UM
RÚSTICO ALTAR - Silvana uniu a
Cabeça ao Corpo da imagem com cera comum e conservou-a
cuidadosamente por quase 10 anos, mantendo-a num pequeno altar na
sala de sua casa, onde ela, os parentes, amigos e vizinhos,
faziam orações e rezavam o Terço. Na realidade, as duas partes
só ficaram perfeitamente soldadas em 1946, quando um
especialista uniu-as com um pino de ouro e completou o acabamento
externo.
ORATÓRIO
DO ATANÁSIO - Por volta de
1726, quando Domingos e João Alves já tinham morrido e também
faleceu Silvana, Felipe Pedroso o único sobrevivente, guardou a
imagem. Primeiro residiu em terras de Lourenço de Sá, depois
mudou-se para Ponte Alta e finalmente fixou residência no porto
de Itaguaçú, onde em 1739 veio a falecer. Contudo, ainda em
vida, confiou a imagem ao seu filho Atanásio Pedroso, que
construiu no quintal de sua casa um pequeno e tosco oratório de
madeira, onde a colocou. Ali, aos pés daquele humilde trono, aos
sábados congregavam-se os parentes e o povo da cercania,
derramando preces e modulando canções, testemunhando desta
forma, a fé simples, mas sincera e ardorosa. Aquele foi o
primeiro trono da VIRGEM APARECIDA e onde Ela
começou a irradiar o seu amor e carinho, para todos que com fé
e esperança, procuravam encontrar DEUS através de sua
maternal proteção. E dessa maneira, ali, no porto de
Itaguaçú, a imagem voltava, por assim dizer, ao local de
origem, onde foi retirada das águas do Paraíba.
Nos anos que decorreram entre o encontro da imagem até a sua colocação naquele Oratório, nada de muito extraordinário foi constatado além da notável pescaria, a não ser os depoimentos de algumas pessoas que ouviram diversas vezes estranhos ruídos, como se fossem estrondos, dentro do baú onde a imagem estava guardada, como diziam: "parecia que ela não queria ficar lá dentro".
Consta
também, que numa ocasião, estando Silvana com diversos
amigos rezando, as duas velas de cera que estavam ao
lado da imagem, apagaram-se, sem que houvesse qualquer rajada de
vento. Quando ela levantou-se para acende-las, sem que chegasse a
intervir, repentinamente acenderam-se, como a confirmar a
presença sobrenatural de nossa MÃE SANTÍSSIMA que
acolhia prazerosamente a oração dos seus filhos.
Todavia, foi mesmo no seu pequeno trono em Itaguaçú que começou a demonstrar a grandeza de seu ilimitado amor! Logo que recebeu as primeiras súplicas solicitando o seu Divino auxílio, NOSSA SENHORA respondeu manifestando decididamente com prodígios notáveis, permitindo que as notícias circulassem com rapidez e chegassem ao conhecimento do Padre José Alves Vilela, que era o Pároco da Igreja Matriz em Guaratinguetá. Foi assim que ele ficou sabendo dos fatos, desde o achado da imagem até os últimos acontecimentos. Decidiu mandar o sacristão, senhor João Potiguá, assistir as rezas e observar o que estava ocorrendo. E com grande surpresa e satisfação o auxiliar do sacerdote constatou a realidade que ocorria e posteriormente, descreveu para o prelado toda a verdade. Dessa forma, o Padre decidiu colecionar os depoimentos das pessoas, montando toda a história da pesca milagrosa com os fatos extraordinários que aconteceram e as diversas curas milagrosas, e colocou tudo num livro que escreveu e guardou zelosamente para a posterioridade.
No dia 5 de Maio de 1743, Padre
Vilela pediu ao senhor Bispo Dom Frei João da Cruz, autorização
para a construção de uma Capela maior, com espaço suficiente a
receber um grande número de fieis que acorriam de maneira
admirável, para rezar diante de NOSSA SENHORA. A
solicitação foi concedida e a obra foi executada em ritmo
acelerado, sendo inaugurada no dia 26 de Julho de 1745, dois anos
após a concessão da autorização diocesana. Era uma bonita
Igreja feita com taipa e pilão, no Morro dos Coqueiros, local
alto e agradável, com muito espaço e uma linda visão do Vale Paraíba.
IGREJA
VELHA - Entre os anos de 1883 a
1888, esta Capela Maior foi ampliada e reformada, sempre com o
objetivo de melhor atender a afluência de fieis, cada vez mais
crescente e fervorosa. Aquela Capela é a atual Igreja Velha de NOSSA
SENHORA APARECIDA, também denominada Basílica Velha,
situada do outro lado da passarela monumental, em contínua
atividade até hoje.
Capela construída no Porto de Itaguaçú