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Francisco Jasso D'Azpilcueta y Javier nasceu na localidade de Castillo Xavier, no Reino de Navarra, na Espanha, no dia 7 de Abril de 1506, no Castelo Solar da família Aguarês y Javier. Dom Juan de Jasso y Javier e Maria D´Aspilcueta eram os seus pais. Dom Juan vivia pouco no castelo, porque era um dos homens mais importantes no reino de Navarra e de muita confiança do Rei. Tinha que se dedicar às atividades políticas em Pamplona e as diplomáticas em Castilla e na França. Nobre conceituado, exerceu inclusive o cargo de embaixador extraordinário junto aos Reis Católicos da Espanha, Fernando e Isabel. Sua família era rica de bens materiais e em títulos honoríficos, gozava de elevada estima e distinção junto ao povo, graças à sua generosidade e demonstrações de sincera amizade, principalmente com aquelas pessoas menos favorecidas. Francisco cresceu junto aos Pirineus, num ambiente de riqueza e tradição. Desde cedo mostrou uma aguçada inteligência e um crescente interesse em querer estudar e conhecer.

O Castelo de seus pais tinha uma Capela onde Xavier rezava diante da imagem de um grande crucifixo, que segundo afirmam os seus hagiógrafos, aquele CRISTO suou sangue quando ele agonizava e morreu. A imagem foi esculpida em madeira e é um pouco maior que o tamanho natural de um homem, mostrando um suave sorriso na face.

Ele foi educado e modelado por sua mãe. Ela lhe infundiu a piedade e um grande amor a JESUS e MARIA. Seu pai estava quase sempre ausente e seus irmãos andavam ocupados em revoltas e guerras contra Castilla. Sua irmã Magdalena, que foi dama de honra da Rainha Isabel de Castilla, entrou no Mosteiro das Clarissas em Gándia, dois anos antes de seu nascimento. Foi Ana quem o ajudou a dar os primeiros passos, mas também, ela logo se casou. Seus outros irmãos foram: Maria, Miguel de Javier e Juan de Azpilcueta.

Os Javier reconstruíram e aumentaram a Igreja do povoado. Junto da Igreja construíram uma Abadia, onde viviam em Comunidade: um Vigário, dois prelados, um servente e um estudante. A Missa era celebrada diariamente: aos sábados em honra a NOSSA SENHORA; segunda-feira era celebrada pelos defuntos; aos domingos e feriados a Missa era solene. Xavier participava dessas Celebrações. Na Igreja tinha uma imagem da MÃE DE DEUS que era a padroeira da Vila e por isso mesmo era chamada de NOSSA SENHORA DE XAVIER. Era uma escultura do século XIII na qual VIRGEM MARIA está sentada com o MENINO JESUS nos braços. Por ordem dos senhores do castelo, as pessoas deviam cantar ou rezar a “Salve Rainha” em todas as solenidades de preceito. Na sequência dos anos, determinaram que o canto fosse diário, assim que tocasse o sino do castelo. Xavier sempre cantava a “Salve Regina”, em companhia de sua mãe.

O terreno dos Xavier era grande e de tal forma situado, que as estradas tinham que atravessá-lo. Naquela época os rebanhos de ovelhas e de gado, assim como o preparo de queijos, constituíam à base da economia local. Os rebanhos de outros senhores e dos vizinhos, forçosamente tinham que passar pelo terreno do castelo para alcançarem a Vila ou seguirem para outras localidades. Eles vinham por trás dos montes, das montanhas e pela ribeira. Por essa razão a família Xavier instituiu uma taxa a título de indenização, pelo pasto que os animais comiam e danificavam, na base de 5 soldos por um cordeiro. Entretanto, se tentassem passar de contrabando, não querendo pagar a mencionada taxa, os rebanhos eram confiscados pelos senhores do castelo e só eram liberados pelo pagamento de uma indenização de uma ovelha por cada cinco (5) que tentassem passar indevidamente.

Uma vez quando Xavier tinha 13 anos de idade, presenciou quando passaram diversos rebanhos de contrabando. Mas o guarda e seus dois irmãos, que estavam vigilantes no castelo, correram atrás e os fizeram voltar. O guarda reteve 300 ovelhas que correspondiam à indenização. Todavia, em face de um entendimento amistoso, só foram retidas cinco (5) ovelhas.

Em 1516, o relacionamento entre Navarra e Castilla que já não era bom, acabou por se deteriorar e aconteceu a guerra. Os dois irmãos de Xavier lutaram em companhia dos soldados de Navarra, mas no final, venceu Castilla. O Cardeal Cisneros que era o regente, ordenou demolir as fortalezas navarras e entre elas o castelo de Xavier. Quando os dois irmãos regressaram, só encontraram uma montanha de ruínas e uma fazenda desfeita. Seu pai Dom Juan de Jasso que tinha morrido em Outubro de 1515, não teve o desprazer de ver dizimado os seus bens. Xavier tinha 11 anos de idade quando presenciou triste e com lágrimas nos olhos, a demolição do castelo e a ocupação das terras de seus pais, pelo povo. A reconstrução do castelo foi penosa e demandou muitos anos de trabalho.

 

A CAMINHO DE PARIS

 

Em Sanguesa e em Pamplona na Espanha, Xavier tinha recebido do capelão as primeiras lições de gramática e latim. Deste modo estava preparado para entrar na Universidade. Sonhava em ser um homem sábio, ganhar muito dinheiro e reabilitar a sua família. Nesta época, com 19 anos de idade, tinha boa estatura e excelente conformação física, seu rosto sempre alegre e jovial, irradiava simpatia e inocência. Um dia do mês de Outubro de 1525, acompanhado por um servente, atravessou os Pirineus a cavalo a caminho de Paris, para estudar na Sorbona. Era uma célebre Universidade onde estavam cerca de 4 mil alunos de todas as partes do mundo, inclusive árabes e persas. Os estudantes eram repartidos em 50 colégios maiores, edificados nas estreitas e úmidas ruas do bairro latino, as margens do rio Sena. Esses Colégios formavam a Universidade. Eram autônomos e cada um tinha os seus próprios professores.

 

COLÉGIO DE SANTA BÁRBARA

 

Xavier ficou no Colégio de Santa Bárbara que era protegido pelo Rei de Portugal. Deixou o traje de aristocrata e vestiu a roupa de universitário. Professores e alunos levantavam às 4 horas da manhã. Eram acordados por um jovem com uma sineta na mão, que percorria todos os dormitórios. Depois de rezar as orações matinais iam para as salas de aula, iluminadas pela luz de candelabros. A primeira aula começava às 5 horas. Todos se assentavam no chão que era forrado com palha no inverno e feno fresco no verão. Em continuação, os estudantes iam para a Santa Missa e depois para o café da manhã no refeitório. Aos estudantes mais jovens serviam para comer um pãozinho, um copo com água, mais a metade de um peixe defumado (arenque) e um ovo cozido. Os maiores recebiam um arenque inteiro e dois ovos cozidos, além de um pouco de vinho e um guisado (ensopado) com verduras e queijo. Entre as 8 horas e 10 horas da manhã, aconteciam mais três aulas e logo depois, tinha uma hora de "exercícios físicos". Às 11 horas era servido o almoço. Estudantes e professores, sentavam-se um ao lado do outro em longas mesas no refeitório. Durante o almoço era lido trechos da Sagrada Escritura ou da Vida de algum Santo. Em seguida todos iam para o recreio. Das 15 horas às 17 horas aconteciam as aulas da tarde. O Jantar era servido às 18 horas e logo após um pequeno intervalo de descanso era feito um resumo dos estudos realizados durante aquele dia. Em seguida aconteciam as orações da noite e às 21 horas, ouvia-se o toque de silêncio. Dormiam em colchões de palhas.

As Terças-feiras e Quintas-feiras os estudantes descansavam. Eram conduzidos a uma ilha no rio Sena para praticarem esportes. Xavier era um dos campeões. Todos os professores levavam um bastão para castigar os estudantes que não quisessem participar. Em algumas oportunidades este tipo de procedimento suscitou até rebelião por parte de alguns alunos.

Conheceu Pedro Fabro, um jovem admirável! Tinha sido pastor de ovelhas nas montanhas e aos 12 anos de idade fez o voto de castidade. Respeitava e amava o SENHOR e sempre estava disponível para tecer um filial e carinhoso comentário sobre nossa MÃE SANTÍSSIMA. Xavier teve a sorte de se hospedar com ele no mesmo quarto. E este acontecimento foi providencial, porque o gênio tranquilo de Fabro livrou Xavier com seu gênio impulsivo, de graves perigos. Isto porque, com índole independente, Xavier fugia do Colégio à noite em companhia de outros companheiros, em busca de aventuras. Anos mais tarde ele mesmo revelou: “Inocentes aventuras de rapazes, sem qualquer consequência, porque na realidade ele nunca tinha pecado contra a castidade”.

Ainda em Santa Bárbara andava um antipático estudante de nome Calvino, muito falante e cheio de novidades, que estava contagiando muitos alunos com heresias contra a religião. Este era o mesmo Calvino que mais tarde, ajudou a implantar a Reforma Protestante na Europa.

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