EPÍSTOLA AOS FILIPENSES
"Explicação Teológica"
Filipos era uma cidade importante da Macedônia ocupada pelo Império Romano. Foi evangelizada por Paulo em sua segunda viagem por volta do ano 50. Posteriormente ele passou por lá mais duas vezes quando de sua terceira viagem no outono de 57 e na Páscoa de 58. O Apóstolo recebeu dos filipenses uma preciosa e fraterna atenção, espiritual e material, que lhe socorreu de modo efetivo. Esta missiva é justamente para agradecer uma recente ajuda que lhe foi enviada e trazida pelas mãos de Epafródito, delegado da Comunidade. Paulo se encontrava na prisão e por muitos anos se pensou que estivesse no primeiro cativeiro em Roma. Entretanto, provavelmente a carta foi escrita do cativeiro em Cesareia.
Imagina-se que provavelmente este documento denominado "Epistola aos Filipenses" seja um conjunto de três cartas escritas em períodos diferentes. A terceira carta presume-se que seja o capitulo 3, em que Paulo se mostra preocupado com a afirmação de alguns pregadores, de que para a salvação eterna era necessária a circuncisão. Ele combate "esta afirmação" com argumentos autênticos e inquestionáveis. Também apresenta sua experiência de vida: nascido fariseu, o seu zelo farisaico contra os cristãos, o chamamento de JESUS e sua consequente conversão.
Na saudação inicial ele se manifesta que está com Timóteo e saúda a todos os cristãos (os santos em CRISTO JESUS ) com seus epíscopos e diáconos (não são ainda bispos, mas presbíteros ou anciãos encarregados de dirigir a comunidade ou de lhe dar assistência. Os diáconos são os seus assistentes.)
A alegria é uma característica desta carta, não só pela ajuda pecuniária, mas ainda pela contribuição dos filipenses dando um fiel testemunho apostólico. E por isso o Apóstolo escreveu: “Dou graças ao meu DEUS todas as vezes que me lembro de vós, e sempre em todas as minhas súplicas oro por todos vós com alegria, pela vossa participação no evangelho desde o primeiro dia até agora, e tenho plena certeza de que Aquele que começou em vós à boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de CRISTO JESUS”.
O fruto do amor que cresce é conhecimento e um discernimento daquilo que é importante para o fiel, que evoluindo sempre alcança a maturidade.
Paulo menciona que está preso, conforme já dissemos, provavelmente em Cesareia, mas a prisão não é empecilho para ele dilatar o seu amor e divulgar o infinito Amor de DEUS por todos nós. Paulo explica que pelo Batismo e pela Eucaristia, o cristão está fisicamente unido ao SENHOR. Por isso, a vida do corpo, os sofrimentos, as angústias e até a morte, tornam-se misticamente de CRISTO, que nele habita, porque o SENHOR transforma para a sua glória, todas as crueldades e adversidades que são impostas ao fiel. Esta união que existe de fato é particularmente mais forte e mais dilatada, no caso de um Apóstolo como foi Paulo de Tarso.
O Apóstolo recomenda não ceder nunca, sempre lutar pela fé e manter a unidade, na humildade. Suplica aos filipenses que tenham o mesmo sentimento no amor a DEUS, numa só alma, nada fazendo por competição ou vanglória, mas com fraternidade e humildade. “Tende em vós o mesmo sentimento de CRISTO JESUS: Ele tinha condição Divina e não considerou o Ser igual a DEUS, como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a Si Mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de Cruz! Por isso DEUS o exaltou grandemente e o agraciou com o Nome (Dar um nome é conferir uma qualidade real. Esse nome é o de SENHOR, nome Divino de CRISTO Ressuscitado.) que esta acima de todo nome, de modo que, ao nome de JESUS, se dobre todo joelho dos seres celestes, dos terrestres e dos que vivem sob a terra, e, para glória de DEUS, o PAI, toda língua confesse: "JESUS é o SENHOR".
A seguir Paulo anuncia que em breve vai lhes enviar Timóteo e Epafródito em missão, para que ele também, tenha a alegria de receber notícias de seus amigos cristãos de Filipo. Por fim, concluindo a missiva, escreve algumas recomendações, assim como advertências contra os maus obreiros e falsos cristãos, “que são inimigos da Cruz de CRISTO: seu fim é a destruição, seu deus é o ventre, sua glória está no que é vergonhoso, e seus pensamentos no que está sobre a terra”.