dos agricultores. Mas também foi neste ofício pesado e cansativo, que sentiu o seu coração caminhar decididamente na direção de NOSSO SENHOR. Por que o êxito do trabalho agrícola, principalmente naquela época, dependia em muito do clima e das condições do tempo, e por isso mesmo, os agricultores viviam com os olhos no Céu, observando o sol e a chuva, para avaliarem as suas plantações e as possibilidades de êxito na colheita. E neste movimento simples de elevar os olhos do corpo ao Céu, Benedito também aprendeu a cultivar e a elevar os olhos da fé, que velozmente rasgam o espaço infinito e vão muito além das nuvens, penetrando no misericordiosíssimo Coração do CRIADOR que fez o sol e determina a formação das chuvas para irrigar o solo.

CHAMADO DE DEUS

Foi também nesta mesma idade de 21 anos, que Benedito ouviu de DEUS um convite para viver uma vida diferente, essencialmente consagrada ao SENHOR, cultivando intensamente a oração, numa dimensão maior e mais enlevada, em busca da perfeição espiritual. Aquele chamado Divino: “vem e segue-me”, que JESUS diretamente fez aos seus Discípulos, também chegou ao coração de Benedito através de Jerônimo Lanza, um Monge Eremita que surgiu em sua vida.

Mas quem era o Eremita Jerônimo?

Era um rapaz descendente de família importante e de abastada condição financeira. Mas, pela própria vontade quis ser franciscano. Todavia, por razões ligadas ao seu próprio desejo de ser livre para seguir uma vida com severas penitências, retirou-se com alguns companheiros para um sítio distante, denominado Santa Domênica, a alguns quilômetros de São Fratello. Sob a proteção do SENHOR e da VIRGEM MARIA, e pela intercessão de Santa Domênica, eles viviam uma vida eremítica com muita penitência e orações. Santa Domênica, que provavelmente era grega e não da Sicilia, séculos anteriores, foi perseguida e morta pelo terrível Diocleciano, Imperador Romano.

Em certa ocasião, Frei Jerônimo, como era chamado, passando pelas terras do senhor Monasseri, patrão de Benedito, encontrou-o trabalhando na lavoura. E nas proximidades, outros rapazes, seus companheiros de trabalho, caçoavam de Benedito por que ele era preto. Jerônimo não concordando com aquele procedimento estranho e mesquinho, aproximou-se sério e com toda a dignidade de um cristão. Na verdade, só a sua presença foi suficiente para impor certo respeito e fazer com que aqueles implicantes se calassem. Então, ele se aproximou de Benedito, que também o olhou com terno agradecimento. Jerônimo, um santo homem muito perspicaz percebeu algo especial naquele jovem lavrador. Olhou-o bem de frente e depois disse aos rapazes que também trabalhavam por ali:

- “Dentro em breve, vocês ouvirão maravilhas a respeito deste negro que agora vocês tratam com tanto desprezo!”

Alguns dias depois, o Eremita Jerônimo Lanza encontrou Benedito, que arava o campo e lhe disse:

- “O que você está esperando, Benedito? Venda os seus bens, avise os seus pais e venha para a minha Comunidade.”

Este convite caiu bem no interior de Benedito, e ele entendeu como sendo um convite de DEUS. Então se despediu de seus pais e irmãos, arrumou os seus pertences e seguiu para a Comunidade de Santa Domênica.

O espírito de Benedito saltava de alegria, porque aquele convite colocava em seu coração a oportunidade que procurava já há algum tempo: a liberdade necessária para servir unicamente a DEUS, nos seus trabalhos, nas orações, jejuns e penitências, que ele sempre praticou para maior glória e júbilo do SENHOR.

A Comunidade de Frei Jerônimo Lanza pertencia ao ramo franciscano chamado: “Irmãos Eremitas Franciscanos”. E eles caprichavam nas orações, nas penitências, no trabalho, em tudo que faziam! Viviam harmoniosamente como verdadeiros irmãos, só amando e louvando a DEUS e a nossa MÃE SANTÍSSIMA. Apenas para dar uma notícia, ali, na Comunidade de Santa Domênica, se jejuava três vezes por semana. A humildade e a pobreza viviam juntas, mostradas na paupérrima cela que dormiam, na simplicidade dos hábitos que vestiam e na modesta alimentação que comiam: almoçavam alguma verdura que plantavam e alguma outra coisa que ganhavam de esmola.

Eles nada queriam do mundo. Mesmo trabalhando nos afazeres de cada dia, para garantir o mínimo necessário ao sustento do corpo, não interrompiam jamais a oração mental. Significa dizer, o corpo trabalhava na matéria, enquanto o espírito se mantinha junto e unido a DEUS.

Durante cinco anos permaneceu Benedito na experiência desta vida contemplativa em Santa Domênica, antes de poder professar os seus votos solenes, com a licença do Papa Júlio III. Agora sim, era oficialmente um religioso da Comunidade Eremita de São Francisco. Mas, por mais rigorosa que fosse a regra de vida de seus membros, Benedito já havia modestamente mostrado que vivia mais rigorosamente do que aquilo que estava prescrito. Uma única refeição magra por dia já lhe parecia muito, e o chão duro para dormir não lhe parecia que fosse algum sacrifício.

 

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