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DERRADEIROS EPISÓDIOS

 

 

DOM COMBONI ADOECE

E no meio de tanta epidemia, até ele pegou aquela “febre brava” , a denominada “febre africana”, ficando cruelmente atormentado pela insônia, por que a febre não permitia que ele dormisse, nem deitado e nem sentado numa cadeira. Dia 16 de Janeiro de 1879, saindo de casa para atender um doente, caiu desmaiado. Era uma febre devastadora. Após muitos meses de insônia, num estado de grande fraqueza, decidiu escrever ao Cardeal Simeoni Barnabó, Prefeito da Congregação pela Propagação da Fé, em Roma, pedindo autorização para viajar a Europa. Com o consentimento, viajou e, em Roma iniciou o tratamento, e à medida que foi melhorando, viajou a diversos países a fim de procurar recursos para as missões, pois a seca na África e as chuvas torrenciais encareceram os alimentos e tudo, aumentando as despesas, consumindo os recursos das missões de maneira devastadora.

 

TRABALHANDO NA EUROPA

Promoveu novas vocações para os Institutos de Verona, organizou a viagem e enviou a África, Padres e Irmãos leigos que já estavam prontos para as missões. Dom Camboni estava muito cansado e com o organismo debilitado, mesmo assim, promoveu uma série de palestras por toda a Itália, pois sentiu que era necessário sensibilizar o povo pelas missões e conseguir mais ajuda, financeira e humana, de homens e mulheres dispostos a se tornarem missionários africanos.

No dia 3 de Julho teve um encontro com o novo Papa Leão XIII, eleito após a morte do Papa Pio IX.

De Roma foi a Nápoles e providenciou a viagem mais 5 Irmãs e 2 Diáconos para o Egito. Mas também em Nápoles, ele se sentiu mal: com febre muito alta, um cansaço insistente e falta de apetite. Foi a Verona com um objetivo de fazer um tratamento com águas termais, mas sem qualquer resultado animador. Então foi transferido para a pequena cidade de Revereto, que tem um excelente clima além das nascentes de águas minerais, e os médicos o obrigaram a ficar de cama.

 

EGITO E SUDÃO TAMBÉM SOFRE

Por causa dos graves problemas climatérios, os Governos do Egito e do Sudão ficaram em crise, praticamente falidos, sem condições de honrar os seus compromissos. Em consequência, as nações da Europa que financiavam os empreendimentos e as atividades dos países africanos aproveitaram-se da situação, principalmente a Inglaterra. O homem mais importante do Egito passou a ser o senhor Benjamim Disraeli, um inglês audacioso, que ocupou todo o Cairo e queria comandar todo o Egito, a África do Sul e o Sudão, para inclusive, se apoderar do Canal de Suez, recém construído, pois o Canal é o melhor e mais curto caminho para as Índias e o Oriente.

 

AS REGRAS DOS INSTITUTOS

Em Novembro de 1879, o Bispo Dom Comboni enviou a África mais 3 Padres, 6 Irmãos leigos e 6 Freiras. Todavia, em Verona permanecia um problema, pois o Instituto Masculino estava sem Diretor, desde a morte do Padre Squaranti. Por fim, Dom Comboni conseguiu o Padre José Sembianti, um competente Sacerdote que desde o início, ajudou o Instituto de maneira eficiente e racional.

Estas providências propiciaram certa tranquilidade a Dom Comboni e então, ele aproveitou para redigir as Constituições e Regras dos dois Institutos. Estes documentos normalmente se constituíam em trabalho demorado, que consumiam muito tempo, pois tinham que passar pelas mãos dos Cardeais em Roma, e receber as suas sugestões. E por isso, ele tinha que ter muita paciência e disposição para negociar, pois desejava incluir as possibilidades de expandir os seus Institutos fora da influência da Diocese de Verona, considerando que a missão africana era muito grande e precisava de muito mais missionários a ser formados em outras partes da Itália, assim como até em outros países.

 

MATANDO SAUDADES

Durante sua permanência na Itália, no dia 11 de Outubro de 1879 visitou Limone sul Garda, cidadezinha em que nasceu e onde morava o seu pai. O povo o recebeu com muitas festas e se sentiram abençoados e gratificados com sua presença. Por outro lado, pode matar as saudades conversando e abraçando muitas vezes o seu querido pai.

 

EM BUSCA DE RECURSOS

Mas a luta tinha que continuar, a missão africana exigia recursos para se manter em condições de normal funcionamento. Em Agosto de 1879, Dom Comboni decidiu ir a Áustria e encontrar o seu grande bem-feitor, o Imperador Francisco José, que teve uma imensa alegria ao encontrá-lo e que lhe serviu mais uma vez, como um verdadeiro pai.

 

RETORNO A ÁFRICA

Regressando a Itália, depois de se despedir do seu pai, dos parentes, dos amigos e das autoridades, zarpou de Nápoles para o Egito no dia 3 de Dezembro de 1880 levando um grande grupo de missionários. A África é sua vida. Nela concentra os seus pensamentos, os seus projetos, a sua imensa piedade. Considerava os africanos como irmãos, irmãos sofredores e esquecidos que necessitavam de muita ajuda e misericordioso amparo. E pensando assim, sentia no seu coração que cuidar daquele continente era uma querida missão especial, verdadeiramente uma missão Divina. E desse modo, como atividade escolhida e fervorosamente amada, os afazeres quotidianos lhe estimulava um fervor e uma ansiedade cada vez maior, para propiciar aos africanos uma incomensurável e jubilosa condição de vida, usufruindo a felicidade de viver em liberdade e em família, podendo alcançar o prazer maior de viver em plenitude. Dizia o Bispo Daniel Comboni: “Eu serei o vosso pai e vós, os meus filhos... O dia mais feliz da minha vida será aquele em que eu puder dar a minha vida por todos vós”.

É recebido no Cairo por Tawfig, novo vice-rei do Egito, que logo se revelou disposto a ajudar Dom Comboni em todas as necessidades. E ainda no Cairo, depois das providências administrativas, deixou no Instituto uma parte dos missionários e levou aqueles que iam trabalhar na África Central, nas diversas missões: em Berber, Cartum, El Obeid no Kordofã, em Delen de Gebel Nuba, inclusive levou missionários para abrir uma nova missão em Malbes, onde vivia um Vigário africano, Padre Antonio Dobale, que ainda menino foi resgatado em Aden, há 20 anos passados, e era um sacerdote atuante.   

Chegou a Cartum em final de Janeiro de 1881. Com atenção, examinou a contabilidade de todo o Vicariato. Tudo estava em dia, em perfeita ordem. A covarde acusação de que a escrita se encontrava em desordem, não existia, era outra abominável calúnia. A Igreja de El Obeid, a maior de todo o território, estava totalmente concluída e paga.

 

COMPLETOU 50 ANOS DE IDADE

No dia 15 de Março funcionários turcos e egípcios, cristãos e muçulmanos fizeram uma alegre festa, celebrando o aniversário natalício do Bispo Daniel Comboni. Ele descreveu a festa, numa carta que enviou ao Diretor do seu Instituto em Verona: “Cinquenta anos! Meu DEUS, estou ficando velho...!”

Comboni não pára, sempre se deslocando de um local para outro, quer dar a melhor assistência e amparo a todas as missões. Um dos que o acompanhavam, escreveu: “Comboni foi para nós um exemplo admirável de abnegação e coragem, aceitando com serenidade todas as privações provenientes do clima, da comida, da maneira grosseira dos negros tratarem. Viajou pelos montes núbios sem parar, cansando-se em viagens debaixo de chuva e sol, passando as noites em grutas, como um verdadeiro soldado em combate”.

 

FINAL DA CAMINHADA

Em Setembro de 1881 uma grande epidemia de febre se espalhou naquela região. Morreram 3 missionários, 2 Padres e uma Irmã. O Bispo Comboni permaneceu de pé, mas com suas atividades bem reduzidas. Dia 4 de Outubro, não conseguiu sair do quarto, e com dificuldade celebrou a Santa Missa ao lado da sua cama. Aquela voz forte e famosa nas pregações enfraqueceu e quase não se consegue ouvi-lo. Na noite do dia 9 de Outubro, ele piorou, a febre é forte, passou a noite sem dormir. O Padre Dichti permanece constantemente ao seu lado, e ele com voz fraca, fica lembrando passagens da sua vida: se recorda do seu velho pai, dos amigos, daqueles que estão presentes e daqueles que já partiram para a eternidade; lembra-se também dos seus missionários, e às vezes com um suave sorriso se recorda de algum fato feliz da sua caminhada e sua face se ilumina pela alegria... Na manhã do dia 10, ao ouvir os sinos indicando o enterro de outro missionário seu amigo, Padre Fraccaro, que faleceu, fez questão de que o conduzisse a janela pra ver e rezar se despedindo do amigo. Logo é conduzido de volta ao leito. Recebeu os últimos sacramentos e agora, não consegue falar mais. Um sorriso, alguns gestos suaves, um ligeiro aceno de mão que na verdade, representava a sua despedida: são 22 horas do dia 10 de Outubro de 1881. Ele morreu, descrevem as testemunhas, Dom Daniel Comboni morreu com a tranquilidade de uma criança que adormece.

O seu corpo foi enterrado no dia 12, nos jardins da missão. Quando o seu velho pai em Limone sul Garda soube da morte do filho, disse: “Agradeço a DEUS porque ele morreu no seu lugar, como um bom e valoroso soldado”.

Comboni partiu, mas a missão continuou firme, enfrentando as crises e as intempéries, lutando com honra e a dignidade de verdadeiros soldados de CRISTO. Os “combonianos” cresceram, na África, na Itália e tiveram forças para resistir às guerras e dificuldades de variadas espécies, e hoje, estão espalhados por todo o mundo.

 

BEATIFICAÇÃO

O milagre que aconteceu em São Mateus, no estado do Espírito Santo, na década de 1970, foi o caminho para a Beatificação de Comboni. Maria José de Oliveira Paixão, era uma menina afro-brasileira, que se encontrava internada no Hospital de São Mateus. O médico, Doutor Carlos Cassiano, após uma cirurgia realizada no estômago da jovem, diagnosticou infecção generalizada, acrescentando que nada mais poderia ser feito por ela. Os pais muito tristes com a notícia decidiram rezar. De joelhos diante de uma fotografia do Bispo Dom Daniel Comboni, rezaram durante toda a noite suplicando sua intercessão junto a DEUS NOSSO SENHOR, pedindo a cura da filha. Bem cedo, no dia seguinte Maria José acordou plenamente curada. DEUS misericórdia infinita teve compaixão da jovem e atendeu a interseção de Dom Comboni. Todos os exames realizados constaram que não existia o menor vestígio de infecção. Com mais um dia de internação, no dia seguinte foi liberada com saúde normal.

Os fatos foram enviados a Roma, acompanhado dos exames, radiografias, e o laudo médico, provando o estado anterior e o atual, confirmando a manifestação Divina.

No dia 17 de Março de 1996, Dom Daniel Comboni foi Beatificado numa Celebração Eucarística na Basílica de São Pedro no Vaticano, pelo Papa João Paulo II.

 

CANONIZAÇÃO

No dia 20 de Dezembro de 2002, na cidade de Cartum, no Sudão, a senhora Lubna Abdel Aziz, uma mãe muçulmana grávida, foi internada numa maternidade em estado desesperador. Por suas orações e da sua família, suplicando a intercessão do Bispo Dom Daniel Comboni a JESUS CRUCIFICADO, foi curada milagrosamente. Meses após o fato, o médico que atendeu a senhora Lubna, deu o seu testemunho da cura, no processo canônico no Vaticano, apresentando a documentação que provava o milagre ocorrido.

O Bispo Dom Daniel Comboni foi canonizado pelo Papa João Paulo II numa bonita celebração, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 5 de Outubro de 2003, e sua Festa Litúrgica é celebrado anualmente no dia 10 de Outubro.

 

 

 

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