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"VONTADE INDÔMITA"

 

MORTE DO SEU QUERIDO ESPOSO

Como já mencionamos, naquela época havia muitas disputas entre os nobres, a vaidade envolvia violentamente o coração de uma maioria, e estimulava a cobiça, o desrespeito e a traição. Guerras e muitas guerras estouraram naquela região da Europa, envolvendo além de outras pessoas, também parentes e filhos da Duquesa Edwiges, que teve muito sofrimento ao longo de toda a sua vida.

Wladislau, filho de Otão, parente de Edwiges, a quem o seu esposo Henrique, conseguiu restituir a herança paterna, moveu guerra contra o seu próprio pai, Otão.  Este chamou em seu auxilio Henrique, esposo de Edwiges, que era o Duque da Silésia, e com quem antes havia feito uma aliança militar. Mas eles foram vitimas de traição, Otão conseguiu fugir e Henrique foi ferido gravemente. Não morreu em face da coragem e impressionante dedicação do soldado Peregrino, que colocou o seu corpo como escudo, na frente do corpo de Henrique, morrendo para salvar o Duque. Henrique foi levado para o seu palácio, e pouco tempo depois já estava perfeitamente restabelecido.

Mas aconteceu que logo nas primeiras semanas de recuperação, o Duque Henrique foi envolvido em outro conflito. Havia muitas disputas entre os diversos nobres. Numa dessas batalhas Henrique caiu prisioneiro do Príncipe Germânico Conrado. Edwiges se apresentou corajosamente diante do cruel e sanguinário Príncipe Alemão e conseguiu a libertação do seu marido. O Príncipe Germânico Conrado, antes da chegada de Edwiges, não se deixara comover e nem se intimidar pelos pedidos de outros nobres influentes para libertar Henrique. Mas quando viu diante de si a Duquesa Edwiges, o homem tremeu; Parecia-lhe ter um poderoso Anjo a ameaçá-lo, e por isso mesmo, sem exigir resgate libertou o prisioneiro.

Mas, os dias do Duque Henrique realmente já estavam contados. Pouco tempo depois, no ano de 1227, ele se despediu da esposa Edwiges e foi para a região de Crosna. Mas, atacado por um mal subido veio há falecer poucos dias após a sua chegada. Edwiges sentiu uma espada afiada transpassar o seu coração pelo falecimento do marido, mas corajosamente se manteve firme. Foi lá pessoalmente com uma pequena comitiva, a fim de conduzir o corpo de Henrique para o Mosteiro de Trebnitz, que ele próprio tinha fundado, e sepultou o marido solenemente, ao lado do sepulcro do filho Conrado. De maneira admirável Edwiges revelou a mulher forte que era. Enquanto todos choravam, lamentando a morte de Henrique, ela permanecia séria, com os olhos secos, consolando aqueles que manifestavam visível sofrimento.

MORTE DO FILHO HENRIQUE

Mas a vida seguiu sua órbita e todos os acontecimentos continuaram, tanto os bons como os maus. Os Tártaros partindo da Mongólia, vinham devastando todas as regiões por onde passavam, matando as pessoas por prazer, e para se apoderarem de seus bens. Henrique, o filho mais velho de Edwiges, teve de reunir o seu exército para poder enfrentar os bárbaros invasores, que já vinham assolando as terras da Polônia.

Ele reuniu o seu exército para uma nova guerra. Era na verdade uma guerra muito mais difícil, por que ia lutar contra selvagens, gente bárbara que não respeitava nada, e que se apresentava por sua audácia como um cruel e perigoso furacão. O filho de Edwiges marchou corajosamente contra eles, mas sendo o exército tártaro mais adestrado nos campos de batalha, Henrique caiu mortalmente ferido, não conseguindo deter o avanço daqueles homens ferozes e impiedosos.

Edwiges mais uma vez, se revelou uma mulher forte, cheia de fé e perfeitamente submissa à Vontade de DEUS. Recebeu o corpo de seu filho e lhe deu honrosa e digna sepultura, também no Mosteiro de Trebnitz.

VIDA NO CONVENTO

Um pouco antes do falecimento de seu marido Henrique, o casal de comum acordo, foi se desprendendo dos bens que possuía e retirou-se para o Mosteiro de Trebnitz, acompanhada de algumas criadas e de algumas mulheres amigas. E não foram para os aposentos mais confortáveis, mas aqueles mais pobres e modestos, localizados nos fundos do Mosteiro. Tudo era pobre, quarto pobre e mobília pobre. A rica Duquesa fez-se pobre entre as pobres Monjas.

Na verdade, Edwiges tinha uma estima toda especial pelas pessoas consagradas a DEUS na vida religiosa. Na sua maneira de conceber e analisar tais pessoas, ela as considerava como porção eleita do rebanho de CRISTO. E por isso mesmo, ela as considerava pessoas Santas.

CONSTRUIU IGREJAS, HOSPITAIS E MOSTEIROS

Seu esposo Henrique foi quem construiu o Mosteiro de Trebnitz. Depois que ele morreu, ela continuou a sua obra, construindo ainda diversos outros Mosteiros, Igrejas e Hospitais, e aparelhando-os de tal modo a lhes permitir meios para a própria subsistência.

Com frequência visitava os Mosteiros e levava pessoalmente, generosas quantias como auxílio e passava dias entre as Monjas, participando da vida religiosa no claustro.

Como a quantidade de Mosteiro era grande, foi incrementado aquele processo de educação das moças, que era usado desde a infância de Edwiges. Principalmente as filhas das famílias nobres eram enviadas a esses Mosteiros para serem educadas pelas religiosas. Aprendiam as letras e liam com frequência as Sagradas Escrituras, assim como, recebiam ensinamentos sobre todas as atividades que uma Dama, dona de casa, precisa saber. Desse modo, as moças retornavam aos seus lares completamente preparadas a enfrentar as exigências do cotidiano, com preciosa cultura literária e, sobretudo, com sólidos fundamentos religiosos.

Por volta de 1205, aquela região recebeu os Monges Cistercienses, que viajavam pelo mundo em missões, para ensinar e educar o povo, e também trazendo progressos na cultura e nas Artes. Depois vieram os Franciscanos, que através de seus ensinamentos, deixou florescer uma nova forma de espiritualidade. Henrique, atraído pelos ensinamentos franciscanos, passou muitos anos entre eles, inclusive, deixou a barba crescer como os Frades usavam, e por isso ganhou o apelido de Henrique “o Barbudo”.

Henrique e Edwiges buscavam alcançar o bem para seu país, ele procurando consolidar politicamente os domínios do Ducado, e ela, procurava ardorosamente santificar os seus súditos. Atraíam assim, as bênçãos de DEUS sobre o Ducado.

OS POBRES

Desde menina na casa de seus pais, depois casada residindo no palácio ducal, e mais tarde no Mosteiro, ela sempre teve uma grande preocupação com os pobres. Sempre que um pobre ia pedir comida em sua residência, ela atendia com prazer e generosidade. Da mesma forma, sempre que um pobre em dificuldade vinha procurá-la, Edwiges estava presente para socorrê-lo espiritualmente, materialmente, financeiramente, com atenção e com um dedicado amor. E fazia isto com todos os pobres, considerando com muita seriedade aquelas palavras do Evangelho: “Todas as vezes que fizestes isto a um desses pequeninos que crêem em MIM, foi a MIM que o fizestes”. (MT 25,40)

No Mosteiro fundado pelo seu marido, ela preferiu um quartinho nos fundos. Era um cômodo frio e apertado, sem qualquer tipo de comodidade. Quem não a conhecesse, jamais desconfiaria que aquela mulher frágil, pobremente vestida, descalço, exercendo os mais humildes serviços, era a Duquesa da Silésia e da Polônia. Com certeza pensariam que aquela era uma simples e humilde servente do Mosteiro.

Ela que desde criança procurava sempre o caminho da santidade, podia agora praticar as virtudes que lhe eram queridas ao seu coração. Podia dedicar longas horas à oração, tanto de dia como a noite, e assim, ia tornando-se uma alma cada vez mais contemplativa. Praticava as mais árduas e austeras penitências e rezava muito, orava por aqueles que não rezavam, orava pelos pobres e infelizes, orava pela conversão da humanidade, da mesma forma que buscava reparar todas as ofensas que diariamente são cometidas contra DEUS, contra JESUS e contra a VIRGEM MARIA. Exercia a caridade para com todas as pessoas e fazia da paciência um marco da sua vida, enquanto a sua impressionante humildade fazia dela a última do Mosteiro. Por tudo isto, DEUS misericórdia infinita começou a glorificar sua dileta filha ainda em vida, aqui nesta Terra.

O ESPOSO QUER IMITAR ESPOSA

De comum acordo, com a mesma grandeza do apaixonado amor que unia Henrique a Edwiges, eles combinavam entre si todas as coisas. E assim, quando tinha 32 anos de idade, autorizada pelo seu esposo, fez o Voto de Castidade Perpétua. Escolheu este sacrifício como maneira mais fervorosa de revelar a DEUS o seu incontido e fervoroso amor e de reparar com o seu sacrifício, os pecados do mundo que machucavam o Coração Divino.

Henrique continuava governando a Silésia e a Polônia. Verdadeiramente sentia-se feliz em ter uma esposa como Edwiges, tão santa e tão desapegada. E por isso mesmo, ele era um amante cuidadoso não só da santidade dela, mas também um imitador de suas admiráveis virtudes. Henrique com o coração apaixonado de amor e iluminado pela Luz de DEUS, seguia o mesmo caminho da sua esposa, daquela santa e querida mulher.

Foi ouvindo as exortações de Edwiges, sua piedosa mulher, que ele decidiu e cultivou perseverantemente uma vida parecida com a dos Monges. Era conhecido por sua generosidade e sua incomum devoção ao SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Por outro lado, a humildade da sua esposa o contagiava, e muito embora Henrique não fosse um Monge pela profissão religiosa e também não vestisse um hábito monacal, na realidade, pelo seu comportamento pouco faltava para isso.

Arrastado pelos exemplos da esposa, Henrique procurava seguir os passos dela. Embora sendo um Príncipe riquíssimo, tanta era a sua humildade que, quando os pobres ou pessoas simples lhe levavam algum presentinho, recebia-o com alegria sincera, e humildemente, agradecia de coração.

Certa vez um pobre levou-lhe uma cestinha com ovos. Recebeu-a como se ela estivesse cheia de ouro. Pensava consigo mesmo: “Este pobre tirou seu próprio alimento com a intenção de nos dar alegria. Nós lhe causaremos também muita alegria, se o recebermos como um presente valioso”.

Embora Edwiges fosse totalmente submissa ao seu marido, não deixava de ser para ele uma excelente mestra no caminho das Virtudes e da Santidade.

 

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