CONCÍLIO DE JERUSALÉM
No ano 49, Paulo subiu a Jerusalém para participar do Concílio Apostólico, objetivando resolver uma questão importante que estava interferindo no êxito da missão evangelizadora. Ele teve a iniciativa de submeter à discussão das autoridades conciliares, uma proposição para abolir a obrigação da circuncisão para os neocristãos (os catecúmenos que receberam o sacramento do Batismo), como condição para se tornarem “cristãos”, serem membros da Igreja e alcançarem a salvação eterna. Isto porque pela doutrina cristã, só o Sacramento do Batismo é necessário, ele é o primeiro sacramento da iniciação, que faz do batizando um autêntico cristão, membro da Igreja e participante do sacerdócio de CRISTO, além de neutralizar a ação do pecado original e de perdoar os pecados cometidos até aquele dia, infundindo também uma preciosa quantidade de graças santificantes na alma do batizando, garantindo-lhe a salvação eterna.
Na religião judaica não existe batismo, mas uma Aliança que DEUS JAVÉ fez com o povo israelita no Monte Sinai-Horeb. Aquela Aliança passou a ser certificada pela obrigação da circuncisão.
Então estava ocorrendo na Igreja Primitiva um excesso de exigências: israelitas, gregos e pagãos, para se converterem ao cristianismo eram obrigados a se submeterem aos dois ritos: primeiro eram Batizados (por imersão na Água) e depois era feita a Circuncisão (ablação da pele que cobre a glande do pênis) como exigia a Lei mosaica. Este procedimento estava causando um certo mal-estar no povo e Paulo logo percebeu que aquele não era um procedimento correto, porque excedia a exigência da doutrina.
Depois dos argumentos apresentados e discutidos, o Concílio aprovou a resolução de suprimir a “circuncisão” , valendo somente o Sacramento do Batismo para ser Cristão. Desse modo, foi escrito um Documento Conciliar, em que todos assinaram, o qual estabelecia a não obrigatoriedade para ser cristão, de também obedecer as exigências da Lei de Moisés, especialmente a circuncisão. (At 15) e (Gl 2,3-6).
Foi ainda neste Concílio que a Igreja reunida se manifestou oficialmente a respeito de Paulo, reconhecendo a dimensão de seu trabalho e definindo que ele deveria se dedicar a evangelização dos gentios (dos pagãos), recebendo por isso mesmo, o titulo de Apóstolo dos Gentios.
SEGUNDA VIAGEM APOSTÓLICA
Foi realizada entre os anos 50 e 52 (At 15,36 e 18,22). Paulo percorreu a Síria e a Cilícia, confirmando as Igrejas e estimulando a perseverança dos fieis aos princípios cristãos. As Igrejas cresciam em número de fieis e sobretudo, em santidade. Seguindo viagem alcançou Derbe e depois Listra. Nesta viagem Paulo tinha como companheiro Silas, e em Listra, juntou-se a eles, Timóteo, em face das excelentes referências que faziam dele. Nas cidades por onde passavam, além da catequese, transmitiam os decretos dos Apóstolos e dos anciãos de Jerusalém, recomendando que fossem observados.
Partindo de Icônio, Paulo fez um plano de seguir na direção de Êfeso. Contudo, impelido pelo ESPÍRITO subiu para a Frigia e depois evangelizou a Galácia, onde permaneceu por bom tempo trabalhando e também retido por uma doença. Seguiu com a missão até a Mísia. Tentaram entrar na Bitínia, mas o ESPÍRITO SANTO não permitiu. Então atravessaram a Mísia e desceram a Trôade.
O trabalho de evangelização seguia firme, apesar das dificuldades que surgiam e da oposição dos judeus.
Certa noite em Trôade teve uma visão: “um macedônio de pé, suplicava-lhe: vêm a Macedônia, socorre-nos!” (At 16,9)
Paulo seguiu viagem diretamente para a Samotrácia e no dia seguinte, para Neápolis, de onde alcançou Filipos, cidade importante da Macedônia. O Apóstolo trabalhou intensamente!
Todavia, por causa de suas enérgicas pregações, alguns adivinhos que trabalhavam na região sentiram-se prejudicados, não eram mais procurados com frequência. Por isso, uniram forças com os judeus e levaram Paulo, Silas, Timóteo e os cristãos que os seguiam diante do juiz, e inventaram mentiras e fizeram intrigas, inclusive afirmando que o Apóstolo e seus seguidores além de desordeiros, divulgavam métodos e práticas que a eles, cidadãos romanos, não era permitido usar. O juiz mandou açoitar o Apóstolo e seus dois Discípulos, com varas e depois foram acorrentados e lançados na prisão. A meia noite, Paulo, Timóteo e Silas estavam em orações cantando louvores a DEUS, enquanto os outros prisioneiros ouviam. De súbito aconteceu um violento tremor de terra, que de tão forte, abalou os alicerces da prisão, ao tempo em que se abriram as portas da cadeia e os grilhões dos prisioneiros caíram ao chão. O carcereiro despertou assustado... Imaginando que os prisioneiros tivessem fugido, queria matar-se, mas Paulo gritou com voz forte: “Não te faças mal algum, pois estamos todos aqui.” (At 16,28)
O carcereiro trêmulo, lançou-se aos pés de Paulo e Silas e cheio de medo perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” (At 16,30)
Eles responderam: “Crê no SENHOR JESUS e serás salvo, tu e os teus”. (At 16,31) E em seguida, Paulo anunciou-lhe a palavra do SENHOR. O carcereiro levou-os consigo para a sua casa e enquanto lavava e cuidava das suas feridas eles iam evangelizando os seus familiares. Em seguida, pediu para ser batizado, ele e seus parentes receberam o Sacramento do Batismo e depois, voltou para a prisão em companhia de Paulo e Silas.
No dia seguinte cedo, chegaram emissários do juiz, ordenando que os prisioneiros fossem colocados em liberdade.
Fatos como este aconteceram com frequência e se constituíam em pesadas cruzes que Paulo e seus companheiros enfrentaram com paciência e dignidade. Ele feliz por ter cumprido a sua missão, com um sorriso de alegria no coração lembrava-se das palavras de JESUS: “EU Mesmo lhe mostrarei o quanto lhe será preciso sofrer por causa do Meu Nome”. (At 9,16)
Seguiram com a missão para Tessalônica e depois, foram evangelizar a Bereia. Pelos muitos problemas que aconteceram, Paulo foi forçado a fugir escoltado por alguns cristãos até Atenas. Silas e Timóteo viajaram depois e só o encontraram em Atenas no dia seguinte.
Ao caminhar pelas ruas da cidade, inflama-se de indignação ao observar a cidade cheia de ídolos! Discutia na Sinagoga com os judeus e com os adoradores de DEUS e na Ágora (praça grega antiga onde era o mercado). Discutia diariamente tentando converter a todos que a frequentavam. Alguns filósofos interessados em conhecer a religião que ele pregava, levaram-no até o Areópago (Sede do Supremo Tribunal de Atenas). De pé no meio do Areópago Paulo falou: “Atenienses, vejo que são os homens mais religiosos do mundo. Percorrendo a cidade e observando os monumentos sagrados, encontrei até um altar com a inscrição – Ao DEUS desconhecido -. Pois bem, aquele que todos adoram sem conhecer, é o mesmo DEUS que eu venho lhes anunciar.” (At 17,23) E com todo vigor e o maior entusiasmo, falou sobre a criação, sobre a bondade de DEUS, provou que somos da raça divina e que portanto, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, à prata, ou à pedra trabalhada e esculpida pelas mãos do homem. Entretanto, quando o Apóstolo mencionou a Obra do FILHO DE DEUS em benefício da humanidade, que foi crucificado pelos judeus mas ressuscitado pelo PAI ETERNO para a Vida Eterna, zombaram dele, enquanto alguns se afastavam dizendo: “Ouviremos a respeito disto em outra oportunidade.” (At 17,32) Isto por que, eles não acreditavam na Ressurreição dos mortos.
Entretanto, alguns homens aderiram ao chamado de conversão e abraçaram a fé cristã.
Depois de Atenas, Paulo e seus companheiros partiram para Corinto. Lá encontrou um judeu chamado Áquila que acabara de chegar da Itália com sua esposa Priscila, por causa de um edito do Imperador Cláudio que ordenava aos judeus que se afastassem de Roma. Como eles fabricavam tendas e portanto, tinham o mesmo ofício que Paulo, o Apóstolo trabalhou junto com eles até o retorno de Silas e Timóteo, que foram a Macedônia. Com o regresso dos companheiros, Paulo se dedicou integralmente a Palavra, convertendo todos os corações de boa vontade. Crispo, chefe da Sinagoga se converteu e com ele, a sua família. Mas, como não podia deixar de acontecer, o Apóstolo e seus companheiros sofreram a grosseira e a ferrenha oposição dos judeus, que tentavam por todos os meios, expulsá-los da cidade. Entretanto, ele permaneceu um ano e seis meses em Corinto. Ao retornar a Antioquia, deixou uma Igreja entusiasmada, idealista e repleta de pessoas que trabalhavam com empenho e procuravam a santificação de sua vida.
Paulo se despediu de Priscila e de Áquila, e viajou para Éfeso. Seus companheiros Silas e Timóteo seguiram viajem para Antioquia e ele se reteve por alguns dias em Éfeso. Depois viajou para Cesaréia, saudou a Igreja de Jerusalém e retornou a Antioquia, onde permaneceu um tempo necessário.