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"AQUELES DOIS TIROS"

 

Até hoje ficamos pensando estarrecidos de espanto, como alguém pode chegar a tal ponto, de querer matar um Papa! Um homem que somente prega o bem e a paz, ajudando a humanidade em suas necessidades, reagindo contra a exploração, a tirania e a vaidade dos poderosos! Na verdade, um crime em si, já é uma atitude perversa e abominável! Matar um homem como o Papa João Paulo II é sem dúvida, uma loucura satânica, aliada a uma desumana covardia, que só encontra manifestação em mentes doentias, ambiciosas e dominadas pelo maligno.

João Paulo II estava em pé na parte de trás do jipe, que lentamente circulava pela Praça São Pedro, no Vaticano. O veiculo fez uma pausa e o Santo Padre se inclinou em direção a uma pequena menina loura que estava lhe estendendo as mãos. Chama-se Sara e tinha apenas dois anos de idade. Ela apertava entre os dedos da mão direita o fio de um balãozinho colorido inflado. O Papa a segurou nos braços, suspendeu-a, como se quisesse que todos a vissem, depois a beijou e, sorrindo, devolveu-a aos pais.

Eram 17h19min e o povo, nas proximidades, que presenciaram a cena, sorriam felizes participando da alegria daqueles pais. De súbito, um primeiro disparo. No mesmo momento, centenas de pombas voaram pelo espaço como se estivessem assustadas. E sem que houvesse tempo para um raciocínio, aconteceu o segundo tiro, e o Papa começou a cair de lado, encima do Cardeal Stanislaw, o seu Secretário Particular, que descreve o acontecimento: “Instintivamente olhei para o local de onde partiram os disparos. Havia um tumulto, um jovem de traços escuros se debatia, e só depois eu viria saber, que se tratava do agressor, um turco, Mehmer Ali Agca. Tentei sustentar o Papa, mas ele se abandonava suavemente. Perguntei: "Onde foi?" Respondeu: "No ventre". "Está doendo?" "Sim, dói". A primeira bala devastou o seu abdômen, perfurando o cólon, dilacerando em vários pontos o intestino delgado, e depois saiu, caindo no carro. A segunda bala, depois de passar de raspão pelo cotovelo direito e fraturar o dedo indicador da mão esquerda, feriu duas turistas americanas”.

“Alguém gritou para irmos até a ambulância. Mas a ambulância estava do outro lado da Praça. O jipe arrancou em plena velocidade e desceu rapidamente o pátio do Belvedere em direção ao Faz, os Serviços de Atendimento Urgente do Vaticano, onde, avisado nesse meio-tempo, já se encontrava o Dr. Renato Buzzonetti, médico pessoal do Papa”.

Saia muito sangue da ferida e, o médico decidiu leva-lo imediatamente para o Hospital Gemelli. A ambulância partiu a plena velocidade, porque a vida de João Paulo II se extinguia lentamente. Quando chegou ao Hospital, ele perdeu a consciência e desmaiou. Descreve o Secretário Particular: “Compreendi que sua vida corria um grande risco. Os próprios médicos que realizaram a operação me confessaram, mais tarde, que o operaram sem acreditarem na sobrevivência do Papa. Havia problemas com a pressão sanguínea e com os batimentos cardíacos. Entretanto, para mim, o pior momento foi quando o Dr. Buzzonetti se aproximou e me pediu para ministrar ao Santo Padre a Unção dos Enfermos. Fiz isso imediatamente, mas com o coração despedaçado, acreditando que não havia mais nada a fazer. Depois de cinco horas de operação, alguém se aproximou de mim, não me lembro do rosto, e me disse que a operação tinha terminado que tudo tinha corrido bem e, que por isso, aumentavam as esperanças de vida”.

“Os primeiros três dias foram terríveis. O Santo Padre rezava continuamente. E sofria, sofria muito. E sabendo da morte de seu grande amigo Cardeal Wyszynski, Primaz da Polônia, ainda sofreu muito mais”.

Semanas após deixou o Gemelli e voltou ao Vaticano. Todavia, tendo ocorrido algumas complicações na sua recuperação, o Papa foi obrigado a ser internado novamente no Hospital, até que em 14 de Agosto, véspera da Festa da Assunção de NOSSA SENHORA aos Céus, ele pode voltar definitivamente para casa.

Todavia, antes do regresso ao lar, no período em que começou a apresentar uma melhora acentuada no Hospital Gemelli, Sua Santidade recordava as Aparições de NOSSA SENHORA em Fátima, quando nossa MÃE SANTÍSSIMA transmitiu Mensagens aos três pequeninos pastores em benefício de toda humanidade e disse um “Segredo”, que a Irmã Lúcia guardou e na época oportuna, escreveu e o enviou numa carta ao Papa, a qual estava guardada no Arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano. Agora, sentindo-se mais forte, João Paulo II começou a refletir sobre aquelas Aparições em Fátima e os últimos acontecimentos em sua vida, justamente por causa da singular coincidência: foi no 13 de Maio de 1917 a Primeira Aparição de NOSSA SENHORA e foi no 13 de Maio de 1981, o dia em que tentaram mata-lo na Praça do Vaticano. E vejam outra coincidência: o ano das Aparições de NOSSA SENHORA, quando ela revelou o Segredo a Irmã Lúcia foi em 1917 e o atentado ao Papa em 1981, ou seja, invertendo 81 dá 18, como se fosse 1918, ou seja, em continuação de 1917. Aquela semelhança de data o deixou curioso e então, ainda no Gemelli, decidiu e pediu para ver o texto escrito pela Irmã Lúcia, sobre o“Terceiro Segredo de Fátima”.

Descreveu o Secretário Particular do Papa: “No dia 18 de Julho de 1981, o então Prefeito da Congregação, Cardeal Franjo Seper, entregou ao Monsenhor Eduardo Martinez Somalo (substituto da Secretaria de Estado) dois envelopes, um com o texto original da Irmã Lúcia, em português e, o outro, com o texto traduzido em italiano. Monsenhor Martinez os levou ao Gemelli e entregou ao Papa. Depois de ler o Segredo, não teve mais dúvida: naquela visão da Irmã Lúcia reconheceu o seu próprio destino e se convenceu de que a sua vida foi salva, ou melhor, lhe fora novamente dada, graças à intervenção de NOSSA SENHORA, que o protegera. É verdade que a Irmã Lúcia escreveu dizendo que na visão o bispo vestido de branco foi morto; mas, João Paulo II escapou de uma morte quase certa. Isto significa dizer que os acontecimentos da história, da existência humana, "não são necessariamente preestabelecidos". E que, portanto, existe uma Providência Divina, uma poderosa mão materna capaz de interferir e também fazer errar o mais perito profissional, que apontou a sua arma com a certeza de matar”.

“Uma mão disparou, e outra guiou a bala”, dizia o Santo Padre.

Aquela bala foi guardada e levada pelo Santo Padre à Fátima. Foi incrustada na coroa de ouro de NOSSA SENHORA DE FÁTIMA que se encontra na redoma de vidro da Capelinha das Aparições.

 

“QUEM ARMOU AQUELA MÃO ASSASSINA?”

 

Ainda é um mistério, mas existem fortes indícios reveladores que apontam na direção dos culpados.

Em 27 de Dezembro de 1983, o Papa quis se encontrar com aquele homem, queria entender o seu procedimento e as suas razões, e também, queria conceder-lhe o perdão e uma bênção para invocar a sua conversão. E num cômodo simples da prisão de Rebibbia, sentado ao lado de Ali Agca, com a cabeça virada para ouvi-lo melhor, o Papa se surpreendeu ao ouvir aquela pergunta: “Por que o senhor não morreu? Sei que mirei certo. Sei que o projétil era devastador e mortal. Então por que o senhor não morreu”?

Revelou o Secretário Particular: “Não assisti a conversa diretamente, pois estava a alguns metros de distância. Mas, a minha interpretação, é que Ali Agca, um assassino profissional, estava angustiado porque existiam forças poderosas e invisíveis, que o haviam superado e não lhe permitiu cumprir a sua funesta missão. Ele estava atemorizado pela existência de tais forças. Descobriu também que não havia apenas uma Fátima, filha de Maomé, mas que também existia aquela que ele começou a chamar de A Deusa de Fátima. E temia como ele mesmo disse que, aquela Deusa tão poderosa se zangasse com ele e o eliminasse”.

E toda a conversa transcorreu naquele tema. O Papa triste e decepcionado em presenciar aquele tipo estranho de manifestação, ficou silencioso para ouvir tudo o que Ali Agca queria dizer. Aquilo ficou gravado em sua mente e muitas vezes, lembrou-se daquele encontro, com grande preocupação e tristeza, porque nunca ouviu aquele homem pronunciar as palavras: “Me perdoe” Então, aquele encontro foi suficiente para esclarecer as suas dúvidas e os acontecimentos da Praça São Pedro ficaram totalmente transparentes: Ali Agca era um assassino profissional, vivia daquilo e se orgulhava de fazer bem feito todos os serviços para os quais era contratado. Então ficou evidente que aquele atentado não foi uma iniciativa particular dele, mas de outra pessoa, que idealizou o crime e o contratou para executar o plano de morte.

Os Jornais noticiaram que o Papa recebeu informações preciosas sobre quem arquitetou o seu atentado… Sobre o assunto, o Cardeal Stanislaw, Secretário Particular disse: “Falou-se muito de informações fornecidas por serviços secretos internacionais. Bem, posso garantir que nunca chegaram ao Papa. Os Cardeais Casaroli (Secretário de Estado), Silvestrini (então Secretário do Conselho para Negócios Públicos) e Martinez Somalo (naquele tempo substituto) declararam nunca terem recebido e nem ouvido qualquer informação, a respeito do atentado. O Santo Padre chegou a aquela conclusão não porque tivesse recebido informações específicas, mas por dedução própria. Verdadeiramente ocorreu um complô para matá-lo. Alguém o considerava um homem perigoso e incômodo que precisava ser eliminado. Seguindo as várias pistas que se evidenciavam, todas, sem exceções, conduziam direta ou indiretamente a KGB russa”.

Trata-se de um fato indiscutível. A eleição pontifícia de Karol Wojtyla provocou uma enorme perturbação nos países da “Cortina de Ferro” e principalmente em Moscou. Porque aquele Papa estava contribuindo de modo decisivo para a queda do comunismo na sua Polônia, ao apoiar diretamente Lech Walesa e o Sindicato Solidariedade. Em consequência, Sua Santidade estava ajudando efetivamente a desmoronar o “Muro de Berlin” e toda a “Cortina de Ferro”, porque sempre foi um mensageiro da paz e um combatente dos Direitos do Homem, contra a violência e a intolerância, e por isso mesmo, era um fervoroso defensor dos mais pobres e dos oprimidos. Estas verdades incomodaram os Comunistas e porisso, planejaram assassinar o Papa João Paulo II.

 

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