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VIAGEM A ÓSTIA – A partir daquele momento resolveu viver uma vida de recolhimento, dedicada ao SENHOR, da mesma forma que decidiu voltar a Tagaste e fundar um Mosteiro. Com esta finalidade viajou para Óstia, em companhia de sua mãe, parentes e discípulos, no sentido de conseguir uma embarcação com destino à África.

A viagem foi longa e muito cansativa. Mônica chegou extenuada. Na manhã do dia seguinte, depois que recebeu a Sagrada Comunhão na Santa Missa, entrou em êxtase e insensivelmente exclamou:

"Voemos ao Céu fiéis, voemos ao Céu”.

Todos que se encontravam nas proximidades ficaram espantados vendo o seu rosto lívido e seus olhos fixos num ponto do firmamento, imaginando que ela fosse morrer. Interrogaram-na, chamando-a pelo nome, mas ela nada respondeu.

Em Óstia alugaram uma pequena casa, onde foram morar. O imóvel estava no subúrbio da cidade, bem longe da atividade comercial e tinha um bonito e ensolarado jardim.

Certo dia, ele e sua mãe desfrutando do conforto daquela tranqüilidade, estavam debruçados no peitoril da janela que dava para o jardim. Dali contemplavam a natureza e admiravam as maravilhas que a bondade Divina fez. Dialogando em voz baixa, comentavam o esplendor e a beleza que o CRIADOR nos proporciona, apesar de sermos criaturas repletas de imperfeições e imaginavam, se aqui é assim, como deve ser de um encantamento indescritível aos olhos dos Anjos e Santos, a visão do Paraíso de DEUS. E enquanto divagavam com o pensamento, louvando o amor divino por toda humanidade, foram arrebatados em êxtase até às Portas do Paraíso Celeste.

Quanto tempo ficaram lá ninguém sabe e eles também não nos conta em suas obras. Agostinho apenas escreveu:

"Enquanto assim falávamos, aspirando pela Sabedoria, atingimo-la momentaneamente num ímpeto completo do coração. Suspiramos e deixamos lá agarradas as primícias do nosso espírito".

Depois deste dia, Mônica não vivia mais na Terra. De fato, cinco dias após aquela inesquecível visão, contraiu uma febre maligna tão forte, que morreu no nono dia da enfermidade. Com 56 anos de idade foi ao encontro do SENHOR na eternidade, no ano 387 de nossa era.

Seu corpo foi sepultado na cripta da Igreja de Santa Áurea, em Óstia, e lá permaneceu até o ano 543, quando foi encontrado e transladado para Roma, primeiro para a Igreja de São Trifão e mais tarde para a Igreja que lhe foi dedicada.

 

MOSTEIRO EM TAGASTE - Agostinho ainda permaneceu em Óstia aproximadamente um ano. Depois seguiu para Tagaste, onde com seus companheiros, construiu um Mosteiro e puderam dedicar-se ao trabalho de evangelização com pleno ardor. Escreveu muito, explicando de maneira incomparável uma quantidade apreciável de pontos doutrinários do cristianismo, que até aquela época, eram motivos de controvérsias e confusões.

Publicou diversos opúsculos combatendo a heresia dos donatistas e dos maniqueus, pois se sentia angustiado diante do crescimento do mal em Hipona, Cartago e Roma.

Por outro lado, seus amigos e conhecidos de Tagaste, que sabiam de seu valor intelectual, de sua oratória inflamada e imponente, o procurava constantemente para que os defendessem no Tribunal, ou que servisse de mediador em alguma demanda, ou ainda, para que os ajudassem a tirar alguém da prisão, inocentemente processado e encarcerado.

Depois de muita relutância, convencido de que exercendo a profissão de advocacia era também uma maneira de fazer o bem, cedeu às ponderações e aos insistentes apelos de seus amigos, e como todos esperavam, brilhou intensamente no Fórum de Tagaste, com seus argumentos insuperáveis, repletos de lógica e direito.

No ano 388 morreu Adeodato, seu filho, com 16 anos de idade, vítima de uma grave moléstia que em pouco tempo o matou. Agostinho ficou profundamente triste e pesaroso, não só pela ausência dele, mas porque também o rapaz vinha demonstrando um talento especial para a oratória, além de professar com muita convicção a doutrina cristã.

A partir desta época sua vida ficou totalmente absorvida pelo Mosteiro, por seus escritos e sua admirável atividade no Tribunal de Tagaste.

Certo dia, um rico cidadão de Hipona, alto funcionário do Império, escreveu-lhe e o convidou a visitá-lo, com o objetivo de esclarecer alguns aspectos da religião católica e eliminar algumas dúvidas que possuía, as quais lhe impediam de ter uma vida completamente cristã.

Agostinho foi e conseguiu completo êxito em sua missão.

 

 

FOTOGRAFIAS: 1) Agostinho, sua mãe, familiares e discípulos, viajam para Óstia, na Itália; 2) Morte de Mônica; 3) Ruínas da Igreja de Santa Áurea, em Óstia; 4) Oliveira em Tagaste, hoje Souk Ahrás na Algéria, onde existia o primeiro Mosteiro; 5) Imagem de Santo Agostinho.

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