A Sagrada Escritura revela a poderosa força do ESPÍRITO e o valor incomensurável dos Dons que gratuitamente ELE concede às pessoas, a fim de que exercitando-os no cotidiano, sejam verdadeiras testemunhas do SENHOR e trabalhem conscientemente para a transformação do viver da humanidade, num mundo melhor para todos.
JESUS, por suas Palavras e Atitudes, evidencia a necessidade das pessoas possuírem o ESPÍRITO SANTO e ELE Mesmo, deixou o Seu exemplo como luz à iluminar o caminho a ser seguido por todas as gerações. Submeteu-se ao batismo de João, um batismo de penitência, que tinha o objetivo de preparar interiormente o povo, convidando as pessoas a empreenderem um sério programa de conversão: arrependendo-se das suas transgressões, reparando o mal praticado e corrigindo os rumos da existência, a fim de receberem dignamente o Messias. JESUS, como o mais humilde dos pecadores, foi mergulhado por João Batista nas águas do rio Jordão e delas saiu glorificado, ungido e testemunhado pelo ESPÍRITO e anunciado pelo PAI ETERNO:
"Aconteceu, naqueles dias, que JESUS veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no rio Jordão. E, logo ao sair da água, ele viu os Céus se abrindo e o ESPÍRITO, como uma pomba, descer sobre ELE, e uma voz veio dos Céus: Tu és o Meu Filho amado, em ti me comprazo". (Mc 1,9-11 )
Ao receber o ESPÍRITO SANTO do PAI ETERNO, JESUS foi constituído CRISTO. A palavra "Cristo" é tradução do hebraico "mashiah" , que também significa Ungido e Messias, Aquele prometido e anunciado pela Escritura, que estava para vir.
A partir deste acontecimento, os quatro evangelistas fazem questão de destacar que JESUS estava com o ESPÍRITO SANTO e por conseguinte, revestido de todos os Carismas Espirituais. Assim sendo, as intervenções do SENHOR representadas por fenômenos em grande escala que o Novo Testamento descreve minuciosamente e as manifestações sobrenaturais que ocorreram na Igreja Primitiva, são manifestações do ESPÍRITO, as quais continuam a acontecer na atualidade, conduzindo os fiéis à plenitude da verdade, fazendo com que todos compreendam a personalidade misteriosa de CRISTO, como NELE se cumprem as Escrituras, qual o sentido de suas Palavras, de seus Atos, dos Sinais que realizou e de toda a sua Obra.
Com alegria hoje podemos dizer que os carismas estão voltando ao meio do povo, não somente em casos isolados, mas também como fenômeno comunitário, durante reuniões de louvor, em grupos de oração e nas assembléias de súplicas (curas, dom das línguas, profecia, etc.). Acontecem maravilhas em todas as partes, com o ESPÍRITO SANTO soprando com impetuosa força e distribuindo dons com a mesma profusão que operava no tempo apostólico, emitindo sinais evidentes que caminhamos em direção a grandes acontecimentos.
O ESPÍRITO SANTO conhece as pessoas individualmente e sabe exatamente o que é melhor para cada uma, da mesma forma que prevê a capacidade realizadora das criaturas e o que podem fazer em benefício de uma coletividade. Por isso mesmo, distribui os seus Dons a quem quer, quando quer e na intensidade que achar conveniente:
"O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vêm nem para onde vai". (Jo 3,8)
Da mesma forma que ELE cumula de Dons as pessoas, pode retira-los. Mas há muitos casos em que o ESPÍRITO concede permanentemente um determinado ministério de carisma.
O Catecismo oficial da Igreja enumera sete (7) os Dons Espirituais: "dom do Temor de DEUS; dom da Piedade; dom da Ciência; dom da Fortaleza; dom do Conselho; dom da Inteligência; dom da Sabedoria." A tradução dos Setenta também enumera sete dons, mas a Bíblia em hebraico relaciona apenas seis (6).
No entanto, São Paulo em suas epístolas cita 19 carismas, aos quais denomina de Frutos do ESPÍRITO. Isto significa dizer, que não podemos e nem devemos concluir que esses Dons relacionados por ele também sejam os únicos, ao contrário, existem uma quantidade incontável de Carismas, que são doados à humanidade, para o bem e prosperidade da Igreja. Quero dizer, que existem dezenas de Dons, que vulgarmente o povo denomina de Virtudes Pessoais, mas que na realidade promanam do sopro do ESPÍRITO SANTO.
Em vista da pluralidade de Dons, evidenciaremos apenas alguns mais mencionados:
Dom das Línguas -
Foi a primeira experiência pública do ESPÍRITO, acontecida no Dia de Pentecostes, conforme descreve São Lucas nos Atos dos Apóstolos. (At 2,2-13)
Depois, difundiu-se entre os cristãos, como podemos apreciar no mesmo livro o fato acontecido na família de Cornélio:
"Pois ouviam-nos falar em línguas e glorificar a DEUS". (At 10,46)
Também entre os neófitos (noviço ou novo cristão), o ESPÍRITO manifestou-se, derramando sobre eles o mesmo Dom de Falar em Línguas :
"... e quando Paulo lhes impôs as mãos, o ESPÍRITO SANTO veio sobre eles, e eles puseram-se a falar em línguas e a profetizar". (At 19,6)
Falar em Línguas ou "Glossolália", é um dom muito especial, que permite ao fiel proferir em estado mais ou menos de êxtase, sons ininteligíveis para a maioria dos presentes. Poucos entendem o que a pessoa diz, pois o ESPÍRITO enuncia coisas misteriosas que são dirigidas a DEUS, ou são utilizadas para a glorificação do SENHOR.
São Paulo exorta: "É por isto que aquele que fala em línguas, deve orar para poder interpretá-las". (1 Cor 14,13)
Dom de Interpretação -
Para deixar a questão bem clara, vamos imaginar cinco (5) pessoas: um alemão, um francês, um italiano, um americano e um brasileiro, ouvindo uma linda exposição sobre um tema evangélico. O pregador, aquele que fala, diz coisas no idioma do ESPÍRITO, que o alemão ouve em seu idioma, o italiano entende no seu idioma, o americano também ouve no seu idioma e o mesmo acontece com o brasileiro, e apreciam aquele maravilhoso ensinamento, cada um no seu idioma nacional. O único que não compreendeu nada, neste exemplo, foi o francês, provavelmente com uma fé pouco alicerçada, as vezes distraído pensando em seus problemas, interiormente distante do Coração do SENHOR. Isto significa dizer, que embora o francês também participasse da reunião carismática, não soube estimular o ESPÍRITO à SE manifestar em sua alma, enquanto todos os outros estavam abertos à Palavra Divina, eram solos férteis, preparados e adubados, que receberam a verdadeira semente do amor, através daquela homília.
Então é assim que deve ser entendida a manifestação do Dom das Línguas: que ela edifique alguém ou que sirva para louvar o SENHOR, da mesma forma como aconteceu em Jerusalém, com a multidão extasiada ao presenciar a teofanía através da palavra dos Apóstolos. Cada um dos estrangeiros que estavam presentes, ouviam as palavras dos Discípulos no seu próprio idioma. Aqueles que ouviram e compreenderam os ensinamentos, são os mesmos que possuíam o Dom de Interpretá-los. Este é o sentido dos carismas Falar em Línguas e o Dom de Interpretá-las.