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Depois de tantos acontecimentos, a esta altura o Padre Aladel já não tinha mais dúvidas sobre as confidências de Catarina. Estava convencido da sinceridade das palavras da Irmã. Por isso, em 1841 ele se lembrou de mandar esculpir a VIRGEM do Globo, que ela, em nome de MARIA lhe pedira diversas vezes. Com este objetivo o sacerdote a procurou solicitando que relatasse a Aparição por escrito. Catarina concordou e no dia da Assunção de NOSSA SENHORA aos Céus (15 de Agosto), iniciou a descrição dos fatos, suplicando a VIRGEM MARIA que lhe inspirasse e lhe ajudasse na missão. Ela rezou assim:

“Hoje é o dia da Assunção da SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA. Ó Rainha que está sentada junto a DEUS, escutai favoravelmente as minhas orações. Por Vós e para a Vossa maior glória Vos peço que me ilumineis e me deis a força e a coragem de agir com plena autenticidade, por Vosso Amor e por amor a DEUS”.

Embora com a letra às vezes um pouco trêmula e a ortografia incorreta em algumas oportunidades, todavia o conteúdo das recordações está intacto e perfeitamente compreensível. Foi feito um primeiro esboço da imagem... Uma tristeza para Catarina. O artista não conseguia nem se aproximar dos belos traços da MÃE DE DEUS. A Irmã ficou triste e muito aborrecida quando viu o primeiro esboço da imagem. Aliás, o assunto foi um verdadeiro tormento para ela.

O ano de 1842 foi marcado por uma conversão considerada impossível por muitos. Um jovem banqueiro judeu, Alfonso Ratisbonne, de fama pouco recomendável, depois de variados e espetaculares acontecimentos em sua existência, entrou numa faixa de hibernação, propositalmente afastando-se do noticiário publico, por motivo de um sério problema na família. Por insistência de um amigo que queria ajudar-lhe, mas apenas para ser gentil, aceitou usar a Medalha Milagrosa. Entretanto, na sequência dos dias, aconteceram coisas inesperadas na vida dele. Como se estivesse impulsionado por uma força irresistível, entrou para rezar na Igreja de Santo André “delle Fratte”, em Roma e, de súbito, ele teve a impressão de ver NOSSA SENHORA ao lado do Sacrário, derramando raios de suas mãos, do mesmo modo como está na Medalha. “Ela não disse nada, mas compreendi tudo”, afirmou ele. De volta à França, visitou o Asilo e pediu para encontrar-se com a Irmã. Catarina agradeceu a atenção e o convite, mas permaneceu inflexível: não apareceu, porque não queria tratar do assunto com ninguém. Ela definitivamente escolheu o silêncio e a discrição.

Irmã Estefânia Cosnard que viveu em Reuilly durante 9 anos e que sempre se encontrava com Irmã Catarina na “Rue du Bac”, deu testemunho da profunda humildade da vidente:

“Nela a humildade se traduzia pelo completo esquecimento de si e por cultivar uma grande simplicidade, que era própria da sua pessoa. Por incrível que possa parecer, ela gostava até de se humilhar diante dos outros. E por isso também, pelo seu imenso sentimento de humildade foi que conseguiu esconder durante toda a sua vida, o segredo e os favores extraordinários que recebeu de DEUS e da SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA. Sem dúvida existiam muitas outras irmãs perfeitas, de caráter e de virtudes inquestionáveis. Mas o que sobressaia em Catarina era um dom pessoal que infundia uma nítida impressão de uma alma aniquilada pelo amor de DEUS e de NOSSA SENHORA, ela se revelava completamente desapegada de si”.

O Bairro de Reuilly com suas numerosas fabricas de papel, onde trabalhavam muitos jovens, ressentiu-se da dureza da crise econômica que castigou a França nos anos de 1846 a 1848. A insurreição operária com toda a sua força também atingiu as fabricas do Bairro, transformando a região num campo de batalha. O Asilo de Reuilly colaborou de maneira efetiva recolhendo e tratando os feridos de ambos os lados. As Irmãs caridosamente assumiram a defesa dos dois lados, evitando muitas mortes. Após esta revolução, desencadeou uma abominável epidemia de cólera. As Irmãs se desdobravam em assistência e cuidados. Para melhor atender a população elas abriram no mesmo Bairro, um pequeno internato e uma escola para crianças órfãs. A Comunidade Religiosa cresceu, 30 Irmãs estavam divididas em dois grupos: aquelas do Serviço aos Velhos no Asilo, e as Irmãs do Serviço as Crianças nas Casas denominadas de “Providência Santa Maria”.

As Irmãs se encontravam principalmente na hora da Oração. Irmã Filomena Millon, durante 17 anos, rezou ao lado ou perto da Irmã Catarina. Ela não consegue esquecer as suas atitudes:

“Sua fé era muito viva: era percebida, sobretudo, quando estávamos na Capela. Tinha uma atitude exemplar. Toda Irmã nova que chegava a Casa de Enghien, logo ficava impressionada com o procedimento dela. Principalmente durante a oração, ela se conservava imóvel, os olhos fixos na imagem da SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA. Penso nisso todos os dias, quando vejo o lugar onde ela ficava. Naquele tempo não desconfiava absolutamente do favor extraordinário com o qual fora honrada por NOSSA SENHORA. Todavia, não se podia deixar de notá-la no meio das outras irmãs”.

Quando a Irmã Catarina ficou idosa, passava a maior parte do dia na portaria, recebendo os que vinham ao Asilo, ou os pobres que pediam ajuda. Irmã Ana Maria Levacher ficava feliz com as oportunidades que tinha de rezar o Terço com ela:

“Às vezes, eu ia rezar o Terço com a Irmã Catarina no cubículo onde ficava e onde havia uma imagem da VIRGEM MARIA. Gostava de rezar na companhia dela para observar os seus modos e atitudes. Isso muito me edificava”.

Durante os anos 50, três acontecimentos vão alegrar o coração da Irmã Catarina:

1 – A 21 de Novembro de 1851 foi fundada em Reuilly a Associação das Filhas de Maria, pedida por NOSSA SENHORA na noite de 18 de Julho de 1830. Sua sobrinha, filha de Tonine, foi recebida nesta Associação em 1857.

2 – A difusão da Medalha Milagrosa alcançou a marca impressionante de mais de 100 milhões de Medalhas em todo o mundo, contendo a jaculatória: “Ó MARIA concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. O Papa Pio IX, depois de ampla consulta e apuradas pesquisas, definiu em 8 de Dezembro de 1854, o Dogma da Imaculada Conceição.

3 – Quatro anos mais tarde, em 1858, uma jovem camponesa em Lourdes, Bernadette Soubirous, recebeu a visita de uma “bela senhora”. Perguntou-lhe o nome e depois de muita insistência a “bela senhora” respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

 

 

As notáveis Aparições de NOSSA SENHORA a Bernadette Soubirous na Gruta de Massabieille, em Lourdes, também na França, aconteceram de 11 de Fevereiro a 16 de Julho de 1858 e tiveram o objetivo específico de provar que pela suprema Vontade do CRIADOR, em vista dos méritos futuros de seu Divino FILHO, JESUS CRISTO, a VIRGEM MARIA foi concebida livre do pecado no seio de sua mãe Sant'Ana, nascendo sem a influência nefasta do Pecado Original e dos Pecados Subsequentes, sendo ao longo de sua vida protegida pelo ESPÍRITO SANTO, não cometendo o mais leve e menor pecado. Assim, NOSSA SENHORA nasceu pura e Imaculada, sem qualquer mancha. Por essa razão a VIRGEM também tem o titulo de a IMACULADA CONCEIÇÃO. Conforme já foi mencionado, esta é uma Verdade que o Papa Pio IX decretou solenemente como "Dogma de Fé".

 

 

Catarina ouvindo as notícias sobre a Aparição de Lourdes se manifestou: “É a mesma! É a VIRGEM MARIA!”

Da mesma forma como ela sentiu ao saber dos acontecimentos com Bernadette na Gruta de Massabieille, nós também percebemos que o olhar sincero e puro daquelas duas mulheres trazem a marca indelével do que viram. O Padre Hamard, Sacerdote da Missão, escreveu alguns meses antes da morte de Bernadette:

“Ela é pequenina, pálida e fraca. Somente seus olhos brilham com esplendor! Jamais vi um olhar igual, senão no Asilo de Enghein, em 1876”.

 

 

 

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