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AS MANIFESTAÇÕES CONTINUARAM

- Segunda-feira dia 15, foi um dia terrível porque além dela sofrer críticas das pessoas, suas próprias colegas caçoavam e a ridicularizavam.

Este procedimento foi também acompanhado por adultos que imaginavam tratar-se de invencionices ou palhaçadas da jovem.

Mas houve pessoas que se interessaram pelo caso da gruta como Madame de Millet. Ela tinha ouvido falar da Aparição e imaginou que podia ser a sua amiga Elisa Latapié, que tinha morrido em outubro do ano passado. Elisa era muito religiosa e pertencia a irmandade das "Filhas de Maria" e também, era considerada moça de excelentes predicados.

Decidida a conhecer a verdade, Madame de Millet conquistou Luisa, mãe de Bernadette, dando-lhe trabalho e convenceu-a deixar sua filha voltar à gruta, em sua companhia.

As 5 horas da manhã de quinta-feira, 18 de fevereiro de 1858, Madame de Millet em companhia de Antonieta Peyret encontraram-se com Bernadette, que ainda estava dormindo. Depois participaram da primeira Santa Missa do dia e desceram para a gruta.

Antonieta levou consigo caneta e tinteiro do pai, e também papel, para a Visão escrever o seu nome.

Mal começaram a rezar o terço, a vidente murmurou:

- "ELA está aí"!

Terminado o terço, Antonieta entregou-lhe a caneta e o papel. Inocentemente Maria Bernarda levou aqueles instrumentos em direção à Aparição e lhe fez a solicitação combinada:

- "Quer ter a bondade de escrever o seu nome"? A Aparição aproximou-se dela, passando por uma fenda no nicho da rocha e da conversa de ambas, nunca se soube nada.

Mais tarde ela contou que, sorrindo, a Aparição lhe disse "que não era preciso escrever" e pediu-lhe que voltasse ali:

- " Quer ter a amabilidade de vir aqui durante 15 dias"?

Foi a primeira vez que ouviu a maravilhosa voz da DAMA, e consentiu imediatamente em voltar à gruta para encontrá-la.

Viu também que não era Elisa Latapié.

Foi nesta mesma ocasião que a Visão lhe falou:

- "Não prometo tornar-te feliz neste mundo, mas no outro".

No caminho de volta, pensativa Madame de Millet interrogou :

- "E se fosse a SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA"?

Fez-se um profundo silêncio, ninguém ousou falar qualquer coisa. Certo é que Madame de Millet não ficou satisfeita e com o seu jeito autoritário, levou Bernadette para a sua casa, porque desta forma podia acompanhá-la à Massabieille em segredo.

Acontece todavia, que a mãe Luisa começou a ficar curiosa e a querer também ir à gruta com a filha, o mesmo ocorrendo com a tia Bernarda. Apesar de todo o sigilo , na sexta-feira, dia 19, eram 8 pessoas; no sábado, dia 20, eram 30 e no domingo, dia 21 de fevereiro, eram cerca de 100 pessoas que foram a gruta, na esperança de presenciarem algum acontecimento sobrenatural.

A Aparição se renovava silenciosa. Sorrindo, contemplava a sua escolhida e a acompanhava durante a reza do terço, fazendo passar com os dedos, as contas de seu rosário, desaparecendo assim que as orações terminavam.

As noticias espalharam-se. São formuladas as mais diversas hipóteses sobre o que vai acontecer durante a quinzena de Aparições. A expectativa é coletiva.

Depois da Aparição de domingo, dia 21, o comissário Jacomet, levou-a para um minucioso interrogatório no qual certificou-se da simplicidade e da sinceridade da menina e ficou sabendo de outros detalhes da Aparição, apesar de intencionalmente querer confundi-la e forçá-la a não voltar à gruta.

Ela contou assim:

- "A DAMA usava um vestido branco, apertado na cintura por uma fita Azul, um véu branco na cabeça que descia até a altura do busto. O vestido era longo e cobria os pés, deixando aparecer só as extremidades, com uma rosa amarela em cada pé, da mesma cor da corrente do terço que trazia na mão direita. Olhava com suavidade e tinha os olhos completamente azuis".

O interrogatório terminou quando populares conseguiram colocar o pai Francisco Soubirous na sala do Comissário para proteger a filha.

As ameaças de Jacomet não tiveram nenhum efeito sobre ela e nem a intimidou. Ela partiu tranquila e indiferente.

Nesta época, Bernadette não estava mais na casa da Senhora de Millet, tinha voltado para junto dos pais. No intimo apenas uma dúvida a incomodava: não queria desobedecer e nem criar problemas para o seu pai, pelo fato dele ter afirmado a Jacomet de que ela não voltaria à Massabieille e lembrava-se, por outro lado, que tinha prometido à Aparição estar lá durante quinze dias.

Na volta à escola, depois do meio-dia, sentiu novamente aquela "pressão interior" e não resistiu, foi até a gruta. Mas a DAMA não apareceu.

Calada, humildemente voltou para casa em companhia da tia Bernarda. Na tarde deste mesmo dia, foi pela segunda vez ao confessionário encontrar com o Padre Pomian e contou-lhe o seu drama de consciência. Ele, depois de ouvi-la, proporcionou-lhe a solução que lhe acalmou o íntimo e lhe deu a certeza do caminho a seguir. Disse o Padre:

- "Não têm o direito de te impedir".

Às 5 horas da manhã do dia seguinte, terça-feira, 23 de fevereiro, seguiu pela estrada rumo a gruta. Cerca de 150 pessoas já a aguardavam e pela primeira vez, destacava-se no meio das boinas e dos capuzes dos pobres, os chapéus dos homens e das senhoras da sociedade.

Como das vezes anteriores, mal iniciou a reza do terço, a Visão apareceu e ela entrou em êxtase. Todos puderam contemplar as reações e a beleza do rosto de Bernadette.

Saíram dali certos de que algo de sobrenatural estava acontecendo, ao mesmo tempo em que surgiram as primeiras notícias sobre curas de doentes e pessoas que se converteram.

Na quarta-feira, dia 24, a quantidade de pessoas era maior e inclusive, até ocorreu uma certa dificuldade para ela chegar na entrada da gruta. Haviam cerca de 300 pessoas ávidas de presenciarem algum fato novo. Algumas eram curiosas, mas a maior parte estava postada respeitosamente, em contrita oração, na certeza de que estavam na presença da MÃE DE DEUS.

Terminada a reza do terço, Bernadette avançou dois passos, arrastando-se de joelhos e prostrando-se com a face na terra beijou o chão atendendo ao pedido da Aparição, num gesto de penitência. O povo não entendeu. Mas depois ela explicou que a Aparição tinha falado uma palavra nova:

- "Penitência, Penitência, Penitência! Rezem a DEUS pela conversão dos pecadores. Vai beijar a terra em penitência pelos pecadores".

No dia seguinte, a movimentação ao redor de Massabieille começou cedo. Desde as duas horas da manhã as pessoas procuravam se localizarem nos melhoras lugares.

No momento em que Maria Bernarda chegou, havia mais de 350 pessoas. Como de costume, rezou o terço em êxtase, depois entregou a Eléonore Pérard, que estava ao seu lado, a vela acesa que sempre levava nos encontros com a Aparição, dando-lhe também seu capuz. A seguir, subiu de joelhos a pequena declividade até o fundo da gruta. De trecho em trecho fazia uma parada e beijava o chão. Bem em baixo do nicho, onde se encontrava a Visão, parou e conversaram. A seguir arrastou-se de joelhos até o rio Gave. Lá, qualquer coisa a deteve e ela voltou, agora de pé, para o interior da gruta. Abaixou-se e arranhou o chão com as mãos e depois cavou, como se quisesse fazer um buraco. O orifício encheu-se de lama que ela recolheu e passou no rosto e comeu ervas de folhas cheias de amebinos que cresceram no fundo da gruta. Terminada a Aparição, voltou com o rosto todo lambuzado de barro, causando de certa forma, consternação ao público.

A todos que lhe perguntava explicou:

- "A DAMA mandou eu beber água na fonte e me lavar nela. Não vendo água, fui ao Gave. Mas ELA me fez um sinal com o dedo para ir debaixo da rocha. Depois de cavar encontrei a água, era uma lama, tinha tão pouca água que apenas pude colher uma pequena quantidade na cova da mão. Três vezes a joguei fora, de tal maneira estava suja. Na quarta vez colhi a água e tomei. Depois recolhi e também comi um pouco de ervas. ELA me pediu que fizesse isto pelos pecadores".

A tarde, algumas pessoas voltaram à gruta e entre elas Elèonore Pérard. Observaram o buraco que Bernadette cavou, estava uma poça de água lamacenta. No meio dela Eléonore espetou um pau. Apercebeu o ruído da água que corria. Algumas pessoas tentaram bebê-la: a água jorrou com mais força e foi ficando mais clara, à medida que cavavam para recolhê-la. Começaram então a compreender a mensagem: "uma fonte de água que lavará a alma suja dos pecadores, dos que se arrependem de seus desacertos, daqueles que têm fé em DEUS, produzindo o milagre da conversão e da cura dos males".

A notícia espalhou-se. Todos querem beber da água da fonte que brotou no terreno árido do fundo da gruta. Outros a recolhem e levam para seus parentes necessitados. Muitos comentários surgiram e as noticias de curas ouviu-se por todas as partes.

Neste mesmo dia é interrogada pelo Procurador Imperial, senhor Dutour, que a exemplo de Jacomet, tentou por todos os meios dissuadi-la a não voltar à gruta, dizendo que aquilo era ilusão. Mas o Procurador nada conseguiu com Bernadette, ela permaneceu tranquila ao lado da sua mãe e até achou momentos para rir, quando o senhor Dutour mostrando-se nervoso, com a caneta na mão não acertava o buraco do tinteiro para colocá-la.

As fotografias desta página, apresentam de cima para baixo: o Altar para a Celebração de Missas na Gruta; fieis sentados em bancos de madeira diante da Gruta; a fonte de água como ficou logo após a limpeza da mesma; primeiro tanque com três torneiras para uso dos fieis; atualmente a água da fonte está canalizada e existem mais de uma dezena de torneiras para uso dos peregrinos e visitantes; banheira com água da fonte onde as pessoas são imergidas.

Em face do interrogatório, Bernadete responsavelmente antes de tomar qualquer iniciativa foi ouvir a opinião de seus parentes sobre a proibição imposta pelo senhor Dutour: "de não voltar à Massabieille" . Sua tia Bernarda falou:

- "Eu no seu lugar voltava"!

 

Os enfermos participando da Santa Missa ao ar livre e recebendo a Sagrada Eucaristía.

Sua Santidade o Papa João Paulo II reza na Gruta das Aparições.

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