EPÍSTOLA AOS HEBREUS (SÃO PAULO APÓSTOLO)
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EPÍSTOLA AOS HEBREUS

"Explicação Teológica"

 

Ao contrário das outras Cartas de São Paulo, a Epístola aos Hebreus teve a sua autenticidade colocada em dúvida desde a antiguidade. Raramente foi contestada a sua canonicidade, mas a Igreja do Ocidente, até o século IV, recusou-se a atribuí-la ao Apóstolo. Embora a Igreja do Oriente tenha acolhido a Epístola como legítima, houve alguma resistência por parte de alguns Padres, principalmente Clemente de Alexandria e Origines, os quais fizeram certas reservas no tocante à forma literária da missiva. É que a linguagem e o estilo apresentados são diferentes daqueles revelados por Paulo. Também a maneira de citar e utilizar o Antigo Testamento não é igual à dele, porque falta o endereço e o preâmbulo com os quais ele costumava iniciar as suas Cartas. Quanto a Doutrina, embora ela apresente ressonâncias incontestavelmente paulinas, revela, entretanto outros aspectos que difere da maneira característica do Apóstolo dos Gentios. Por isso mesmo, críticos católicos e não católicos concordam que Paulo não deve ter sido o autor desta Epístola, contudo, a sua influência indireta e talvez mesmo direta, tenha acontecido de modo suficiente para legitimar a sua incorporação à coleção paulina.

                       Todavia, não existe unanimidade de pensamento quando se busca identificar o verdadeiro autor da Carta aos Hebreus. Diversos nomes são lembrados, entretanto, aquele que tem merecido maior atenção é Apolo. Ele era um judeu alexandrino, convertido ao cristianismo, muito elogiado por Lucas pela eloquência, o zelo apostólico e o conhecimento das Escrituras (At 18, 24-28).

                        O local de origem da missiva, assim como o destinatário da mesma, continua incerto. Como é mencionado o cativeiro de Paulo, ela deve ter sido escrita no ano 67. Por outro lado, a sua insistência em abordar o assunto sobre o culto e a liturgia faz pensar que a obra foi escrita por um sacerdote convertido, ou talvez, dirigida a um sacerdote também convertido.

                         Um grupo de sacerdotes, depois de convertidos ao cristianismo (At 6, 7) devem ter deixado Jerusalém e se refugiaram em alguma cidade do litoral como Cesareia ou Antioquia. Mas este exílio foi penoso, porque lhes traziam saudades dos esplendores do culto levítico, do qual eles eram ministros. Assim desiludidos com a nova fé pouco firme e ainda não enraizada em seus corações, estavam aborrecidos e angustiados com aquela situação e são tentados a voltar atrás.

                          A Carta aos Hebreus é contra este desânimo dos exilados, oferecendo magníficas perspectivas sobre a vida cristã, concebida como uma estrada preciosa para a pátria celestial, tendo JESUS como guia. Realça e expõe todas as admiráveis vantagens do cristianismo sobre o culto levítico e fundamenta os argumentos, com a dignidade soberana do Chefe, CRISTO Sacerdote, o FILHO DE DEUS encarnado.

                           A Missiva começa com um Prólogo e termina com um Apêndice. O conteúdo pode ser dividido em quatro partes, a saber:

I – O FILHO é Superior aos Anjos.

II – JESUS Sumo Sacerdote fiel e misericordioso.

III – O autêntico Sacerdócio de JESUS CRISTO.

IV – A Fé perseverante.

 

 

Prólogo:

DEUS falou aos nossos pais de diversos modos através dos Profetas, e agora na “plenitude dos tempos” enviou-nos um mensageiro que não era mais um porta-voz como os outros, mas o seu FILHO, sua própria Palavra. O FILHO é o “resplendor” ou o "reflexo" da glória luminosa do PAI, “Lúmen de Lumine”, ou seja, ELE é a “expressão perfeita” do CRIADOR.

I – O FILHO é Superior aos Anjos:

O Apóstolo segue evidenciando diversas citações da Sagrada Escritura, deixando absolutamente em realce que o FILHO DE DEUS, JESUS CRISTO é superior aos Anjos. Na realidade os Anjos foram criados por ELE:

"... porque NELE (em JESUS) foram criadas todas as coisas, nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações (Soberanias), Principados, Potestades (Autoridades), tudo foi criado por ELE e para ELE". (Cl 1,16)

                    Então o Apóstolo questiona: considerando que DEUS fala a humanidade por seu FILHO que salvou todas as gerações derramando o seu sagrado sangue na Cruz, e que é servido pelos Anjos com amor e atenção, como não levar a sério tal economia da salvação? A redenção foi feita por CRISTO e não pelos Anjos. ELE é glorificado porque sofreu, e o seu triunfo consagra o valor redentor da sua morte. ELE já entrou na glória, se bem que o seu reino militante seja progressivo. DEUS lhe submeteu todas as coisas. Por isso mesmo, ELE vencerá todos os seus inimigos antes da sua consumação plena e triunfal.

II – JESUS Sumo Sacerdote fiel e misericordioso:

Paulo parte da premissa que CRISTO é superior a Moisés, porque CRISTO foi um “Apóstolo”, isto é, “um enviado” por DEUS aos homens, e também ELE é o “Sumo Sacerdote” representando e intercedendo pela humanidade junto a DEUS. “Ora, Moisés era fiel em toda a sua casa, como servo, para ser testemunha das coisas que deveriam ser ditas. CRISTO, porém, na qualidade de FILHO DE DEUS, está acima de sua casa. Esta casa somos nós, se mantivermos a confiança e o motivo altaneiro da esperança”. (ou seja, a esperança até o fim). Por isso mesmo ele recomendava que entre os cristãos não devia existir pessoas infiéis e que tivessem um coração mau, porque elas se afastam do DEUS Vivo por causa de suas próprias transgressões e vivem sua existência no pecado. Seremos amigos de CRISTO se mantivermos a nossa fidelidade até o fim da vida.

                            A comparação entre Moisés e JESUS tem sequência e o seu ápice quando o Apóstolo coloca frente a frente os israelitas e os cristãos. Os primeiros duvidaram da palavra de DEUS e por isso, não entraram no repouso da terra prometida. Ora, a promessa de DEUS nunca foi vã e dessa forma, agora ela vale para os cristãos, convidados a entrar no repouso da felicidade Divina, da qual o repouso da terra prometida era apenas uma figuração. Se Josué tivesse assegurado o repouso da terra prometida, seguindo a recomendação de Moisés (Dt 31, 7) o assunto estaria solucionado e não se falaria em outro dia. Mas como isto não aconteceu “fica em perspectiva para o povo de DEUS um repouso do sábado. Pois aquele que entrou no seu repouso, descansará das suas obras, assim como DEUS descansa das suas”.

                              Para DEUS nada está encoberto, ELE vê tudo e sabe com antecedência o desfecho de todos os acontecimentos. Sua Palavra é Viva e operante nos fieis. É esta Palavra que julga os movimentos e intenções secretas do coração da humanidade na procura do “repouso Divino”.

                              JESUS é um Sumo Sacerdote misericordioso, pois ELE foi provado em tudo, como nós, menos no pecado. No Céu, onde desenvolve o seu ofício sacerdotal, está assentado a direita de DEUS CRIADOR, e juntamente com DEUS, ELE pertence às realidades imutáveis e definitivas, ou seja, o seu sacrifício foi realizado uma única vez por todas, e possui um valor perfeito e eterno. ELE intercede em favor de todos que buscam o seu inefável e tão precioso auxílio, a fim de que alcancem à eternidade. O objeto da esperança cristã é a realização desta salvação na cidade celeste. Todo sumo sacerdote tirado do meio do povo intercederá em favor do povo junto a DEUS. CRISTO não atribui a Si próprio à honra do sacerdócio. “ELE, porém, a recebeu DAQUELE que lhe disse: TU és MEU FILHO, EU hoje TE gerei”... (Sl 2, 7) ou conforme está em outra citação (Sl 110, 4) “TU és Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec” . E como é natural, para ser um Sacerdote Perfeito ELE tinha que assumir a humanidade conforme a Vontade do PAI ETERNO. Para representar todos os homens, ELE tinha que ser um deles; e também, para ter compaixão das suas misérias, ELE deveria tê-las compartilhado. Ora, esta humanidade de “carne” é constatada em JESUS, através de toda a sua vida terrestre, por sua fraqueza, sobretudo por sua terrível paixão, agonia e morte na Cruz.

III – O autêntico Sacerdócio de JESUS CRISTO.

“Todo Sumo Sacerdote, tirado do meio dos homens, é constituído em favor dos homens em suas relações com DEUS”. Malgrado o pouco conhecimento teológico dos seus leitores, o autor lhes propõe uma minuciosa explicação sobre esta doutrina anunciada.

                           As obras realizadas sem a fé e a vida Divina são “mortas”, porque provêm do pecado que leva a morte. Significa dizer que o cristão para encontrar a sua salvação, terá que se arrepender das obras mortas e estimular o crescimento de sua fé em DEUS. Por isso, Paulo queria que eles fossem atenciosos e demonstrassem o necessário interesse para o pleno desenvolvimento da esperança, a fim de que não fossem lentos à compreensão, “e sim imitadores daqueles que, pela fé e pela perseverança, recebem a herança das promessas”. Como exemplo, Abraão foi perseverante e viu a promessa Divina se realizar.

                      O Apóstolo cita também a origem do Sacerdócio Régio de JESUS: “Melquisedec, rei de Salém, sacerdote do DEUS Altíssimo. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, nem princípio de dias nem fim de vida! É assim que ele se assemelha ao FILHO DE DEUS, e permanece sacerdote eternamente”. Ele é uma figura profética de CRISTO. O silêncio da Sagrada Escritura sobre o seu antepassado e seus descendentes sugere que o sacerdócio que ele representa é eterno. Se ele recebeu o dízimo de Abraão, é porque ele lhe é superior, e mais ainda que os sacerdotes seus descendentes, os sacerdotes filhos de Levi. Isto porque, o dízimo pago aos sacerdotes era ao mesmo tempo o salário de seu serviço cultual e a homenagem prestada à eminente dignidade do sacerdócio. Portanto, se o próprio Levi, em Abraão, pagou o dízimo a Melquisedec, é porque este figurava um sacerdócio mais elevado. “Portanto, se a perfeição tivesse sido atingida pelo sacerdócio levítico – pois é nele que se apóia a Lei dada ao povo -, que necessidade haveria de outro sacerdócio, segundo a ordem de Melquisedec, e não segundo a ordem de Aarão? A argumentação se apóia principalmente em (Sl 110, 4) “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec”. Este texto, atribuindo ao Rei-Messias, que não é de linhagem levítica, o sacerdócio eterno, “segundo a ordem de Melquisedec”, anuncia para os tempos messiânicos a constituição de um sacerdócio eterno no lugar do antigo que foi julgado por isso mesmo inferior, e de uma Lei Nova, no lugar da antiga que regulamentava o sacerdócio levítico.

                     Mas isto não se realiza sem juramento: o SENHOR jurou e não se arrependerá. Neste sentido é que JESUS se tornou a garantia de uma aliança melhor. Os outros formavam sacerdotes em quantidade, porque a morte obrigava a sucessão. “ELE, porém, visto que permanece para a eternidade, possui um” “sacerdócio imutável”. CRISTO, sacerdote eterno, exerce no Céu a sua função de mediador e de intercessor. Sua intercessão é análoga à do ESPÍRITO SANTO que intervém junto a DEUS em favor de todos os santos (dos cristãos).

                     Também, Paulo coloca em evidência a perfeição do sumo sacerdote celeste, realçando a eficácia absoluta e definitiva do sacrifício de CRISTO realizado uma única vez, se opondo aos sacrifícios da antiga aliança, repetidos indefinidamente porque impotentes para “perdoar os pecados” e causar a salvação. “... é impossível que o sangue de touros e bodes elimine os pecados”.

                    Só o sacrifício plenamente espiritual de CRISTO pode santificar a humanidade. Assim sendo, JESUS era um Sacerdote Eterno e Perfeito, superior em sua própria pessoa aos sacerdotes levitas, pecadores e mortais. Por conseguinte, não é difícil demonstrar que tal superioridade é também a do seu ministério: Sim, porque JESUS oficia num Santuário mais excelente, no Céu. A antiga lei era apenas uma cópia terrestre em relação ao Santuário Divino. Desse modo, CRISTO é o mediador de uma Aliança melhor e eterna. Plenamente Homem e também possuindo a plenitude da Divindade, JESUS é o intermediário único entre DEUS e a humanidade que ELE Mesmo une e reconcilia. No Céu continua a interceder por seus fieis sendo também intermediário da Graça de DEUS.

                     No Templo havia uma primeira Tenda chamada Santo onde estava o candelabro, a mesa de celebração e os pães da proposição. Por detrás do segundo véu havia outra Tenda chamada Santo dos Santos. Nela estava um altar de ouro para os perfumes, a Arca da Aliança toda recoberta de ouro e dentro dela, um vaso de ouro com maná, o bastão de Aarão que floresceu e as Tabuas da Lei. Por cima da Arca estavam dois Querubins também recobertos de ouro, um de cada lado, cobrindo com sua sombra o propiciatório. Os sacerdotes podiam entrar a qualquer momento na primeira Tenda para fazer o serviço cultual. Na segunda Tenda entrava apenas o Sumo Sacerdote e somente uma vez por ano. Este cerimonial tem uma significação espiritual profunda e muito importante: na Antiga Aliança o povo não tem acesso a DEUS. Na Nova Aliança, porém, CRISTO é o caminho para se chegar ao PAI. A ab-rogação, ou seja, a supressão do antigo culto foi simbolizada pelo véu que se rasgou no Templo, sem qualquer intervenção humana, no momento em que JESUS morreu na Cruz. CRISTO Ressuscitado por sua Ascensão atravessou os Céus, que podemos denominá-lo o “Santo” da Tenda Celeste, e chegou à presença de DEUS no “Santo dos Santos”. “Ele entrou uma vez por todas no Santuário, não com o sangue de bodes e de novilhos, mas com o próprio sangue, obtendo uma Redenção Eterna”. De agora em diante, todos que crêem, tem acesso junto a DEUS por meio de CRISTO JESUS.

                     Por outro lado, a Nova Aliança se fundamenta na realidade de que a pessoa que faz um “Testamento”, para este ter validade, a Aliança exige a morte do “testador”, ou seja, daquele que fez o testamento. Além do mais, a conclusão de uma Aliança exige uma efusão de sangue. Portanto, pela “vontade” do PAI ETERNO, CRISTO devia morrer, derramando o Seu Sangue, para fundar a Nova Aliança. “Graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do Corpo de JESUS CRISTO, realizada uma vez por todas”.

                     JESUS foi oferecido uma única vez para remir a humanidade de todas as gerações. ELE virá uma segunda vez, mas não terá mais nenhuma relação com o pecado. Os cristãos esperam esta volta gloriosa que indubitavelmente, será acompanhada pelo Julgamento Final.

                     A eficácia do sacrifício da Cruz fica plenamente demonstrada pela elucidação dos fatos. JESUS, “depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à direita de DEUS”.
Na conclusão deste capítulo juntamos as palavras do SENHOR:
“Dando-lhes as minhas leis nos seus corações e inscrevendo-as na sua mente. Não lembrarei mais dos seus pecados, nem das suas iniquidades”. Ora, onde existe a remissão dos pecados, já não se faz a oferenda por ele.

IV – A Fé perseverante.

Na Lei Antiga, somente o Sumo Sacerdote, uma vez por ano, tinha acesso ao Santo dos Santos. De agora em diante, todos os que crêem tem acesso junto a DEUS por meio de CRISTO.

“Temos um sacerdote eminente constituído sobre a casa de DEUS. Aproximemo-nos, então, de coração reto e cheios de fé, tendo o coração purificado de toda má consciência e o corpo lavado com água pura” . O Apóstolo recomenda aos fieis permanecerem mais animados e fervorosos à medida que se aproxima o Dia do SENHOR (Parusia). Deverão fugir do pecado e permanecerem puros. Isto porque a transgressão praticada com pleno conhecimento já é uma apostasia, ou seja, uma revolta deliberada contra DEUS. Para ela não existe sacrifício para neutralizar o pecado cometido. Quem transgride a lei mosaica é condenado a morte. Qual deve ser o castigo para quem transgride o sangue da Nova Aliança que santificou a sua vida e ultraja o Espírito da Graça ? “O SENHOR julgará o seu povo. Quão terrível é cair nas mãos do DEUS Vivo”!

                     A seguir ele relembra os tempos difíceis atravessados pelos Hebreus. Mal eram batizados e suportavam dolorosas perseguições e combates terríveis, e a tudo resistiam, na certeza de possuírem “uma fortuna melhor e mais durável”. Por isso ele recomendava, não percam as esperanças, porque é de perseverança que necessitam para cumprirem a vontade de DEUS.

                     Sobre a fé exemplar o Apóstolo dizia: “A fé é um modo de já possuir o que se espera, é um meio de conhecer as realidades que não se vêem”. Em face da conduta das pessoas podemos dizer: a fé é a segurança das coisas esperadas (o Céu) e também, a convicção das coisas não desejadas (o inferno). Sobre a fé dos antigos, o Apóstolo relaciona uma série de acontecimentos históricos do Antigo Testamento. Em todos os casos, é realçada a fé em DEUS como força interior insuperável, mesmo que acontecessem perseguições e sofrimentos, eles mantinham a fé em DEUS com a firme esperança de estarem amparados pelo SENHOR. A fé necessária à salvação tem um duplo objeto: consolidar a existência do único DEUS Pessoal, invisível por natureza e a realidade de sua Divina Providência, fundamento da felicidade esperada, porque DEUS dá uma justa recompensa aos esforços empenhados na sua procura. Quanto aos antigos, nas diversas citações apresentadas e também em outras, sem dúvida a fé foi constatada e se transformou num legítimo testemunho que ensejou a manifestação da Providência Divina, mas não ocasionou a realização da Promessa do SENHOR. “Pois DEUS previa para nós algo de melhor, a fim de que chegasse para nós à plena perfeição”. A era escatológica da “perfeição” foi inaugurada por CRISTO e o acesso à vida celeste só foi aberto por ELE. Os justos do Antigo Testamento, que a Lei não pode levar a “perfeição”, tiveram, portanto, de esperar a Ressurreição do SENHOR para entrar na “vida perfeita do Céu”. Portanto, considerando estas realidades, o Apóstolo recomenda apreciarmos e louvarmos os testemunhos e fugirmos do pecado, “com os olhos fixos NAQUELE que é o autor e o realizador da fé, JESUS, que, em vez da alegria que lhe foi proposta, sofreu a Cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita do trono de DEUS”. É importante não se esquecer que aos olhos da fé, as provações desta vida fazem parte da pedagogia Divina em relação aos seus filhos. DEUS é nosso PAI e nosso CRIADOR, ELE nos educa para alcançarmos a Santidade necessária, que nos conduzirá a Salvação definitiva, ou seja, “a vida perfeita no Céu”.

                     Cultivai a fidelidade a DEUS e sejam sempre aqueles filhos dedicados e amorosos, porque ELE sempre é fiel.  E por ser justo e fiel, DEUS castiga a infidelidade nos seus filhos, convidando-os a paz interior e a santificação pessoal.

                     As duas Alianças estão registradas na história, mas na segunda e definitiva Aliança a aproximação de DEUS não se realiza numa teofania ameaçadora como no Sinai, mas numa cidade celeste construída por DEUS. Lá, todos os Anjos estão reunidos com o Redentor e Mediador triunfante e todos os cristãos que ELE santificou e levou à perfeição. As diferenças entre Moisés e JESUS realçam ainda mais ao se perceber o contraste dos beneficiários das duas Alianças: a Antiga Aliança regulamentava a vida sobre a terra; a nova Aliança estabelece uma união com DEUS, para se viver na eternidade. Isto significa dizer, que o cristão terá que ser digno aqui, se quiser alcançar a felicidade que existe lá.

Apêndice:

Como últimas recomendações ele exorta os hebreus ao cultivo do amor fraterno, da hospitalidade e da piedade cristã, a fim de que vivam como verdadeiros irmãos. Exercitem a fidelidade conjugal e não cultivem a usura e nem transformem o dinheiro em ídolo. Lembrem-se da exemplar conduta dos chefes responsáveis pela comunidade, encarregados de anunciar a palavra de DEUS e guiar o comportamento de todos. Imitai a fé deles. “JESUS CRISTO é o mesmo, ontem e hoje; e ELE o será para a eternidade”! Se os Chefes mudam ou morrem, os seus ensinamentos permanecem. Assim CRISTO permanece, e é a ELE que todos devem se preocupar em estar ligados.

                          E concluindo as suas recomendações, ele retoma os temas já abordados das doutrinas estranhas e dos oradores “que torciam a realidade”, insistindo sempre na presença Viva de CRISTO entre nós e a necessidade da constância confiante dos fieis. Pede ainda docilidade e respeito para com os dirigentes e termina a Missiva com os Votos e as Saudações de costume.

 

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