EPÍSTOLA AOS GÁLATAS (SÃO PAULO APÓSTOLO)
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EPÍSTOLA AOS GÁLATAS

"Explicação Teológica"

 

Esta Epístola deve ter sido escrita de Êfeso ou mesmo da Macedônia, no ano 57.

Paulo inicia a Missiva com a habitual saudação em nome de JESUS e do CRIADOR, e logo após, faz uma severa admoestação aos cristãos da Galáxia, porque eles estavam “esquecendo” os ensinamentos do Apóstolo e acolhendo a pregação de outras pessoas. Paulo sempre deixou claro que só existia um Evangelho, pregado por todos os Apóstolos, para cujo serviço DEUS também o destinou . Trata-se de uma Boa Nova anunciada a viva voz e escutada pelos corações de Boa Vontade. Seu conteúdo é a revelação de JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS, crucificado e ressuscitado dentre os mortos, em favor de todos os pecadores, seja judeu ou gentio, instaurando a economia da justiça e da salvação, anunciada pelos profetas. Os “outros” pregadores já afirmavam que não existia salvação para quem não fosse circuncidado conforme a Lei de Moisés. Era o problema do “judaísmo-cristianismo”, ou seja, a atuação dos chamados "judaizantes" . Esta doutrina entrava em choque com a realidade cristã, que exigia somente o Batismo para ser cristão. E isto, estava ocasionando que os convertidos do judaísmo e do paganismo ficassem na iminência de se desentenderem. Por que, com a absurda exigência de que para ser cristão era necessário primeiro fazer a circuncisão, obedecendo a Lei de Moisés e depois receber o Sacramento do Batismo, punha a perder toda a ação salvadora de JESUS e consequentemente, destruía o ensinamento de Paulo, que pregava a necessidade de receber apenas o Sacramento do Batismo, que é o primeiro da Iniciação Cristã. Como sabemos, no Concílio de Jerusalém, com todos os Apóstolos reunidos, esta dificuldade foi superada.

                     Há necessidade de realçar também o sentido da palavra Evangelho. Na verdade, ela exprime ao mesmo tempo a atividade do Apóstolo e a mensagem que ele anuncia. E naturalmente a eficácia da proclamação é essencialmente devida ao poder de DEUS. Assim, ela é a palavra da verdade que manifesta a Graça de DEUS produzindo a salvação em quem a acolhe pela fé e a obedece. Dessa forma, ela frutifica e se desenvolve, e por ela, o ministério do Apóstolo que a transmite, torna-se a fonte primeira de toda a esperança cristã. Por isso mesmo, nesta primeira parte da Epístola, ele faz uma apologia pessoal: “O Evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, pois eu não o recebi nem aprendi de algum homem, mas por revelação de JESUS CRISTO”.

                     A seguir ele descreve que catorze anos após ter sido chamado pelo SENHOR, subiu com Barnabé e Tito, a fim de participar do Concílio de Jerusalém, quando por decisão dos Apóstolos, foi extinta para a salvação eterna, a obrigação dos cristãos serem submetidos à circuncisão conforme a lei judaica, além do Sacramento do Batismo. Somente o Batismo é necessário à salvação. Também ficou decidido que Paulo seria o Apóstolo dos Gentios, ou seja, buscaria evangelizar em primeiro lugar os judeus da Diáspora.

                     Em consequência da decisão do Concílio de Jerusalém, surgiu uma pequena diferença de “ponto de vista” entre Paulo e Pedro, sobre a questão da circuncisão. Todavia, apesar de alguns acontecimentos ocorridos entre os dois, inclusive descritos nos Atos dos Apóstolos e mencionados em algumas Epístolas de Paulo, havia uma convivência pacífica, até com uma certa harmonia e muita cooperação no âmbito das Comunidades Cristãs.

                     Em sua argumentação doutrinal, Paulo quando pregava o Evangelho se preocupava em mostrar o valor insuperável da fé: “Nós somos judeus de nascimento e não pecadores da gentilidade; sabendo, entretanto, que o homem não se justifica pelas obras da Lei, mas pela fé em JESUS CRISTO, nós também cremos em CRISTO JESUS para sermos justificados pela fé de CRISTO e não pelas obras da Lei, porque pelas obras da Lei ninguém será justificado”.

                     E dizia mais: “De fato, pela Lei eu morri para a Lei, a fim de viver para DEUS. Fui crucificado junto com CRISTO. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é CRISTO que vive em mim”. O objetivo da Lei era o de desmascarar o pecado para encaminhar as consciências na direção de DEUS. Antes de vir à fé, a humanidade era regida pela Lei. Moisés foi o mediador da Lei no Sinai, mas a promessa emana só de DEUS. O Apóstolo denomina a Lei de "pedagogo", que ensinou aos fieis o caminho do direito e da justiça.“Chegada, porém, a fé, nós não estamos mais sob o pedagogo; vós todos sois filhos de DEUS pela fé em CRISTO JESUS, pois todos vós que fostes batizados em CRISTO, vos vestistes de CRISTO”. E Paulo realça a realidade da filiação Divina da humanidade que chegou para todos nós na plenitude dos tempos, ou seja, com a Vinda do Messias Redentor. “E porque sois filhos, enviou DEUS em nossos corações o ESPÍRITO do Seu FILHO, que clama: Abba, Pai! De modo que já não és escravo, mas filho. E se és filho, és também herdeiro, graças a DEUS”.

                     Na sua epístola, Paulo recorda com gratidão a amizade e o carinho que recebeu dos Gálatas, principalmente considerando que ele evangelizou aquela região porque lá teve de prolongar a sua permanência em virtude de uma doença. Mas agora sentia certa preocupação com os seus amigos cristãos, aos quais tem grande estima e muito afeto, por causa de evangelizadores estranhos que querem separá-los de Paulo. Ele materializou sua preocupação comparando e descrevendo a história de Sara e Agar, respectivamente esposa e serva de Abraão.

                     Na terceira parte de sua missiva, escreve como se estivesse fazendo um vigoroso sermão (parênese). Ele explica que pelo Batismo, CRISTO nos liberta do pecado e infunde a fé em nosso coração. Assim, a "fé" é o princípio da "vida nova", que por isso mesmo dispensa a circuncisão ordenada pela Lei mosaica. Mas a fé está ligada, pela ação do ESPÍRITO, a "Esperança" e a "Caridade", formando as "três Virtudes Teologais" , que o catecúmeno recebe ao ser Batizado. E por isso mesmo, São Paulo em seus sermões, sempre evidenciava que é através do exercício e da prática da caridade que o fiel revela as dimensões de sua fé.

                     “Vós fostes chamados à liberdade, irmãos. Entretanto, que a liberdade não sirva de pretexto para o cultivo da carne, mas, pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros. Pois toda Lei está contida numa só palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

                     Seguindo a linha da caridade, o Apóstolo envia diversos conselhos e orientações aos cristãos, a fim de que haja harmonia e uma necessária compreensão entre os fieis, no sentido de que seja cultivado o respeito recíproco, a mansidão e o amor fraterno. “Por conseguinte, enquanto temos tempo (possível alusão ao tempo que precede a Parusia), pratiquemos o bem para com todos, mas, sobretudo para com os irmãos na fé”.

                     Por último, no epílogo de sua carta ele escreve mais uma admoestação, com a intenção de deixar o rebanho cristão unido na mesma fé em JESUS CRISTO. “Os que querem fazer boa figura na carne são os que vos forçam a vos circuncidardes”... “De resto, nem a circuncisão é alguma coisa, nem a incircuncisão, mas a nova criatura”. “Irmãos, que a graça de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO esteja com vosso espírito”! “Amém”.

 

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