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CONHECIMENTO DIVINO

 

Para sedimentar nossas convicções em bases sólidas, é necessário aprofundar o conhecimento penetrando até nas entrelinhas dos versículos da Sagrada Escritura, com a intenção de entrar no pensamento do escritor inspirado, buscando entender com clareza os ensinamentos Divinos, a fim de que acompanhando a sequência do raciocínio, conseguirmos também iluminar o nosso com um maior, melhor e mais profundo conhecimento de DEUS.

O PAI ETERNO se revela a humanidade pela "Natureza"e através da "Graça" , mas também concede as pessoas um Dom especial, a fim de que todos tenham um "natural conhecimento de DEUS".

 

Por meio da Natureza

Todas as criaturas, qualquer que seja a idade, condição de vida, profissão de fé, mostram insensivelmente que seu espírito está voltado para DEUS. É uma tendência natural e misteriosa que nos leva a imaginar que ocorre, em virtude da Alma, que é invenção Divina, ter de alguma forma em tempos anteriores, encontrado o SENHOR, possivelmente na época em que ela foi criada, ou seja, naquele instante inesquecível após a sua criação, quando recebe do PAI ETERNO a Graça Inicial, as virtudes e dons, que constituem o passaporte para a vida.

Para darmos estrutura a este conceito, vamos acompanhar e tecer considerações sobre o nascimento das pessoas. Qualquer criança entregue aos cuidados da mãe, experimenta com indizível felicidade a ternura do carinho materno, e mesmo sem compreender as manifestações amorosas que acontecem, grava em sua memória o bem e a alegria que elas lhe proporcionam.

E isto, sem nos esquecermos, o amor que existe entre uma mãe e um filho ou filha, não é um amor absoluto, é um amor relativo. Porque entre os seres humanos há que se considerar a presença permanente dos fatores negativos, representados pelo cansaço, impaciência, falta de caridade, nervosismo e outros, os quais não permitem, por parte da mãe, uma entrega total e constante a sua criança, apesar de amá-la. Em palavras mais diretas, podemos afirmar que nenhum ser humano, por mais educado, polido e responsável que seja, está sempre de bom humor, pronto para servir e amar, isto porque, todas as pessoas no cotidiano manifestam nervosismo, impaciências e cacoetes. Isto é normal e faz parte da vida.

Por outro lado, a criança "chamada" pela mãe através dos carinhos, possui a capacidade de ter os seus instintos despertados para "responder" a todos os impulsos afetuosos maternos, pelo fato da criança ser o filho que ela gerou. A alimentação por ela dispensada sem o conhecimento consciente do filho que apenas recebe, assim como os cuidados necessários ao bom tratamento da criança, como todas as formas de afeto, inclusive a sua própria doação de mãe, colocam em evidência como alguém que "chama" o filho para o amor.

Todavia, diante do filho que ela deu à luz, a mãe sabe perfeitamente que embora sendo carne de sua carne, sangue de seu sangue, não pode considerá-lo como sendo obra de seu amor, porque a criança possui uma Alma que lhe dá a vida. Pelo matrimônio ela colaborou no Plano Divino, encomendando o filho junto com seu esposo, gerando-o em seu ventre. Mas a Alma vem de DEUS. Então na verdade, seu filho não é obra sua, mas obra DAQUELE que lhe deu a vida.

Da mesma forma, todas as virtudes maternas manifestadas, traduzidas pelos carinhos e atenções dispensadas ao filho, que representam concretamente um "chamamento" ao amor, também não são propriedades sua, ou seja, não são propriedades da mãe, são dons espirituais que lhe foram dados por empréstimo, por AQUELE que é a Fonte dos Dons, o Autor da Vida e do Amor - DEUS .

Sendo a Alma, criatura de DEUS, dotada de carismas especiais, guarda sempre uma lembrança do CRIADOR, uma recordação da Fonte Divina que lhe propiciou a existência, da mesma maneira como preserva os dons que recebeu. Então na verdade aquele ato criador foi uma primeira manifestação do Amor de DEUS em relação a cada pessoa individualmente e por conseguinte, é o nosso "Primeiro Amor", uma paixão sincera, desmedida e agradecida de nosso espírito por AQUELE que lhe deu a vida e por isso mesmo, sente-se naturalmente impulsionada e atraída para ELE.

Aprofundando nas considerações, observamos que há um período, ou seja, existe um espaço de tempo, entre o nascimento de uma criança e o seu primeiro ato racional. Neste pequeno intervalo, ela age por instinto, agradecendo com sorrisos, os carinhos e sorrisos que recebe de seus pais. Da mesma forma, na criação, existe um espaço de tempo entre a realidade de uma pessoa (a formação de seu espírito) e sua percepção de modo consciente do "chamado" Divino à vida, muito embora, durante este lapso de tempo, a alma criada já possua um relacionamento com DEUS, pois ela é sua criatura.

Convencionou-se chamar de "âmbito da natureza" , esse espaço de tempo (por menor que seja), que antecede ao relacionamento definitivo da criatura com o CRIADOR, assim como os atos realizados neste período são denominados de "atos do conhecimento natural e do amor natural de DEUS".

Então compreendemos que no "âmbito da natureza", embora inconscientemente por parte da criatura, existe um relacionamento amoroso entre DEUS e cada ser que ELE cria, um amor profundo que grava indelevelmente na memória das pessoas a lembrança do DEUS CRIADOR. Razão porque o espírito tem uma tendência natural de estar voltado para o PAI , muito embora, na prática, na maioria dos casos, o comportamento humano no cotidiano, seja repleto de defeitos e imperfeições, revelando um total esquecimento dessa verdade. E mais grave ainda, a violência e as transgressões campeiam tão livremente, que atestam de modo assustador o procedimento ao contrário, ou seja, um efetivo distanciamento de DEUS pelas gerações de nosso tempo.

Assim sendo, devemos entender que embora a natureza revele a imensidão do Amor Divino, a humanidade tem que se preparar (pela conversão do coração), para perceber, receber e usufruir, todos os benefícios que emanam do carinho fervoroso e contínuo, da bondade infinita do CRIADOR.

 

Através da Graça

A criatura ao ser colocada no mundo, não representa um ato isolado e acabado, porque DEUS cria a Alma para formar cada pessoa, ao mesmo tempo que a "chama" para o amor e não se "esquece" dela, está sempre disponível para acolher suas invocações, suas súplicas e manifestações de amor. Isso acontece, apesar do PAI ETERNO dar a humanidade total liberdade de movimentos, pensamentos e ações, não interferindo e nem mesmo impondo a sua Divina Vontade, a fim de que cada ser escolha livremente o caminho que melhor lhe aprouver.

Por sua vez, a criatura sendo a imagem e semelhança do CRIADOR, sempre é levada pelos seus sentimentos e virtudes, a perceber as suas origens, muito embora lhe seja impossível suspender o processo de sua saída do seio Divino, freiando o curso natural da criação e retornar ao PAI ETERNO, de onde procede, para gozar do conhecimento e do amor Divino, a fim de viver intensamente o seu "Primeiro Amor", abraçando-O e amando-O com todas as suas potencialidades. O espírito tem a convicção de sua origem, mas sabe que não pode alcança-la por sua própria vontade, por essa razão, conforma-se em apenas guardar uma espécie de inesquecível e terna recordação daquele momento maravilhoso.

Assim, o PAI ETERNO cria as pessoas concedendo-lhes um espírito que lhes dá a vida, num primeiro ato de amor. Num segundo ato, "chama" a criatura à santidade, infundindo-lhe a "Graça Divina", para que ela possa percebê-LO e decida manter-se unida a ELE. E é importante esclarecer que o chamamento Divino é um convite constante e permanente, buscando a compreensão e o discernimento de cada pessoa, que deve estar apta a "responder" vivendo em santidade, esforçando-se para agir conforme a Santíssima Vontade do SENHOR, demonstrando amizade, agradecimento e reconhecimento sincero ao Amor de DEUS, pela imensidão de graças recebidas e pelo dom da própria vida.

Na verdade, a relação "criatura-CRIADOR" se completa de modo admirável pelo caminho da "Graça", no sentido de que ela dá ao ser criado uma misteriosa participação na Natureza Divina. Podemos afirmar, que é uma incorporação da pessoa à área do PAI ETERNO, ou melhor, sua junção, sua união à esfera do CRIADOR, de tal forma, que tendo o ser humano uma correta maneira de viver e pensar, envolvido pela "Graça de DEUS", será possível estabelecer uma fecunda relação pessoal recíproca entre ele e o SENHOR.

Esta realidade nos leva à considerar que o conhecimento de DEUS acontece de modo mais completo e perfeito, através da "Graça". Porque sem dúvida, somente pela "Graça" a criatura estará capacitada a receber a revelação de um amor sublime e infinito que vem de DEUS, muito embora, por causa das próprias limitações humanas, as pessoas não conseguem percebê-la e usufruí-la de maneira completa e em todas as suas dimensões.

Confirmando este fato, no Mistério de Redenção da humanidade, vemos de modo incompreensível ao nosso entendimento, o DEUS ETERNO e absoluto, abaixar-se ao nível das criaturas, encarnar-se no meio delas, viver com elas como um verdadeiro homem, menos no pecado, para ensiná-las, educá-las com suas palavras e exemplo, aceitando morrer pregado numa Cruz para redimir-nos perante o CRIADOR, numa demonstração suprema de obediência ao PAI ETERNO e de amor infinito a humanidade. Uma demonstração de amor incomensurável, tão ilimitado, que a mente humana não tem capacidade para avaliar a sua grandeza e apreciar o maravilhoso e extraordinário benefício que o FILHO DE DEUS proporcionou à todas gerações!

Assim, no relacionamento "criatura - CRIADOR", a resposta da pessoa só será dada corretamente, quando ela cultivar uma fé honesta e procurar entender o Mistério Divino: JESUS CRISTO é o FILHO DE DEUS, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que veio até nós num gesto de extremoso amor; assumiu todos os pecados do mundo, os que tinham acontecido no passado, aqueles que ocorriam no presente, naquela época, e os pecados que seriam cometidos pelas gerações futuras, num impressionante "Mistério de Amor", para nos libertar do poder do maligno, neutralizando a ação do Pecado Original e justificando todas as gerações perante o PAI ETERNO. Completando a Sua Divina Obra, objetivando a santificação da humanidade, deixou-nos os Sacramentos que realizam a união das pessoas com DEUS, santificando a existência da humanidade, "mesmo aqui no exílio", repetindo a expressão de Santa Teresinha do Menino Jesus, referindo-se ao tempo de nossa vida, enquanto cumprimos a missão existencial.

Entretanto, lembrando que a humanidade não tem persistência no caminho do direito, da justiça e do amor fraterno, torna-se difícil estabelecer uma relação rígida entre o "chamado" de DEUS e a "resposta" da criatura. O binômio "chamado - resposta", por certo há de suscitar uma grande discussão que envolve a razão e o coração das pessoas. A razão sempre indica a direção certa a ser seguida pelo comportamento moral, mas o coração, envolvido pelas fraquezas e tendências humanas, pode desviar as pessoas dando-lhes outro rumo. Em consequência, nasce uma dialética na pergunta, de como pode um ser finito como são todas as criaturas, corresponder a exigência de um amor infinito que vem de DEUS ?
Sem dúvida, ele há de malograr e não conseguirá o seu objetivo, enquanto depender somente das pessoas. Este
"chamado - resposta" verdadeiramente só funcionará se o SENHOR no momento do "chamado" conceder às criaturas "aptidão" para percebê-lo, pois só assim o espírito humano será sensibilizado e terá condições de "responder" ao chamado do CRIADOR. Essa "aptidão" é a ação da "Graça" que o SENHOR verdadeiramente concede a cada um.

Para um exato entendimento do que significa "chamado de DEUS" e "resposta humana", ao primeiro denominamos de "vocação" , que é um Dom dado pelo SENHOR à todas as pessoas, a fim de que realizem seus projetos e cumpram com santidade a missão da vida e primordialmente, "não se esqueçam DELE". A criatura de posse do "chamado" fica predisposta à "responder" através de manifestações que atestem o seu amor e sua atenção a DEUS. Em outras palavras, o chamado Divino, é um espontâneo e eterno convite do CRIADOR à humanidade, um chamado permanente e carinhoso, endereçado à todas as gerações, para o cultivo de um fervoroso, sincero e honesto amor a DEUS e ao próximo, representado pelo cultivo da caridade, da piedade e de todas as formas de adoração e louvor ao SENHOR, através das orações no trabalho, no lazer e no lar.

 

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