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“OBRA DE PROPAGAÇÃO DA FÉ”

 

 

NOVAMENTE EM LION

Com plena saúde, Pauline-Marie se dedicou com total disposição aos seus projetos e em especial, a “OBRA DE PROPAGAÇÃO DA FÉ”, vencendo todas as dificuldades e alcançando a compreensão das autoridades católicas, que passaram a lhe dispensar a necessária atenção.

Foi então que o mundo católico conheceu realmente Pauline-Marie como uma mulher de extraordinária têmpera de alma e de ampla visão das necessidades da Igreja. Uma mulher verdadeiramente amante das coisas de DEUS, que vivia quase sempre incompreendida, combatida, caluniada e até perseguida por alguns superiores. E agora, passavam a observar detidamente o seu caráter e as manifestações do seu espírito. Ela tinha um temperamento prático: todas as suas iniciativas revelavam um espírito sumamente realista, capaz de dar corpo e vida a uma idéia. As suas atividades, aparentemente simples e susceptíveis de serem atribuídas a qualquer pessoa, revelavam, porém, uma percepção exata da realidade social e espiritual do seu tempo, elas tinham o seu toque, encontravam no seu âmago uma inspiração mais profunda e honesta.

Então aconteceu a inversão de procedimentos. As autoridades eclesiásticas passaram a recomendar repetidamente a Obra de Pauline-Marie aos Bispos, aos Sacerdotes e aos fiéis, reconhecendo naquela mulher um instrumento dócil, generoso e heróico da Divina Providência para a evangelização.

A facilidade e a velocidade com que se propagou entre os católicos franceses a “Obra de Propagação da Fé” sedimentou em Pauline-Marie a convicção de que se necessitava de algo parecido, todavia mais forte e insinuante, para despertar e expandir a “Fé” na França e em todos os países do mundo. Uma nova idéia balançava o seu coração.

 

ROSÁRIO VIVO

Assim, ela imaginou um conjunto ou cadeia de corações que fossem comprometidos a trazer ajudas espirituais a Igreja, e então, teve a brilhante idéia de constituir o “Rosário Vivo”, seguindo um método parecido com o anterior, ou seja, com aquele método que usou na “Propagação da Fé”. Seu desejo era levar a oração do Rosário a uma prática que fosse generalizada a todas as pessoas. Naquela época o Rosário só era rezado pelas Instituições Religiosas. E naturalmente ela sabia e raciocinava: “O mais difícil era fazer com que o povo, ou seja, as pessoas em geral aceitassem rezar o Rosário”.

Numa correspondência com o Superior Geral dos Dominicanos, ela escreveu: “Parece-me que chegou à hora de realizar o Projeto de uma Associação acessível a todos, que permita alcançar a união da oração, de modo breve e prático, sem cansar ninguém, de maneira a permitir durante alguns minutos, a meditação quotidiana dos Mistérios da Vida e Morte de JESUS.”

Para alcançar este objetivo, Pauline lançou sua nova iniciativa com a criação de grupos, cada um com 15 pessoas, dirigidos por uma zeladora. Naquela época o Rosário era constituído por três (3) Terços, que correspondiam a 15 Mistérios do Rosário, pois cada Terço tem cinco (5) Mistérios. E ficou determinado, que cada pessoa de cada grupo rezaria um (1) Mistério, ou seja, (1 Pai Nosso + 10 Ave-Maria), e assim, cada grupo rezaria num mesmo dia o Rosário completo. Na verdade, cada grupo não rezava apenas as orações, mas também meditava sobre o Mistério que estavam rezando. Uma particularidade do “Rosário Vivo”, era que cada associado também se comprometia a entregar anualmente o valor de 5 francos, para comprar e difundir bons livros. Em 1834, os diversos grupos de orações “Rosário Vivo”contava com um milhão de associados e estava se propagando também, em outros países.

Meses após, um “Breve” do Papa Gregório XVI deu aprovação oficial ao Movimento do “Rosário Vivo”, que nesta época, já havia alcançado 2 milhões de membros. Nesta mesma ocasião, Pauline-Marie visitando o Papa em Roma lhe contou a sua idéia sobre “A Propagação da Fé”. O Sumo Pontífice aprovou plenamente e inclusive,se propôs recomendá-la a Igreja Universal.

 

LORETO, A GRANDE SURPRESA

No seu retorno à França em 1836, Pauline constatou que “Loreto” estava se convertendo num lugar de encontro de autoridades cristãs, e onde se cultivava intensamente a vida espiritual, sendo por isso mesmo, cada vez mais frequentado, e onde os hospedes eram acolhidos com respeito e cordialidade. E entre aqueles hóspedes se contavam: São Pedro Julião Eymard, São João Batista Maria Vianney (o Cura D’Ars), Santa Teresa Couderc, Santa Claudina Thévenet e outros. Ela sendo a diretora do “Loreto”, sempre no seu posto, os acolhia, escutava, reconfortava, iluminava e abria o seu coração, da mesma maneira que generosamente também abria a sua bolsa.

Um dia, no ano de 1842, uma jovem chamada Francisca Dubouis se apresentou e lhe entregou uma carta do Pároco de Ars (O Santo Cura D’Ars): “Senhorita Jaricot, lhe envio uma alma que o SENHOR fez para ELE e para você... A VIRGEM a guardou de todo o mal até o momento; guarde-a também você e lhe ensine a amar, ainda mais, a JESUS e MARIA”.

Francisca se converteu na confidente de Pauline-Marie até a sua morte.

 

VIAGEM PENITENCIAL

Em 1843, na companhia de Francisca foi a Ars, se confessar com o Padre mais famoso naquela época: “O Santo Cura D’Ars”. Ele lhe disse profeticamente: “Seus ideais Missionários são muito bons, mas DEUS lhe vai pedir fortes sacrifícios para que o seu projeto tenha pleno êxito.” Logo com pouco tempo, isto começou a se cumprir integralmente, por que foram muitos e grandes, os sofrimentos e as incompreensões que ela teve de sofrer.

 

MUITO DIFÍCIL SEPARAR O JOIO DO TRIGO

No principio ela mesma com o seu pessoal é quem recolhia as esmolas para as Missões, mas os astutos roubavam descaradamente, causando-lhe uma imensa tristeza. Como saber quem era correto? Então, deixou este ofício aos Sacerdotes e leigos especializados que não se deixavam roubar facilmente.

 

FABRICA NOSSA SENHORA DOS ANJOS

Por outro lado, desde muito tempo, ela percebera o desamparo em que ficaram os trabalhadores em geral, em face da revolução industrial. O avanço da tecnologia exigia pessoas com conhecimento e o pobre, aquele de pouca instrução não tinha vez. Famílias e mais famílias ganhando miséria eram utilizadas num trabalho escravo, muitas vezes não tinham nem o pão diário para comer. Então ela imaginou formar uma Comunidade de trabalhares cristãos modelo, onde homens e mulheres recebessem um salário digno, as crianças fossem educadas profissionalmente, e os doentes e idosos recebessem um tratamento educado e essencialmente cristão. Por mais de dois anos orou e procurou conselhos com pessoas entendidas, objetivando delinear em sua mente o Projeto da sua Empresa. Para financiar o Projeto teve a idéia de fundar um "Banco do Céu" , constituído de uma associação de pessoas ricas que doariam 20.000 dólares cada uma, para formar o capital inicial de 350 mil dólares. Naturalmente, os investidores iam receber, além do capital aplicado os juros e benefícios do investimento dentro de um determinado prazo. Para completar o Capital da Empresa, somado ao valor mencionado, juntou a parte da sua herança paterna provinda da venda da fábrica do seu pai, com o falecimento dele, além das suas economias pessoais.

A Empresa foi lançada em 1841, e Pauline sem um conhecimento mais profundo do ramo industrial, confiou o projeto, a construção e administração da Obra, a pessoas que trabalhavam no ramo, que eram conhecidas no campo da indústria e, que tinham sido muito bem recomendadas a ela. Mas o resultado foi terrível, aquele empreendimento se constituiu num autêntico calvário para a sua vida durante vinte anos até a sua morte, pois aquelas pessoas “bem recomendadas” e a quem ela confiou quase totalmente a sua fortuna, lhe deram um incalculável prejuízo. No principio a Empresa funcionou de maneira satisfatória, pois os informes que eles apresentavam eram otimistas. Mas aqueles homens que ela confiou eram verdadeiros ladrões, larápios espertos, que desviaram o dinheiro para proveito próprio, deixando a Empresa totalmente falida e ela numa dramática situação, tendo que pagar aos investidores e a todos oscredores da Fabrica. Naquelas horas difíceis, não encontrou auxilio de ninguém, embora tenha ajudado a muitas pessoas e até a diversas organizações. O escândalo do fracasso da Empresa foi comentado e lamentado em todos os lugares da França. O Santo Cura D’Ars entristecido com o fato, pois conhecia bem a fidelidade e honestidade de Pauline, num dia no púlpito da sua Igreja, exclamou: “Irmãos, conheço uma pessoa que sabe muito bem aceitar as cruzes, inclusive as cruzes mais pesadas, levando-as com grande amor e dignidade. Essa pessoa, meus irmãos, é a senhorita Jaricot de Lion!”

 

A REABILITAÇÃO

Pela graça de DEUS, em 1852 ela teve a oportunidade de se reabilitar financeiramente, pagando o restante do seu débito a todos os credores e aos investidores do Banco, através da sua obra de “Loreto”, fazendo concessões e vendendo parte do terreno, ao vizinho Santuário de Fourvière, que se encontra na mesma área.

Com mais esta experiência, Pauline-Marie percebeu que DEUS a chamava a se dedicar somente ao espiritual, e que devia deixar a administração material em mãos de pessoas especializadas, que conheciam bem o assunto.

Em 1861, depois de perdoar generosamente a todos aqueles que se haviam apoderado dos bens das suas instituições destinadas a ajudar os pobres e, também de lhe ter causado um sofrimento cruel, e de maneira abominável, se sentiu feliz em ver que a sua “Obra de Propagação da Fé” cresceu admiravelmente, ajudando de maneira eficaz e concreta, todas as Missões no mundo.

 

FIM DA MISSÃO EXISTENCIAL

Mas sua missão terrestre estava concluída. A enfermidade do seu coração que estava curada e praticamente silenciosa durante 35 anos misteriosamente voltou a se manifestar, e se agravou de maneira forte e atuante. Permaneceu no leito e em orações, atendendo as necessidades dos que precisavam e se manteve recolhida durante alguns meses, quando a serva de DEUS recebeu novamente a Extrema Unção na noite do primeiro domingo do Advento de 1861 e morreu santamente, às cinco horas da manhã do dia 9 de Janeiro de 1862, dizendo suas últimas palavras com um sorriso nos lábios: “MARIA! Minha Mãe! A TI pertenço totalmente!”

Em 25 de fevereiro de 1963, o Papa João XXIII assinou o decreto que proclamava a heroicidade das virtudes de PAULINE-MARIE JARICOT , sendo declarada “Venerável”, o que significa dizer que a Igreja se compromete a partir daquele momento a “Beatificá-la”.

 

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